Consulta

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Bececê – o ‘canhão’ mossoroense (III)

No alviverde da capital paulista Bececê entrou em campo 18 vezes e marcou quatro gols

Ponta-esqueda fez parte da primeira Academia palmeirense

José Vanilson Julião

Depois de ser contratado pelo alviverde da capital paulista a estréia no amistoso SEP 1 x 0 Vila Nova (28/1/1961) em Goiânia. Último jogo do ano no amistoso Náutico 2 x 1 nos Aflitos (21/6). Ao retornar para o Palmeiras em 1964: 4 x 1 Sport na Ilha do Retiro (29/3) com o último gol.

Com a aposentadoria nas horas vagas treina o Avicultura Colorim da Rua Caiowaá, 324, na zona oeste da metrópole paulistana. E participa de jogos entre os veteranos e encontros ao lado de antigos atletas palmeirenses, um deles em 2012.

Por 40 anos foi funcionário no Liceu Coração de Jesus (Alameda Dino Bueno), no bairro de Campos Elísios, centro da capital paulistana. Lá era o seu Chico, auxiliar administrativo.

A origem do apelido surge no Exército: - O sargento ensinava a tropa para aprender o ABC. Só que, quando eu ia falar, só saia "abcc".

Bececê: apelido veio do Exército


Não havia meio de falar certo. O sargento então passou a me chamar de "Abecece". Até que ele mandou me chamou e disse que era melhor tirar o A e ficar só o "becece". E aí pegou!

É casado com Rosa Debre, filha de italiano, com quem tem as filhas Simone, Sirlene e Adrea. Revelações da mais recente entrevista concedida ao jornalista Helvídio Mattos (Blog Ultrajano – 6/4/2021).



Bececê na  extrema-esquerda da Esportiva de Guaratinguetá, interior de São Paulo


terça-feira, 27 de abril de 2021

Bececê – o ‘canhão’ mossoroense (II)

O mossoroense Bececê atuou na ponta-esquerda do Fortaleza entre 1958 e 1960

 

Campeão interiorano cearense pelo selecionado de Limoeiro do Norte

José Vanilson Julião

A fama do goleador potiguar chega à região do Vale do Jaguaribe e ele acaba campeão invicto do sexto campeonato municipal (Copa do Sertão) pela seleção do município de Limoeiro do Norte na temporada 1957, mas a final acontece no ano seguinte contra Caucaia (2 x 0 – 5/1), gols de Chico Limoeiro e BCC.

Parsival Barroso
Com o resultado a Limoeiro leva a Taça Senador José Parsifal Barroso (Fortaleza, 5/7/1913 – 21/4/1986) – advogado eleito depois governador (1959/63) – e ganha em definitivo por Maranguape ao vencer a competição pela terceira vez (1993).

Após a conquista perde amistoso para o Ceará no (3 x 0 – 28/1/1958). Com campanha pelo selecionado do interior chama a atenção do Tricolor do Pici. Em 9/4 já está no Fortaleza pelo Cearense contra o alvinegro Usina Ceará (3 x 1).

60 anos depois da promoção da quilométrica Associação dos Cronistas Profissionais do Estado do Ceará (APCDEP) o comentarista Paulo Noronha organiza homenagem aos campeões (18/1/2008), quando comparecem 14 atletas, sendo lembrados em memória outros cinco. Os homenageados foram agraciados com a Comenda Irapuan Feitosa.

Em 18/7/1959 marca no amistoso Fortaleza 2 x 2 Santos, na estreia do atacante santista Angelo Benedito Sormani. No final do ano é campeão e artilheiro do Cearense (21 gols) pelo Fortaleza, com o último no primeiro jogo da final (1 x 0 – 22/11) e passa em branco nos demais (1 x 1 e 0 x 0).

Em amistoso contra o Madureira (2 x 1 – 3/7/1960) faz um gol.  Na Taça Brasil marca contra ABC no Estádio Presidente Vargas (3 x 0 – 11/9), Moto (2 x 0 – 22/9 e 1 x 1 – 25/9), Bahia (2 x 1 – 16/10), dois na semifinal contra o Santa Cruz (2 x 2 – 16/11) e mais um contra o tricolor pernambucano 2 x 1 (23/11).

É vice-campeão na final contra o Palmeiras (3 x 1 – 22/12 e 8 x 2 – 28/12) e também artilheiro (sete gols) da segunda edição da competição, que indica o representante nacional na Taça Libertadores da América.

A campanha o leva ao elenco do Palmeiras (18 jogos e marca três gols em duas temporadas: 61 e 64. Em seguida a camisa grená do Juventus da capital (1961), Noroeste/Bauru (62), Esportiva/Guaratinguetá (63), Prudentina/Presidente Prudente (64), Ferroviária/Araraquara (65), Bahia (1968) e Paysandu/Belém (1969) e encerrar a carreira no venezuelano Valencia (1970).

A CBF equipara Taça Brasil (1959/68) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/70) ao campeonato nacional. Palmeiras e Santos foram alçados ao posto de maiores campeões. O que pouca gente sabe - ou valoriza - junto com os títulos os números entra para as estatísticas.

Situação que coloca outros nordestinos no grupo de artilheiros nacionais. Na maioria aparecem com artilheiros o Santa Cruz, Bahia e Sport. Com a unificação entram Fortaleza, Confiança, Náutico e Treze.

 

Bececê também figurou na ponta-esquerda do Limoeiro do Norte, município vizinho a Mossoró

Artilheiros

Taça Brasil

1959 – Léo (Bahia) 8

1960 – Bececê (Fortaleza) 7

1963 – Ruiter (Confiança) 9

1966 – Bita (Náutico) 10

1967 – Chicletes (Treze) 9

Série A

1973 – Ramón (Santa Cruz) 21

1990 – Charles (Bahia) 11

2016 – Diego Souza (Sport) 14

 

Fontes

Acervo do Santos

Almanaque do Palmeiras - Celso Unzette e Mário Sérgio Venditti

O Povo

Tribuna do Ceará

Globo Esporte

Blog do Marcão

Blog do Roberto

Jogadores do Palmeiras

Jornal Pequeno/MA

Limoeiro do Norte

Botões para sempre

Futebol 80

O Gol

Terceiro Tempo

Ultrajano

Verdazzo

Vovôpedia

domingo, 25 de abril de 2021

Bececê – o ‘canhão’ mossoroense (I)

Uma das últimas formações do Ferroviário dos anos 60

Artilheiro começa no tricolor da Rede Ferroviária no Oeste potiguar

José Vanilson Julião

O centroavante e ponta esquerda Francisco Gervazio Filho (Mossoró/RN, 1/1/1936), o Bececê, inicia a trajetória no Ferroviário Esporte Clube, fundado em 28/11/1947, quando é escolhido o primeiro presidente o comerciante Manoel Veras Leite.

O treinador estreante Antonio Lauro de Mendonça (“Peroba”) monta o elenco com os melhores jogadores da época: Jairo, Dalmiro, Dudeca, Rafael, Dandão, Ponteiro, Zequinha Melado, Carapeba, Anemiro, Anacleto e Waldir.

O técnico Francisco de Petró conduz o clube ao primeiro título municipal (1956) com: Agostinho, Miguel, Dedite, Renato Andrade, Borrego, Milton Cabinho, Mundoca Firmino, Sulina, Bececê, Miranda e Waldir.

Frente ao América

No ano seguinte perde amistoso para América no Estádio Juvenal Lamartine (8 x 4 –sábado, 4/5/1957), gols de Gilvandro, Abel, Juarez, Cezimar (dois), BCC, Wallace, Saquinho, Jorge, PV e Waldir. Árbitro: Walter Araújo Pedrosa. Renda: Cr$ 16.055,00.

Alvirrubro: Chicão, Maurício, Dico, Papagaio, Pacatuba, Mauro (Oliveira), Gilvandro (Abel) (Jorge), Juarez (Abel) (Saquinho), Wallace e Pevê. Treinador: Herwin Hacradt de Souza

Tricolor: Romildo (Alberto), Dedito, Mimi, Toinho, Borrego, Zezeca (Patrocínio), Becece, Calunga, Cezimar, Sulina e Waldir. Treinador: Jerônimo Felipe (Gerin)

Outros detalhes: no elenco americano o mossoroense Juarez Canuto de Souza, filho do antigo jogador alvirrubro Hemetério Canuto, bi-campeão estadual (30/31), artilheiro do Cearense pelo Calouros do Ar (1960 – 14 gols), pelo qual atua até 1963, depois de sair do próprio América no ano anterior.

Antes Juarez havia saído de Mossoró para o América pernambucano (1950). Em 1951 atua pelo rubro-negro Centro Esportivo Açuense (CEA), fundado pelo pernambucano radicado na cidade, Arcelino Costa Leitão, sendo também contratado pelo ABC após amistoso do alvinegro contra o time amador interiorano.

No time visitante como treinador o ex-goleiro americano, campeão potiguar (46, 48/49, 51/52 e 56). Além de José Cezimar Borges, que atua posteriormente pelo clube vermelho e branco, sendo um dos treinadores em 1969.

Logo depois acontece o licenciamento. O retorno a Liga ocorre em 1963, quando incorpora ao elenco Alderi, Alcides, Walney, Arranha, Chinês, Arandir (jogou pelo ABC e América), Isaías, Nonô, Mota, Caluca e Aldecir Cardoso.

Nesta turma um dos destaques: Walney Moreira da Costa (Vale do Jaguaribe/CE, 18/7/1940) começa no cearense Atlético (Russas), passa pelo suburbano mossoroense Santos (campeão em 1959), Potiguar (1960) e Baraúnas (1972), ao lado do cunhado, o falecido comentarista Lupércio Luiz de Azevedo.

No centenário do município (1970) o treinador Sarmento comanda o tricolor no segundo título com: Pedro Sales, Milagre, Mavinier, Gaudêncio, Xexéo, Josenor, Lima, Lourinho, Nôpa, Mário Jorge e Chiquinho. Em 1972 veio o terceiro caneco.

Cadetes

O tricolor, antes da desativação, perde amistoso para o carioca São Cristovão no Estádio Manoel Leonardo Nogueira (0 x 3 – 12/2/1974). Gols: Sena (pai de Leandro Sena), Jairzinho e Santos. Árbitro: José Pereira. Renda: Cr$ 8.500,00.

Ferroviário: Gravatá, Holanda, Tiú (Nivaldo), Jaime, Zé Carlos Tapioca, Eurico, Josafá (Manoel Ananias), Ademir (Mano), Pistola, Nino (Galão) e Vavá.

Clube alvo: Jair, Luiz, Nélio, Neném, Peixinho, Padeirinho, Joel (Santos), Milton, Sena, Madeira e Jairzinho.

Olismar Almeida

Nota do redator
: Aproveito para homenagear o repórter, narrador, comentarista, pesquisador e professor universitário Olismar de Medeiros Lima (Caraúbas, 1/5/1948 – Mossoró, 11/4/2021) – torcedor apaixonado do Baraúnas – falecido em decorrência do vírus Corona. Fui pego de surpresa assim como o jornalista Kolberg Luna Freire (amigo dele). Há pelo menos dois meses Onesimar Carneiro, representante da Associação de Garantia ao Atleta Profissional (AGAP/RN), me deu o telefone dele, mas o contato terminou não acontecendo.

 


FONTES (textos/fotos)

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

De Fato

Carlos Santos

Jota Belmont

Instituto de Pesquisa Olivar Monte

Marcos Avelino Trindade

 

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Especulações da chapa oposicionista na eleição do Potiguar

 

Valeriano fez sucesso em Recife, Rio e São Paulo

Empresário gráfico estaria cotado para ser o vice do ex-jogador Reinaldo

José Vanilson Julião

Já corre em rede social a expectativa do empresário do ramo gráfico, Pedro Fausto de Oliveira, compor a chapa oposicionista encabeçada pelo ex-jogador Reinaldo Francisco de Oliveira, pré-candidato a presidente do Potiguar Esporte Clube. Porém pode se tratar de um balão de ensaio. Pois um braço direito dele não confirma a informação.

O repórter coleta na página social do Valdemir Ferreira da Silva, o “Tapioca”, que a candidatura de Reinaldo Francisco de Oliveira tem em pauta a completa reestruturação administrativa, social e física do PEC.

Do candidato da situação, o ex-vereador Valério Felipe Santiago, nada encontra na internet. Mas uma entrevista a um jornal da capital, em maio de 2019, indicava o mesmo sentido de recuperação.

O blog recebe do ex-goleiro americano e alecrinense, o catarinense Valdir Appel – que fez história no Vasco da Gama – votos de sucesso ao “Rei” na empreitada fora das quatro linhas. O jornalista Gonzaga Maciel manifesta o apoio.

Histórico

O alvirrubro foi fundado em 26/5/1945 pelos servidores da base aérea do então distrito da capital potiguar, emancipado em 1958 por iniciativa de lei proposta pelo falecido deputado estadual Gastão Mariz.

Entre os principais abnegados o tenente Luis Gonzaga de Andrade, que exerceu a presidência e outros cargos diretivos, sendo, inclusive treinador. O estádio do clube leva o nome dele, localizado na Rua Comandante Petit (Centro).

No ano seguinte estréia no Estadual. Licenciado em 1953 retorna em 1962. Em 1965 mais uma retirada para retornar a competição em 2002 para permanecer até 2008, quando é rebaixado para a segunda divisão.

No currículo o título do Torneio Municipal de 1948 (turno único com jogos em rodada dupla) com uma rodada de antecedência antes do clássico América 3 x 1 ABC (27/6).

Artilheiro: o atacante Francisco Valeriano de Almeida (Mossoró, 24/10/1926 – Bauru, 4/4/2015) com sete gols.

O ponta-direita ou centroavante Valeriano fez esta carreira: ABC (48), Potiguar/Parnamirim (48), América (49), América/PE (49/52), América/RJ (52/55), Noroeste (56/58 e 61), Garça (59) e Botucatuense (60).

Com este time base: Amaral, Arnaud, Dromé, Paiva, Arlindo, Biu, Pedro Augusto, Valeriano, Abel, Cearense e Rodrigues.

E o Torneio Seletivo (2002) promovido pela Prefeitura na segunda gestão do jornalista Agnelo Alves.

 

Valeriano é o penúltimo (à direita) na linha atacante do Noroeste

Torneio Municipal

Potiguar 2 x 3 Santa Cruz (22/5)

Potiguar 3 x 2 ABC (3/6)

Potiguar 5 x 3 Atlético (6/6)

Potiguar 4 x 0 América (13/6)

Potiguar 5 x 2 Juventus (17/6)

 

Fontes

Agora

A Ordem

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

Blog do Mequinha

Blog do Norusca

JCNet

Terceiro Tempo

Toscano Neto

 

 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Ex-centroavante Reinaldo concorre à presidência de clube em Parnamirim

Ex-atacante  de ABC e América disputa eleição com ex-vereador Valério Santiago


Por José Vanilson Julião 

Reinaldo no Santos F.C

O ex-futebolista concorre pela primeira vez, enquanto o político concorre à reeleição para a presidência do Potiguar Esporte Clube. A escolha da nova diretoria ocorre no dia 1º de Maio. Campanha já é discutida pelos internautas em rede social.

Reinaldo (11/12/1953) dispensa maiores apresentações. Mas é bom lembrar que tem conhecimento do meio, como revelação do América de Natal em 1971, do qual saiu para o ABC (1976 e 84/86), posteriormente atuando pelo Santos (76/79), Internacional (78/79), Marília (79), Náutico (80/81), Flamengo (81/82) – 43 jogos e sete gols – e Vila Nova/GO (83).

Valério (Natal, 8/10/1939) foi peladeiro do alvirrubro na juventude, sendo eleito 11 vezes consecutivamente para a Câmara de Vereadores parnamirinense, a primeira delas em 1968, ainda quando o município se chamava Eduardo Gomes.

Exerceu a presidência da mesa diretora 72, 89/90 e 95/96. Ele concorre ao Poder Legislativo municipal pela última vez em 2016 pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) na coligação “União e Vitória II” em composição com PRB, PMB e SD.

O filho Valério Júnior foi presidente do PEC (2017/18) e o pai estava licenciado do cargo.

FONTES

Blog Jota Maria

Câmara de Parnamirim

Gazeta do Povo

O Gol

Potiguar Notícias

Terceiro Tempo

Trampolim da Vitória

quarta-feira, 21 de abril de 2021

O interino treinador ‘germânico’ americano

 

Lua de mel ocorre no Grande Hotel do Recife (PE)

O empresário potiguar filho de alemão Hans Walter Luck falece no Recife

José Vanilson Julião

O potiguar de sangue alemão Hans Walter Luck (Natal, 3/10/1923 – Recife, 25/7/2011, Recife), era filho do cônsul, o comerciante Ernest Walter Luck (Gevelsberg, 1883, no estado da Westfalia – 1953, Recife), e Elizabeth Luise Bamberger (1886 – 1956), com nome “sorte” em inglês, chamava atenção pelos dois metros de altura aparece como treinador interino no segundo semestre de 1950.

Hans e Iria Carvalho casam em 1948
Ele orienta o alvirrubro em pelo menos cinco jogos: 2 x 2 Riachuelo (amistoso – 27/8) um no estadual (0 x 0 ABC – 24/9), Treze (2 x 2 – 22/10), e em João Pessoa, contra Auto Esporte (4 x 2 – sábado, 4/11) e Botafogo (5 x 3 – domingo, 5). No ano seguinte continua envolvido com o futebol, mas como diretor de Desportos Terrestres da Federação. Em março de 1958 se dispõe a intermediar amistosos do América com clubes pernambucanos.

Em 1960 funda no Recife a Luck Viagens, instalada numa pequena sala no Edifício Bancomércio (Rua Matias de Albuquerque). Em 1970 o irmão Werner Ferdinand, dois anos mais velho, compra a empresa, que passa a prestar, também, serviços de turismo receptivo. Diz o site da empresa: - O domínio Luck sobre o segmento deixou marcas de pioneirismo: publicada a primeira cartilha para guias e compra o primeiro ônibus específico para turistas.

Consolidada no mercado expande serviços e oferece agenciamento para eventos, área em que é líder em Pernambuco. Com 500 colaboradores e 60 anos de inovação o grupo está presente em quase todo o Nordeste com o receptivo está entre as líderes do atendimento ao ramo corporativo e dispõe de serviço personalizado no Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre (Recife), com sala VIP (acrônimo de Very Important People) e apoio para procedimentos de embarque e desembarque.

A única fotografia encontrada na internet refere-se ao casamento com Iria Carvalho (10/4/1948), pertencente a uma conhecida e tradicional família do município de Nísia Floresta. Na festa as flores da decoração foram tulipas trazidas da Holanda, pela KLM, e a lua-de-mel no Grande Hotel (Recife).

- José Nicodemus Couto da Silva, cirurgião-dentista da Polícia Militar, dá notícia do falecimento no Real Hospital Português (Recife). Vinha sempre a Natal. Fazia parada na loja de José Rezende, na Rua Doutor Barata (Ribeira). (Woden Madruga - TN, 30/07/2011)

A GUERRA

Stanley E. Hilton, no livro “Suástica sobre o Brasil: a história da espionagem alemã no Brasil – 1939/1944”, diz que na capital potiguar o contato seria com Ernest Walter Luck, o cunhado Hans Werbling e Richard Burgers. É provável que este encontro tenha ocorrido na casa de Luck, na Rua Trairi, 368, Petrópolis.

A grande preocupação do FBI e do Departamento de Estado era a movimentação em torno de uma casa de ferragens na Ribeira. O comércio, segundo os americanos, tinha algo mais por trás do seu balcão: um "perigoso" agente a serviço do nazismo.

Assim era tratado, nos documentos enviados para Washington, Ernest Walter Luck, alvo de investigação, como mostra reprodução da ficha elaborada pelo FBI. Acusado de passar informações ao chanceler Adolf Hitler (1889-1945), por meio do Consulado em Recife, Luck foi condenado. Ficou na prisão de 1942 a 48, na Colônia Penal de Jundiaí, no município de Macaíba, a 25 quilômetros de Natal. A família (a mulher Elizabeth e os filhos Walter e Werner) foi detida dias depois.

Hans Wieberling e Richard Burgers, acusados de cumplicidade, também foram para a cadeia. No seu depoimento, o dono da casa de ferragens disse que trabalhou como agente para o consulado alemão por conta das dificuldades financeiras. A família de Luck informou que o pai não era nazista e trabalhou para os alemães antes do governo brasileiro adotar uma posição durante a guerra.

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Fernando Machado

Genealogia

Luck Viagens

Magno Martins

Parentesco

Panrotas

Revista Eventos

Tok de História

O major da FAB no comando americano

 

Salgueiro é o último em pé no Calouros do Ar campão cearense de 1955

Paulo Salgueiro foi campeão cearense pelo Calouros do Ar. Tricolor desiste da Série C local

José Vanilson Julião

Depois de ser campeão cearense o major da Força Aérea Brasileira (FAB) no segundo semestre de 1958 se encontra no Rio Grande do Norte transferido para Parnamirim. A estadia coincide com a saída de Álvaro Barbosa, campeão potiguar no ano anterior com o alvirrubro, que alcançara o bi iniciado com o Orlando Braga (1956).

O gaúcho de Pelotas Álvaro Barbosa havia perdido de 0 x 3 para o ABC (domingo, 12/10/1958). Na segunda-feira Paulo Salgueiro aceita convite do presidente Heriberto Bezerra e no domingo, 19, assume com vitória sobre o Alecrim (4 x 1). Ele treina o elenco pela última vez contra o Riachuelo (4 x 4 – quarta-feira, 26) após ser transferido para o Rio de Janeiro.

Quando assume o sargento da Aeronáutica, Moacir Ribeiro da Silva, que permanece no cargo até dezembro do ano seguinte, ocasião em sai também na mesma situação do comandante anterior, assumindo o zagueiro Herwin de Souza Hackradt. Salgueiro comanda o elenco por seis jogos, cinco oficiais e um amistoso, com saldo de uma vitória, três empates – um deles contra o Treze (Campina Grande) – e duas derrotas.

O diário vespertino O Poti (terça-feira, 14/10/58) noticia a confirmação do convite, feito na semana anterior. O posto de diretor técnico, desde a gestão de Rui Barreto, era do desportista Joaquim Guilherme, transferido para o departamento social, como pedira por falta de tempo para exercer a função anterior. Salgueiro assume ás vésperas do começo do quadrangular final do returno do Estadual, que conta, ainda, com ABC, Alecrim e Riachuelo.

Reportagem inédita publicada o ano passado pelo jornal mensal CORREIO POTIGUAR – controlado pelo radialista e repórter fotográfico Graciano Luz – Paulo Salgueiro indica participação dele na diretoria do América carioca como superintendente (anos 70).

ANTECEDENTES

A primeira notícia que se tem do focado é pelo diário carioca Correio da Manhã (sexta-feira, 11/8/44) com a relação dos 100 aspirantes a oficial aviador diplomados na manhã seguinte. A solenidade no Rio conta com grupo de uruguaios que fizeram o mesmo curso preparatório.

Em 1952 o capitão presta serviço no campo dos Afonsos. Passa a major, tenente-coronel (anos 60) e chega à reserva como brigadeiro do ar (posto máximo) em 2005. Coincidentemente no ano em que presta serviço no Rio é fundado o Calouros (1/1).

Era América, outra coincidência, com o homônimo potiguar. Muda o nome para homenagear o conjunto musical da Base e os aspirantes que chegavam à cidade. No ano seguinte está na divisão principal, vindo, por uma dessas anomalias do futebol, da terceira divisão.

O comando da corporação apoia o clube. A torcida formada pelo efetivo. Os jogadores quase todos militares. O uniforme lembra o do Fluminense: A diferença é a cor vinho em lugar do vermelho. O “Tremendão da Aerolândia” mandava os jogos no “Brigadeiro-Médico José da Silva Porto”, estádio da Base, e possuía secretaria, lavanderia, vestiários e capacidade para três mil expectadores. Hoje é de uso exclusivo de militares.

O primeiro jogo profissional ocorre em 10/5/53 (Gentilândia 1 X 1). Em 1954 participa festa dos 40 anos do Ceará, organizada pelo diretor alvinegro, Ivonisio Mosca de Carvalho. O Glorioso treinado por Gentil Cardoso joga duas vezes. No sábado, 12/6, no Presidente Vargas, Calouros 1 x 0. O mossoroense Orlando Ciarlini (parente da ex-prefeita, ex-governadora e ex-senadora Rosalba Ciarlini Rosado), marca 40/2.

O goleiro ganha uma garrafa de uísque e depois prefere seguir a profissão de armador. Aposentado dedica parte do tempo ao Iate Clube (Praia do Mucuripe), que dirigiu por muitos anos até virar sócio benemérito. Inclusive a sede social leva o nome de “Comodoro Francisco Martins de Lima”.

Calouros: Chico, Pedrinho, Azevedo, Jandir, Helder (Zanata), Índio, Luciano, Zezinho, Beto (Orlando Ciarlini), Nelsinho e Zuzinha. Botafogo: Pianoswisky, Gerson, Floriano, Arati, Bob, Juvenal, Garrincha, Dino, Carlyle, Paulinho e Vinícius. Juiz: José Tosta. Dia seguinte Botafogo 2 x 0 Ceará.

1955: O Ferroviário ganhou o primeiro turno invicto. O Calouros vence o returno. Na decisão vence a primeira, perde a segunda e em 11/3/56 repete o placar da partida inaugural (Zezinho e Zuzinha). Elenco: Jairo, Pedrinho, Coité, Luciano, Jandir, Jesus, Edilson Araújo, Zezinho, Beto, Hélder e Zuzinha. No início da temporada vence o Torneio Preparatório e o Torneio Início.

O segredo da equipe (entre 18 e 24 anos) era a homogeneidade. Foram utilizados 13 jogadores, mantendo quase sempre a mesma formação: Jairo (goleiro), 23 anos; Pedrinho (zagueiro), 22 anos; Coité (zagueiro), 21 anos; Luciano (médio), 22 anos; Jandir (médio), 23 anos; Jesus (médio), 24 anos; Edílson (ponta-direita), 18 anos; Zezinho (meia), 22 anos; Beto (atacante), 23 anos; Helder (meia), 21 anos; Zuza (ponta-esquerda), 28 anos; Azevedo (zagueiro), 25 anos e Vandir (avante), 20 anos.

Apenas dois não eram cearenses: o gaúcho Jesus e o potiguar Jairo. Em 1956 o principal feito: goleada (6 x 1) sobre o Remo. Foi terceiro colocado no Cearense: 1953, 1956, 1960 e 1968. Em 1960 o atacante mossoroense Juarez Canuto foi artilheiro cearense: 14. Em 1968 Célio: nove.

1998: rebaixado para a Segunda Divisão, ficando na antepenúltima posição do grupo, sem nenhum ponto, após 44 anos. Na Segundona não obteve êxito de voltar, tendo chegado perto em 1999 e 2003, quando foi terceiro colocado. Em 2004 na Segunda Divisão foi rebaixado.

2005: desligamento da Base Aérea acelerou a débâcle.  Um ano antes havia caído para a Terceira Divisão. Em 2009 após eliminação se licencia e fica suspenso por suspeita de manipulação de resultado na derrota o Tauá (8 x 0). Em 2010 não participou de nenhuma competição. Retomou as atividades em 2011.

Disputou o Torneio Norte-Nordeste (68) e a 2ª Divisão brasileira (71/72) sem passar da primeira fase. Nesses dois anos teve a presença de Gildo, maior artilheiro do Ceará. Tem dois torcedores “de coração”. Eliseu Alves Feitosa, 72, massagista e roupeiro (1965 a 2009). E guarda até hoje a camisa do time. E o militar reformado Wambar Menescal: guarda fotos, camisas, documentos raros e o troféu do Cearense. Até a partitura do hino e as letras do primeiro e segundo hino.

 

CAMPANHA (1955)

1 X 1 Ceará

0 X 0 Ferroviário

1 X 2 América

1 X 1 Nacional

2 x 2 Fortaleza

1 X 0 Usina Ceará

4 X 0 Gentilândia

4 X 2 Ceará

3 X 0 Fortaleza

2 X 2 Ferroviário

3 X 2 América

0 X 1 Usina Ceará

2 X 0 Ferroviário

0 X 3 Ferroviário

2 X 0 Ferroviário

 

FONTES

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Blog do Zé Duarte

Memória do Futebol Cearense