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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXVIII)

A legenda, colocada muito depois, não condiz com a verdade dos fatos provados

Larga faixa diagonal preta já era parte do uniforme em 1920

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Na postagem anterior ficou demostrada a variação do uniforme do ABC desde a fundação.

Quando predominou a camisa branca com as letras de identificação, passando pelos anos 40, fase da faixa preta horizontal.

50/70 é período das listras verticais, com variedade na largura, e a última, horizontais, do desenho semelhante ao do carioca Campo Grande (1972).

Com esta segunda postagem demonstramos que as camisas semelhantes ao Rio Negro (Manaus) e ao Maguary, o time “Príncipe” de Fortaleza, são bem anteriores a 1925.

Pelas fotografias disponibilizadas a faixa preta diagonal já era usada antes mesmo da totalmente branca com manga longa, que marca o bicampeonato de 1928/29.

Com a participação do atacante José Rodolfo de Lima, nosso principal personagem focado nesta inédita e exclusiva série de reportagens documentais.

Time feminino também com a faixa

Uma das fotos comprova que não somente o elenco masculino, mas também o feminino usava uniforme idêntica.

A legenda da foto com os homens a informação é inverídica, pois o campeão de 1920 foi o América.

Para comprovar os placares e as datas dos jogos da campanha americana em turno único: 3 x 0 Centro Esportivo Natalense (domingo, 6/6/1920), 2 x 1 ABC (13/6) e 3 x 2 ABC (27/6).

Quem duvida pode acessar os sites “Futebol Nacional”, “Federação Internacional de Estatísticas de Futebol” ou o jornalista Rogério Torquato, com passagem pelo “Diário”. Ainda existe a alternativa de consultar o centenário “Diário de Pernambuco”.

Enfim, pelo exposto dos uniformes acredito que o clube alvinegro ficou procurando uma definição sobre a camisa “oficial”.

E achou a padronização definitiva partir de 1973, quando adota o uso sistemático da camisa número um, branca, com variação com a dois (listras verticais).

Tudo isso quando conquista o terceiro tetracampeonato (já havia sido na série do deca e no penta entre 1958/62).

Hoje as variações são mínimas. Tanto na camisa totalmente branca, com o tradicional escudo, como na vertical.

Assim os modelos diagonal e horizontal foram abandonados de vez...

FONTES

O Poti

Diário de Pernambuco

Arquivos do Futebol Brasileiro”

Federação Internacional de Estatísticas de Futebol

Futebol Nacional

Histórias do Sport

terça-feira, 30 de maio de 2023

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXVII)

Uniforme semelhante ao do Campo Grande (RJ) usado no Estadual e Nacional de 1972

A variedade dos uniformes do alvinegro potiguar sem sair do tom*

VANILSON JULIÃO

“Camisas brancas, mangas compridas, muitos bonés e mais um título: o de 29”

“O ABC, campeão de 1929, com o seu tradicional uniforme alvinegro, camisas de mangas compridas”

“...E a camisa branca, exclusiva, já identifica que se trata do ABC FC. Hoje, o clube, se não mudou as cores tradicionais do time, pelo menos já não conserva a jaqueta toda branca. Está usando com frequência uma jaqueta estilo olímpica, com listras negras caindo sobre os ombros. Depois da camisa que vestem os craques de 29, outras já surgiram. Listras horizontais, verticais, brancas com as letras A.B.C. bem estampadas sobre a “caixa” dos jogadores. Já possuiu uma camisa semelhante ao do Vasco da Gama...”

As aspas e o sublinhado destacam redundantes o título, legenda da foto e da segunda linha do primeiro longo parágrafo em diante frases da reportagem evocativa a campanha daquele ano assinada pelo repórter Everaldo Lopes Cardoso na página esportiva do semanário dominical “O Poti” e reproduzido o fac-símile postado no site “Histórias do Futebol” na esteira da série que aborda José Rodolfo de Lima e o envolvimento com o Galo da Borborema.

A insistente eloquência do texto o mesmo mostra a importante e perspicaz observação do já então experiente jornalista para um interessante assunto que o articulista, sem saber do ineditismo provocado por Everaldo Lopes, havia observado há uns dez anos e almejava abordar o tema: as variações dos desenhos dos uniformes do alvinegro.

As mudanças no layout do uniforme, no período abordado, entre a fundação do clube e os anos 60, época da reportagem, deixam de fora, portanto, as diferentes camisolas usadas a partir dos anos 70, em especial depois de 70/71.

Nos anos 40, inclusive, acredito que por pura coincidência, foram usados uniformes semelhantes aos usados pelo Rio Negro Atlético Clube, de Manaus, capital amazonense; e ao utilizado pelo Maguary, força cearense da época, e pelo uniforme conhecido como clube “cintanegrino” (a exemplo do manauara).

Da mesma forma o uniforme todo alvo semelhante ao Santos, São Cristóvão, do bairro carioca homônimo, são também semelhantes coincidências. Assim como a identificação com uma das camisas do Corinthians dos anos 60.

Durante a competição estadual e primeira participação no campeonato nacional (1972), o time preto e branco usa pela primeira vez uma camisa semelhante ao do Campo Grande, o assíduo representante suburbano do bairro do mesmo nome no Carioca nas décadas de 60/70.

Pelo eficiente resumo do falecido editor de esportes do “Diário de Natal/O Poti” e colunista do diário vespertino “Tribuna do Norte” não há motivo para explicar mais nada.

 

Uniforme (1925) parecido com o do Rio Negro/AM e Maguary/Ce

Uniforme semelhante ao anterior com o nome do clube

Uniforme semelhante ao anterior. Muda a cor do calção

Variedade na coloração ou pigmentação das listras

Com listras branca mais fina e preta mais larga (1965)

Outra variação no tom da cor e na largura da verticalização

A moda da largura máxima na listra preta no final dos anos 60

A imitação ao Vasco da Gama dos anos 5o é repetida

Mais uma variação da tradicional verticalidade dos anos 60/70

*As fotografias e outras estão disponibilizadas no site estrangeiro “Anotando Futebol”

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXVI)

Transcrição confirma assinatura na ata de criação do Galo da Borborema

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Publicação do clube com o mascote

Não há mais dúvidas. As listas disponibilizadas considera fundadores quem assinou a ata de fundação: José Eloy Júnior, Antônio Fernandes Bióca, Olívio Barreto, Luiz Gomes da Silva, José Sodré, Zacarias Ribeiro de Vasconcelos (Zacarias do Ó), José Rodolfo de Lima, Alberto Santos, Osmindo Lima, José Casado de Oliveira, José de Castro, Plácido Veras e Amélio Leite.

A ordem na casa foi posta pelo “Campeões do Futebol” com a transcrição do texto documental, assinada pelo secretário interino Alberto Santos (7/9/1925) e aprovada pelo presidente na mesma condição, Antônio Bióca (quinta-feira, 10/9), quando é rotulado apenas de “Sociedade Esportiva”. O nome Treze é aprovado dez dias depois na terceira sessão da assembleia geral.

Batido o martelo sobre as dúvidas do nome, graças ao site de responsabilidade de Sidney Barbosa da Silva, é preciso destacar que, provavelmente, com a mudança e oficialização do novo estatuto, Zé Rodolfo tenha sido confundido com José Casado de Oliveira.

Quanto ao apelido e mascote surgem posteriormente a partir de expressão do poeta Murilo Buarque (Catende/PE – 21/8/1908 – João Pessoa/PB, 19/1/1971), patrono da cadeira 24 da Academia de Letras de Campina Grande (fundada em 8/4/1981), e nome de rua no bairro Cristo Redentor, capital paraibana.

Também autor de um dos hinos do clube foi fundador e primeiro presidente da instituição literária “Academia dos Simples” e colaborou em jornais e revistas nordestinos. Além de poesias esparsas, deixou um livro inédito, “As caveiras e outras elegias”. (“Luz na Madrugada”, 1ª ed., IDE, pág. 135.)

 

FONTES/FOTOS

Bíblia do Caminho – Testamento Xaveriano

Campeões do Futebol

Diário da Borborema

Arquivo pessoal Luciano Jordan

Paraíba Criativa

Paraíba OnLine

Portal do Curimataú

Recanto das Letras

Retalhos Históricos de Campina Grande

Trezegalo

Viva Real

 

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXV)

Três nomes para uma mesma pessoa causam problema na ordem das coisas

JOSÉ VANILSON JULIÃO

As cinco provas – uma entrevista, uma carta, fichas de jogos e duas imagens –, ao que parece, não foram totalmente suficientes para dirimir todas as dúvidas sobre a participação de José Rodolfo de Lima no surgimento do Galo da Borborema.

A confusão está formada pelo fato de aparecer em apenas duas fontes com um “Silva” ou um “de Oliveira”, apesar do redator considerar a primeira grafia a mais correta e concreta no momento. E existem explicações para este posicionamento.

Primeiro o atleta aparece categoricamente na maioria das provas – gráficas e visuais – apenas como José Rodolfo. O “de Lima”, porém, é registrado em pelo menos duas ou três ocasiões nos jornais Associados do Rio Grande do Norte: “Diário de Natal” e “O Poti”.

O “da Silva” é o que pode ser descartado sem qualquer problema de culpa. Aparece solto em uma informação qualquer sem uma única citação de fontes primária e secundária.

O caso mais grave é o “Oliveira”. Inserido em papel legal de cartório (2º. Ofício de Notas) em 13 de setembro de 2013, um ano antes dos 90 anos do clube.

Mas que pode ter sido um “chute” aleatório de quem providenciou a documentação 88 anos após a gestação do Treze Futebol Clube.

Alguns personagens importantes e centrais que poderiam esclarecer todas as dúvidas já não estão entre os vivos: Antônio Fernandes Bióca e Plácido Ferreira Veras (“Guiné”), assuntos para a próxima postagem.

Presidente Eduardo Sérgio Souza Medeiroa

O “de Oliveira” aparece na reforma do estatuto na administração do presidente Eduardo Sérgio Souza Medeiros (foto: JORNAL DA PARAÍBA) com assessoria do advogado Walter Vasconcellos.

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXIV)

Panorama esportivo no artigo do desembargador João Maria Furtado*

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O falecido jornalista Everaldo Lopes Cardoso apontou o bacharel em Direito Salomão Filgueira, redator de “A República”, como o considerado primeiro repórter esportivo entre o segundo quinquênio dos anos 10 e a primeira metade da década de 20 do século passado.

Porém outro personagem, jogador do América, pode ser mencionado como pioneiro. Com artigos na revista mensal “A Palavra", da Congregação Mariana de Moços, traça a situação da liga e clubes na época de Zé Rodolfo.

João Maria Furtado

Como atesta na página quatro (julho/1922) texto do futuro desembargador João Maria Furtado, o "De Maria", com o título “DESPORTIVAS” (assim mesmo: caixa alta).

O primeiro parágrafo – Uma nova fase de vida e esperança, desperta agora, depois de um longo estacionar, para os esportes em nossa terra. E, principalmente os esportes terrestres, o futebol, o querido jogo bretão, reanima-se, e como a Fênix da fábula ressurge de suas próprias ruínas...

A publicação tinha como diretor o farmacêutico Lauro Guimarães Wanderley e redatores o professor Ulisses Celestino Góes, Perceval Caldas e Antônio Fernandes. Redação: Rua Coronel Bonifácio.

Passa a edição de setembro e a edição do mês seguinte (página três) veicula o resultado do Torneio da Independência (8/9), envolvendo o América, ABC e Centro Esportivo Natalense.

O primeiro jogo da competição organizada pela Liga Desportes Terrestres: América 0 x 0 ABC. Com arbitragem de Antídio Guerra. O alvirrubro se classifica (dois cornes contra um) para a segunda partida contra o CEN.

No primeiro tempo o time de camisa verde alcança a vantagem mínima (um corner de saldo). Mas na etapa complementar a representação americana empata.

O alvinegro retorna ao gramado. Entretanto o CEN abandona a cancha alegando gol de impedimento. Com o torneio indeciso! Conforme cobertura de J. M. Furtado.

Furtado, natural de Baixa Verde, volta ao assunto do desenvolvimento do futebol (19/6/1923): "Não há motivo de desanimar, nem de abandonar o que já está feito. Temos três clubes, uma liga, falta quem a dirija, pois vontade encontrará da mocidade natalense...”

No terceiro ano de circulação a revista (número 24) insere "Diplomados da Escola de Comércio" com cinco fotografias:

Júlio Souza Miranda (funcionário do Banco do Brasil), Carlos Fernandes Barros (auxiliar da contabilidade dos Correios), Francisco Silva Bastos (guarda livros da firma Ezequiel Mergelino de Souza), Manoel Aguiar Filho (Banco do Brasil) e Orlando de Oliveira (caixa da Anglo American Petroleo).

C. F. Barros é um dos fundadores do América (14/7/1915) ainda com jaqueta azul devido a existência do Natal Sport Club com a cor vermelha.

João Maria Furtado é lembrado pelo gol que deu o título do “Torneio da Independência” ao alvirrubro.

Como também pelo livro de memórias “Vertentes”, no qual relata passagens da “Intentona Comunista” (novembro de 1935).

 

*Texto original publicado no site “Navegos” (setembro/2022) com o título “O atleta e o redator”.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXIII)

Zé Rodolfo tinha ampla folga no incipiente e curto calendário do futebol potiguar

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A obra conta com poucas carências

Comparando as atividades do esporte entre Campina Grande e Natal pode-se atestar que o atacante José Rodolfo de Lima contava com bastante tempo para perambular pelas duas cidades e correr atrás da bola.

Nos primeiros anos da implantação e consolidação do futebol norte-rio-grandense as datas não eram preenchidas na totalidade. Demorava-se meses entre um jogo e outro. E até temporadas sem eventos de grande importância.

Entre novembro/1903, mês provável em que um dos irmãos Gomes Pedrosa chega da Inglaterra com a primeira bola na bagagem, e 1916, quando já haviam sido fundados ABC, América e Alecrim, imperavam os amistosos, inclusive o primeiro interestadual entre o alvinegro e o Santa Cruz (Recife), com vitória pernambucana.

Somente em janeiro/fevereiro 1917 acontece efetivamente o primeiro torneio, a “Taça Campeonato”, promoção do jornal “A Imprensa”, com a participação abecedista, americana e do Humaitá, ficando de fora o Potyguar, o primeiro com este nome, e o Natal Futebol Clube, que haviam surgido em 1910.

O primeiro campeonato propriamente dito somente no ano seguinte e não termina, com o Centro Esportivo Natalense/CEN liderando, por força da epidemia da gripe espanhola, a “Influenza”, que, apesar dos indícios “castelhanos”, o primeiro surto aparece nos Estados Unidos.

O segundo e terceiro são ganhos (1919/20) pelo alvirrubro. O de 1921 pelo CEN. Em 1922 ocorre apenas o Torneio do Centenário da Independência, vencido pelo América. Na ocasião as atividades estavam em banho maria e a ociosidade futebolística se estende pelo menos até 1925.

Ao entrar primeiro semestre de 1926 não há nada de novo no front. Até pelo menos maio, justamente o mês em que Zé Rodolfo participa dos quatro primeiros jogos amistosos do Treze, com folga total, pois o retomado campeonato potiguar, organizado por uma segunda liga, somente acontece no segundo semestre.

Ainda sem a existência do Estádio Juvenal Lamartine (inaugurado em 1928), mas com partidas no mesmo descampado, “ground” ou “prado” do Tirol no qual seria instalado o ‘JL’. Como prova enumera-se as datas e resultados dos jogos do América:

2 x 4 ABC (28/11), 2 x 1 Alecrim (5/12) e 2 x 0 ABC (21/12. Resultados encontrados no “Diário de Pernambuco”, que mantinha um correspondente especial responsável semanalmente ou quinzenalmente, com sequência indeterminada, pelo envio de material para a seção “O Diário no Rio Grande do Norte”.

Que sequer se encontram no conceituado site “Estatísticas Internacional de Futebol” ou no livro “História do Campeonato Potiguar – 1918/2020”, do pesquisador paulista Júlio Bovi Diogo, com a importante colaboração do conceituado pesquisador Marcos Trindade.

Estes dados são publicados pela primeira vez por este JORNAL DA GRANDE NATAL. 

E alguns ainda tem a ousadia de “creditar” o título ao ABC. Sem qualquer prova cabal.

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXII)

Histórica página de caderno também oficializa Rodolfo no Galo
Papelucho com fichas dos primeiros jogos é a quinta prova

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Pelo que se descreveu até agora a montagem com as fotografias dos 13 fundadores e a foto do elenco posado no primeiro jogo (sábado, 1 de maio de 1926) são as provas principais da participação do jogador do clube potiguar no “Galo da Borborema”.

Também de importância são depoimentos escritos. O primeiro é a carta aberta em que José Rodolfo de Lima, publicada no “Diário de Natal” (em julho de 1959) reclama do não reconhecimento da diretoria do alvinegro norte-rio-grandense.

O segundo é a entrevista inédita do antigo goleiro do Ypiranga, Luís Coutinho, o Lula, que cita Rodolfo e mais dois jogadores americanos jogando pelo Treze a convite de Antônio Fernandes Bióca.

Mais uma contundente prova, agora escrita e visual – diferentemente das anteriores – são as “fichas técnicas” em papel das primeiras partidas do Treze de Campina Grande. Disponibilizadas pelo site “Retalhos Históricos” da cidade do interior paraibano.

O historiador Mário Vinicius Medeiros Carneiro Medeiros, autor do livro sobre os 80 anos da agremiação, no aniversário de 90 anos (setembro de 2015), é quem descreve o importante documento, um desses papel pautado ou página de caderno escolar com as anotações das escalações, gols e datas.

O papelucho vai além do primeiro jogo. Resguardou para os anais da história o segundo (também contra o Palmeiras), o terceiro e quarto jogos! Em maio, dias 1, 23 e 30. E apenas um em 11 de julho contra o Palestra, o mesmo adversário do terceiro.

Vitória do Treze no primeiro (1 a 0), perde o segundo pelo mesmo placar (gol de impedimento ou “offside”) e ganha o terceiro (2 a 0). A visualização do pequeno papel, não disponibilizado por inteiro, “corta” o restante da última “súmula”.

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XXI)

O depois funcionário  público estadual Rodolfo e companheiros do bicampeonato 1928/29

VANILSON JULIÃO

Na reportagem do semanário “O Poti” e não “Diário de Natal”, com foi dito anteriormente, após arrazoado do repórter Everaldo Lopes Cardoso sobre os variados estilos de camisas do alvinegro (assunto interessante a ser abortado posteriormente), no quarto parágrafo aparece o que interessa de momento.

São os nomes ou apelidos dos jogadores do ABC que se tornaram bicampeões pela primeira vez depois do América conquistar também dois bicampeonatos (19/20 e 26/27), conforme atesta o famoso e antigo Almanaque Laemmert, sequência repetida (30/31, 48/49, 51/52, 56/57 e 74/75), só quebrada com o tetra de 1979/82.

Até então o ABC havia conquistado a Taça Campeonato (1917) frente ao Humaitá (vice) e América (lanterna), competição oficiosa promovida pelo jornal “A Imprensa”. Vitórias de 8 a 1 e 3 a 0 respectivamente. Em 1932 abre o caminho para o deca-campeonato.

Pela ordem da desfocada fotografia que ilustra a reportagem do jornal da cadeia midiática dos “Diários e Emissoras Associados” reproduzida pelo site “Histórias do Futebol”, do jornalista Sérgio Melo (“O Fliminense”, “Jornal dos Sports” e benemérito do Bonsucesso):

- Ubá, veio transferido do Rio Grande do Sul. Boa estatura, vigoroso, fraturou depois o nariz; Augusto Crise (dos três jogadores irmãos); Júlio Maciel, mossoroense, atacante de qualidade, vinha as vésperas dos jogos (residia no Recife na época da reportagem), trazido pelo treinador Vicente Farache Neto;

Arhur Martins, centroavante, oficial reformado, residente em Natal (forma trio com Maciel e Cabo João); Mário Crise, ponta-esquerda, o melhor da família, fez parte da “Seleção Fantasma do Nordeste” semifinalista do Campeonato Brasileiro/1934; nosso herói Zé Rodolfo (funcionário do IPASE), tinha ótimo chute e corria bastante;

Jonatas, goleiro, major da ativa, mora no Rio de Janeiro; Poti Crise (o menos brilhante dos manos), , não teve carreira longa, mecânico em Campina Grande; Dorcelino, zagueiro-direito, defendeu o ABC por anos, entrando pelo “deca” (companheiro de Manoel Francisco da Silva, o Nezinho I), morreu na explosão de uma caldeira; Manoel Joaquim, médio-esquerdo, arrojado e abnegado.

A formação real: Jonatas, Dorcelino, Poti, Ubá, Mário, Manoel, Rodolfo, Cabo João, Arthur, Maciel e Augusto.

O Cabo (João Accioli), atacante ou meia-esquerda, torcedor do América, esteve no segundo bicampeonato americano. Depois foi conselheiro e árbitro. Era do selecionado semifinalista do Brasileiro de Seleções eliminado pela Bahia fora de casa.

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XX)


Estilização do escudo e uniforme feitos pelo site "História do Futebol" com base em fotografia do  final dos anos 20, com José Rodolfo de Lima, publicada no "Diário de Natal" nos anos 60

Zé Rodolfo, recente campeonato e correto esclarecimento sobre número de títulos

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A base para o pesquisador gabaritado ser respeitado e ter credibilidade são as fontes fidedignas, rigidez na coleta de informações e precisão na escrita dos dados, sempre que o levantamento primário ou secundário proporcionar, com o intuito da isenção, preservar a razão e não a emoção de torcedor.

O repórter constatou erros com propósito ou sem, nos últimos dias, com a recente conquista pelo América do campeonato estadual de número 36 (e não 37 como alardeia a imprensa “de jornal, televisão, rádio, sites e blogs”).

Os repórteres, comentaristas e repórteres em geral também cometem irresponsabilidade pela divulgação a exaustação, sem qualquer base comprobatória ou consultas prévias, do número 57 como o total de “canecos” levantados pelo ABC.

Afirmo que, desde agosto de 1982, quando entrei para estagiar no diário matutino “Tribuna do Norte”, não li nenhum pesquisador potiguar (mortos e vivos), errar tanto.

Foram unanimes em informar que as temporadas de 22/23/24/25 carecem de dados ou tais competições não aconteceram.

A mania corrente e insistente da maioria dos torcedores, dirigentes, radialistas e jornalistas é a “apropriação indébita” até de alguns títulos dos outros clubes.

Notadamente o América, pois mesmos os dois primeiros do Alecrim (1924/25) são divulgados apenas com os placares dos jogos e sem datas

Esses espalhadores e deturpadores influenciam e induzem a repetição das inverdades pelas mídias nacionais, cujos editores e repórteres são preguiçosos e não consultam as verdadeiras fontes críveis.

Essa turma local, velhos e novos, poderia pelo menos respeitar a memória de falecidos pesquisadores respeitados, como o jornalista Everaldo Lopes Cardoso, o desportista Luiz Gonçalves Meira Bezerra e José Procópio Filgueira Neto.

Ou consultar os conhecidos Carlos Alberto do Nascimento, Joaquim Martiniano e Marcos Avelino Trindade antes de saírem dizendo ou publicando besteiras para enganar os leitores e ouvintes.

Provo por A mais B que os enganadores se apropriam de pelo menos dois títulos americanos, o de 1920 e o de 1926, o de 1921 (do Centro Sportivo Natalense) e de pelo menos um dos anos 20 creditado ao Esmeraldino.

O número real de taças abecedistas é 52. Mesmo assim o alvinegro continua na frente de conquistas.

E não há nenhum demérito para os demais clubes.

E os torcedores do preto e branco podem continuar se vangloriando!

Voltaremos ao assunto...

domingo, 28 de maio de 2023

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XIX)

Recorte de jornal pode confirmar o mesmo jogador para os dois clubes

JOSÉ VANILSON JULIÃO


A pesquisa para a inédita e exclusiva série não encontra nenhuma fotografia original do elenco do alvinegro potiguar que possa comprovar que José Rodolfo de Lima possa ser o mesmo atacante que participa da fundação do e do primeiro amistoso (valendo até taça) do também clube preto e branco de Campina Grande.

Porém reportagem do falecido jornalista Everaldo Lopes Cardoso para o “Diário de Natal” (anos 60), sobre primeiro bicampeonato da Liga conquistado pelo ABC (1928/29), é ilustrada com mesma fotografia com pose da onzena, na qual está o nosso personagem principal.

O repórter verifica primeiro o antigo flagrante na página esportiva da desativada mídia impressa da capital potiguar. Com o detalhe de que a original disponibilizado na coleção de jornais da Biblioteca Nacional (Brasília/Distrito Federal) e a reprodução dificultam a visualização.

A reportagem é impressa pelo sistema de linotipia (provas com chumbo derretido e por isso chamado de “composição a quente). A tecnologia “offset” (“a frio”), implantada no primeiro semestre de 1970, melhora sensivelmente a nitidez das imagens e acaba com as falhas no texto.

Explicada a mudança tecnológica que poderia ter favorecido a melhor visão para reafirmar que os dois "Zé Rodolfo”, o primeiro agachado no “fac-símile” (site “História do Futebol” – 1/11/2017), são a mesma pessoa.

Pela singularidade do rosto nas fotos publicadas até agora, e tem a mesma cor de pele (branca). Pois o articulista ainda admitia que o atacante abecedista poderia ser negro.

Jogador do ABC participa da fundação do Treze (XVIII)

Pesquisador Mário Vinicius entrevista o fundador Antônio Fernandes Bióca nos anos 90

Zé Rodolfo é citado como um dos idealizadores do Estádio Presidente Vargas

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O pesquisador Mário Vinicius indica que José Rodolfo também consta na lista dos dirigentes do Galo da Borborema que procuram o governador paraibano Argemiro de Figueiredo para concretizar um estádio com instalações adequadas em Campina Grande.

A ideia germina após do retorno da agremiação aos treinamentos ao encerrar um período de hibernação entre 1929/30 e 37. A volta coincide com o término da carreira de Zé Rodolfo no América de Natal depois de deixar o ABC.

Constam em livro sobre os 80 anos que Antônio Fernandes Bioca, Zacarias do O, Luiz Gomes e Tibúrcio dos Santos são orientados por Figueiredo a procurar um terreno para comprar e repassar ao alvinegro.

Uma área de 25 metros quadrados, na Rua D. Pedro, Bairro de São José, é escolhida (4/4/1938) para doação e a construção. São aumentadas as dimensões com a aquisição, por 10 contos de réis, do terreno com frente para a Rua Teixeira de Freitas. Parte do dinheiro foi doação de José Augusto Júnior. O restante obtido por campanha popular.

As equipes do jogo inaugural relatado anteriormente: Treze: Álvaro, Clodoaldo, Jiló, Martelo, Pedro Macaco, Delorme, Clóvis, Aderson, Holanda, Genival e Mota. Alcides inaugura o placar (os outros gols são desconhecidos); para o Galo: Aderson, Pedro Macaco e Genival.

O primeiro interestadual Treze 5 x 2 Santa Cruz/PE (14/4). Em 1948 é construída a arquibancada. O “Campo do Galo” foi o primeiro paraibano com túneis de acesso ao campo, para jogadores e árbitros, e refletores.

PREFEITO DE CEARA MIRIM

A série de artigos sobre a estadia do poeta amazonense Thiago de Mello na Paraíba e Rio Grande do Norte para o site “Navegos” Aderson Eloy é citado como cicerone do literato em artigo para o jornal carioca O GLOBO.

O “Jornal A Palavra” (31/10/2017) relaciona de dez mulheres e 44 homens que compõem a “LISTA DOS 50” que, em todos os tempos e áreas, contribuíram de forma exponencial para o crescimento de Campina Grande.

A eleição acontece no aniversário de 153 anos do Município (11). No dia 5 do mês seguinte o engenheiro civil potiguar José Gotardo Emerenciano comenta e acrescenta por conta Aderson como representante do esporte.

O primeiro registro no futebol é encontrado em “A União” (quarta-feira, 6/6/1934). A coluna “Desportos” veicula nota do expediente da Liga sobre regularização de atletas do “Esporte Clube”, “Sol Levante”, “Pitaguares” e “Botafogo”.

Também noticia o surgimento do novo campo do “São Bento”. E uma sessão ordinária do alvirrubro “Cabo Branco” com assuntos diversos. Com entrega de medalhas aos atletas de primeiro e segundo quadros pelas temporadas 1931/32. Entre eles Aderson.

O correspondente especial Lauro da Escóssia relata temporada do Treze em Mossoró para o “Diário de Pernambuco” (quarta-feira, 26/7/1939). Centro Esportivo e Bangu vencem o visitante (15/7 – 6 x 2 e 16/7 – 4 x 2).

A delegação chega à noite do dia 13 (!). É recebido na Praça Vigário Antônio Joaquim. E saudada pelo orador da Associação Mossoroense de Esportes Atléticos (AMEA), Carlos Borges de Medeiros.

Agradecem Antônio Cabral (presidente da embaixada), José Elóy Júnior (tio do prefeito), João de Souza Barbosa, Emílio Farias e Antonio Telha (representa o prefeito de Campina Grande). Falas retransmitidas pela amplificadora.

O quadro paraibano: Álvaro, Jiló, Raimundo, Martelo, Ataíde, Josué (Lula), Simplício, Aderson, Bil, Combraca (Zezé) e Mota (Chiquinho).

 

Mário também entrevista "Guiné", autor do primeiro gol do Treze, em 1 maio de 1926

FONTES

A União

Diário de Pernambuco

Globo Esporte/PB

História do Futebol

Zenaide Ferreira

Súmulas Tchê

Soesporte