José
Vanilson Julião
Jornalista
Numa das principais redes
sociais, o Facebook, tenho lido afirmações de simpatizantes do Partido dos
Trabalhadores, alguns deles jornalistas, sobre a crise real que envolve uma das
mais tradicionais e maiores editoras de revistas brasileiras, a Abril.
Da mesma forma alguns
propagam que o governo federal, capitaneado pela presidente do momento, a
petista Dilma Roussef, deixe de investir verbas de propaganda ou publicidade
institucional, inclusive de interesse público, na revista semanal de
informações “Veja”, da citada editora paulista.
Esta campanha incipiente
contra a empresa editorial da capital paulistana praticamente começou a partir
do surgimento da operação ‘Lava jatos’, em março do ano passado, e que, logo
depois, ficou conhecido como o escândalo do ‘petrolhão’, devido envolver um
suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro dentro da Petrobras, a
estatal nacional prospecção, exploração de petróleo e comercialização de
combustíveis e derivados.
Neste artigo faço uma
espécie de ‘jornalismo comparado’ e demonstro que, bem antes de estourar o escândalo
envolvendo doleiros, empreiteiras, diretores da petrolífera (indicados pelos
partidos de sustentação da gestão do PT) e políticos, inclusive deputados
federais, senadores e filiados da legenda do ex-presidente Lula da Silva, a
revista fundada em meados da década de 50 independe de propaganda governamental
para sobreviver.
Pego aleatoriamente a edição
do dia 6 de novembro de 2013. São 146 páginas. Somente há publicidade de empresas
privadas. São 57 propagandas de páginas inteiras. Sem contar pelo menos três institucionais
da editora. E anúncios menores. Inclusive a contra capa e a página anterior tem
conteúdo propagandístico. Assim com a segunda página e as primeiras cinco subseqüentes.
Nesta edição há apenas duas
chamadas de capa para as reportagens internas. A principal manchete fala da ‘estética
do risco’ para as mulheres. Em cima chamada para uma matéria especial sobre
Cuba, demonstrando que o dinheiro brasileiro ajuda a sustentar o regime dos
irmãos Castro e detalha o desastre econômico e social da ditadura comunista na
famosa ilha do Mar das Antilhas ou Caraíbas, onde somente “existem dois tipos
de pessoas: os dirigentes e os indigentes.”