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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Presente do goleiro provoca gafe na imprensa goiana

Falhas do goleiro abecedista Simão (com a camisa do Operário/PR) vem desde o Estadual/Foto: RPC

José Vanilson Julião
 

O goleiro Simão inesperadamente solta a bola defensável e o atacante do Atlético empata o jogo na noite desta quarta-feira, no "Maria Lamas Farache", e a 2.600 mil quilômetros, em Goiânia, o redator do site "O Hoje", comete uma gafe menos prejudicial.

O repórter certamente concluiu como favas contadas a derrota do rubro-negro do Centro-oeste para o ABC, pois o alvinegro havia aberto o placar de pênalti aos 38 da etapa complementar.

Em seguida um defensor local é expulso. Dez minutos depois, nos descontos, ocorre o gol visitante e milésimos de segundos adiante o árbitro encerra a partida.

Como é comum, para ganhar tempo e agilizar o processo de fechamento da reportagem, pela internet, o texto é desenvolvido com a passagem dos acontecimentos.

Apesar de anunciar que o Atlético tropeça no lanterna da Série B, esqueceu de modificar o subtítulo e propaga o resultado como a quarta derrota atleticana.

Da mesma forma não se lembrou de consertar o primeiro parágrafo da reportagem sobre o resultado no apagar das luzes.

A "barriga" da mídia da capital goiana é detectada ás 21h9 e permanecia no ar pelo menos até as 4h55 da manhã seguinte.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Faltam apelidos para todas as cidades da Serra de Santana?

José Vanilson Julião

Desembargador Tomaz Salustino

No final dos anos 60 começo de 70 escutei muito a Rádio Brejuí (atual Currais Novos), fundada em 1958 pelo minerador e desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo (Acari, 1880 - Natal, 1963).

E, esporadicamente, a emissora de Educação Rural (Caicó), fundada em 1963 e ligada a Igreja Católica.

O locutor da rádio currais-novense, Eliel Bezerra da Câmara (falecido em 2021 na cidade de Jardim do Seridó), enchia o peito de ar e estufava para emitir, com voz mais ou menos estridente:

"Estamos falando direto da cidade Princesa do Seridó", ou para dar mais ênfase a principal atividade econômica do município, "Capital da Xelita".

Lá de Caicó, cujos locutores não lembro bem, pelo explicado anteriormente, para não ficar atrás, com orgulho: "São nove horas na Rainha do Seridó".

E nunca dei importância a esses codinome das principais cidades seridoense em número populacional, financeiro e econômico.

Achava até uma petulância.

Anos depois Cerro Cora me aparece como a "Suíça do Seridó", pelo frio no município, com o fim de promover o turismo.

E Lagoa Nova aparece de uns dois ou três para cá como "capital da Serra de Santana".

Pergunto: - Sobrou alguma coisa para Florânia, São Vicente, Santana do Matos. Tenente Laurentino e Bodó, estes dois últimos os mais novos municípios dos citados?

sábado, 24 de junho de 2023

O professor do Garrincha potiguar enfrenta o Santos

O professor Herivaldo Gomes, o "Veto", o quarto em pé, no Ferroviário de Fortaleza em 1967

José Vanilson Julião

Em reportagem anterior publicamos uma história envolvendo o Garrinsha haitiano e mais dois Garrincha, o carioca e o do Rio Grande do Norte.

Na ocasião é citado um ex-jogador que ensina um cerro-coraense a passar a bola. Como matou-se a cobra tem que se mostrar o pau sobre a partipação dele no futebol cearense.

A confirmação aparece pelo falecimendo de Pelé (no final de dezembro do ano passado) no site "Almanaque do Ferroviário".

Quando publicou um texto remorando um jogo contra o Santos (0 x 5 - 7/11/1967) no Estádio Presidente Vargas.

O blog consulta o "Correio do Ceará", que enaltece o único gol de Pelé, resultado de uma tabelinha com Coutinho, contra o "Tubarão da Barra".

O Peixe voltaria a enfrentar o clube (0 x 0 - 4/8/1968) na comemoração do título estadual invicto.

O que há de interessante no primeiro jogo é a participação de Herivaldo Gomes, o "Veto", aquele mesmo, o professor de Educação Física do Ginásio Ágricola de Currais Novos.

Ferroviário: Miltão (Pedrinho), Veto (Vadinho), Luiz Paes, Gomes, Carlindo (Barbosa), Edmar, Coca-Cola, Ademir, Marcos do Boi (Peu), Facó (Paraíba), e Alísio (Piçarra).

Destaco que "Veto", que chegou a treinar o Potyguar Seridoense, enfrentou o combinado Ceará-Fortaleza (0 x 0 - 5/7/1967) como prepativo para o clube da Baixada Santista.

Na foto: Pedrinho, Gomes, Luiz Paes, Veto, Carlindo, Edmar, Miltão, Marcos do Boi, Facó, Coca-Cola e Alísio.

Veto está no amistoso Ferroviário 1 x 0 Messejana (8/7/1967): Miltão (Edilson José), Veto (Sátiro), Vadinho, Gomes, Gavillan), Roberto Barra-Limpa (Barbosa), Coca-Cola, Edmar, Ivanildo (Edilson), João Carlos (Dunga), Paraíba e Géo (Peu).

Entre os jogadores Carlindo (com passagens pelo Alecrim e América/RN) e Marcos do Boi (pelo Potiguar de Mossoró). Estes no começo dos anos 70.


FONTE/FOTOS

Almanaque do Ferroviário

Jornal da Grande Natal

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Um texto-legenda para o "mar interior azul"!

O reservatório de oito milhões de metros cúbicos de água, pelo menos diziam antigamente, no centro

O cerro-coraense Arijório Félix da Silva (empresário radicado em Manaus) aproveita o turismo doméstico na terrinha, com o principal objetivo de participar do aniversário do pai, em comemoração aos 85 anos de Arian, e faz o flagrante no Açude Elói de Souza.

A foto, do outro lado do reservatório de 91 anos (começou a ser construído na seca de 32), mostra o casario da cidade, uma das únicas do Rio Grande do Norte a ter uma reserva hídrica na zona urbana.

O reservatório pode muito bem ser aproveitado como mais uma atração turística do município seridoense, a 190 quilômetros de Natal.

Aliás, Arijório também aproveitou o momento para testar a vara de bambu e pescar algumas piabas. Acredita-se que ele deixou algum peixe de reserva para o próximo ano. Mas há quem diga, Cássia Maria, de que o jacaré abocanhou o anzol...

No meu tempo de menino, além da pescaria com garrafa cheia de farinha, para atrair os peixinhos, os points do açude eram a "ponte" com o sangradouro, o "Catavento" (com a ruína da casinhola), o "Corredor" e a "pedra grande" do outro lado.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

O misterioso jogador do ABC em suposto elenco campeão

A legenda de fonte impressa primária não inclui o jogador "misterioso" alvo deste artigo inédito

José Vanilson Julião

Com ausência de datas dos jogos e sem placar para comprovação as mídias replicam a suposta usurpação de cinco competições dos anos 20 do século passado atribuídas ao ABC.

Essas duvidosas conquistas referem-se a 1920, 21, 23, 25 e 26. Destes dois anos certamente pertencem ao América (20 e 26) e um ao Centro Esportivo Natalense (21)

Os demais, segundo pesquisadores gabaritados, não houve campeonato ou torneio. No caso 1923 e o segundo 1925 atribuído ao Alecrim, a exemplo de 1924.

É neste contexto fantasioso que aparecem uma antiga foto (1920) com legenda posterior e um elenco (1921) para provocar uma legitimidade falsa.

Este seria o “onze”: Carqueja e Fuentes (engenheiro civil que esteve no selecionado da Liga no torneio do Centenário da Independência no Recife), Waree e Jaime Wanderley, Antídio, Santos e Meira; Uruguai, Netto, Barreto, Avelino e Pinheiro.

Francisco Camilo Holanda

Na relação até o nome do zagueiro está errado. A grafia correta: Waldemar Wraae. Como aparece em solenidade em homenagem ao presidente (governador entre 1916/20) paraibano, o major-médico Francisco Camilo de Holanda (Paraíba, 10/9/1862 – Rio de Janeiro, 1946).

“A UNIÃO” (quinta-feira, 18/10/1917) publica edital (15/10/1917) assinado pelo secretário do estado Orris Eugenio Soares (Paraíba do Norte, 14/10/1884 – Rio de Janeiro, 11/2/1964).

O documento oficial chancelado pelo tio do humorista José Soares, o “Jô” (também sobrinho-bisneto do governador paraibano), dispensa a WW da função de vice-cônsul da Noruega, sendo substituído pelo dinamarquês Einar Svendsen.

A primeira aparição de Waldemar Wraae na equipe alvirrubra do Cabo Branco (fundado em 13 de dezembro de 1915) é notícia em “O Norte”, jornal fundado pelo mesmo Orris Soares em conjunto com o irmão Oscar em 1908.

Os fundadores: Alfred Amstein, Waldemar Wraae, Alfredo Pinto Filho, Samuel Norat, Mário Bandeira, Pedro Gamys, Armindo Stahel, Ruy Araújo, Mário Araújo e Milton Lago.

Primeira diretoria: Waldemar Wraal (presidente), Milton Lago (secretário), José Barbosa (tesoureiro) e Henrique de Souza (capitão).

Orris Eugênio Soares, tio do "Jô"

O mesmo impresso, adquirido pelos Associados posteriormente, na edição da quarta-feira, 16/10/1918, coluna “Vida Social”, relaciona enfermos pela gripe espanhola (Influenza):

o bacharel em Direito e delegado auxiliar João A. Camello de Albuquerque e os auxiliares de comércio "desta praça" Trajano Chaves, Alfredo Pinto Filho e Waldemar Wraae.

Os três últimos, coincidentemente, atletas do Cabo Branco. Em “O Norte” (quinta-feira, 29/3/1919) aparecem em posterior nota na coluna “O Dia Sportivo”.

A última aparição esportiva na edição da quarta-feira, 27 de agosto, que o relaciona na delegação que viaja para Campina Grande para enfrentar o América Sport Club.

O “Diário Nacional” (domingo, 3/7/1932) o coloca na ribalta em nota sobre o exame da Faculdade de Comércio Pedro II (Praça da Sé, sobreloja, na capital paulista) com a lista dos aprovados da décima-quinta turma de guarda-livros.

O Dicionário Caldas Aulete define a antiga função: funcionário encarregado da escrituração de livros, registros da contabilidade de empresas e comércio.

 

FONTES/FOTOS

A União

O Norte

Diario Nacional

Diário de Pernambuco

Jornal da Paraíba

ABC FC

Fundação Getúlio Vargas

Futebol Nacional

Globo Esporte/PB

História do Futebol

Jogos Perdidos

Paraíba Criativa

Pauta PB

A História do Futebol Paraibano – Walfredo Marques (1975)

 

terça-feira, 20 de junho de 2023

Cerro Corá também tem o seu Garrincha!

O haitiano Garrinsha, na certidão de nascimento, em homenagem ao famoso atacante botafoguense

José Vanilson Julião

Desde 2021 o haitiano Garrinsha Esthinfile – com "s" mesmo e nome de batismo numa homenagem do pai ao Garrincha com "c" – tem sido personagem da imprensa brasileira.

O jovem (21 anos) do país da América Central – na ilha do mar do Caribe que divide o território com a República Dominicana – praticamente inicia carreira no Rio de Janeiro.

Depois de passar pelo Pérolas Negras e Esporte Clube São Bernardo nos últimos três dias voltou a ser alvo do noticiário na rede pelo empréstimo ao Sampaio Corrêa (Saquarema/RJ), para disputar a Segunda Divisão carioca, e que pensei ser o clube de São Luís.

Com isso me lembrei que a minha cidade natal, Cerro Cora (Região do Seridó), a 190 quilômetros de Natal), também tem o seu Garrincha.

Garrincha e Toinho revivem infância

O Garrincha seridoense, amigo de infância e das peladas de rua e no campo de terra batida, nem precisa ser esperto no assunto para entender, ganhou o apelido pelas pernas meio tortas, como o célebre ponta-direita botafoguense Manoel Francisco dos Santos.

O Garrincha do Rio Grande do Norte hoje reside na cidade de Brejinho, no Agreste potiguar, e continua batendo bola com a turma de veteranos local.

A última vez que o encontrei para uma conversa informal foi no encontro dos veteranos de Cerro Cora, em dezembro do ano passado, quando o mote principal foi o futebol da garotada.

Na ocasião Luiz Bezerra da Costa Junior, o filho da professora dona Ritinha, apesar de um exímio meia, tanto na direita quanto na esquerda, revelou com exclusiva espontaneidade que deixou de ser fominha e carregar a bola no ginásio agrícola de Currais Novos em meados dos anos 70.

Foi nas peladas do estabelecimento de ensino da vizinha cidade que o professor Herivaldo Gomes Pereira, o "Veto", o ensinou e deu a paternal dica de que precisava passar a bola para os companheiros, sempre que necessário e oportuno, para um melhor desempenho técnico dele mesmo e para o desenvolvimento positivo do jogo.

Herivaldo Gomes Pereira, o Veto, terceiro em pé; o primeiro agachado é Alberto Quirino Costa

O professor Veto, oriundo do Ceará, inclusive, chegou a treinar o Potyguar de Currais Novos em uma ou duas temporadas (anos 70/80) pelo campeonato estadual.

Dificilmente se encontra uma imagem de Veto na internet, mas achei uma o ano passado e guardei.

Chegou a oportunidade de usá-la para ilustrar este artigo.

Na foto, do Blog Riacho Doce (Povoado Cruz) ele está entre os alunos. Em pé (o terceiro). Na ponta direita da fotografia, de 1970, se encontra outro cerro-coraense, Alberto Quirino Costa, filho do falecido vereador Germínio e de dona Amália.

O professor de Educacao Fisica "Veto", já falecido, nascido em 13 de agosto de 1940, para quem não sabe antes de baixar em Currais Novos, foi jogador de futebol rodado, de posição lateral-direito.

No currículo: América de Fortaleza (1958/59 e 70), Ferroviário cearense (61/62 e 66/68), Nacional cearense (63/66), Quixadá (68), Calouros do Ar (69) e River de Teresina (69).

Finalmente o Garrincha potiguar é o sétimo, na fila de baixo, no veteranos do Grêmio Presidente Kennedy, o famoso GPK de Cerro Corá, que era alvinegro e jogou com uniforme igual ao gaúcho Grêmio.

A foto registra derrota de 2 x 3 para o master do ABC de Natal. No Estádio Othon Osório. Sábado, 27 de junho de 2019.

Quase que não cabe no flagrante os 20 atletas do Grêmio, o famoso GPK, com a novidade "tricolor"


FONTES/FOTOS

Cerro Corá News

Escrete de Ouro

Globo Esporte

O Gol

O Tempo

Riacho Doce

Súmulas Tchê

 

domingo, 18 de junho de 2023

Blogueiro e amigo traçam minibiografia homenageando Arian em Cerro Corá


Os irmãos Arijorio, Arijoy, Ariomar, os três primeiros em pé, demais familiares, com dona Ana e Arian 

Ao amigo Arian Félix pela passagem dos 85 anos

Josenildo Pinheiro/Aildo Silva Bernardo

Casado com a Senhora Ana Medeiros da Silva há anos, pai de 08 filhos, Arian Félix da Silva é natural de Cerro Corá, nascido em 15 de junho de 1938. Filho de José Félix da Silva e Afra Félix da Silva, ele pouco saiu da terra natal, ao contrário de seus pais que vieram de Caicó/RN e na cidade serrana se estabeleceram em 1936.

A vida profissional do biografado se inicia no comércio, mas em 1º de março de 1970 ele engaja no funcionalismo público na Prefeitura Municipal de Cerro Corá como coordenador de limpeza pública, cargo que exerceu, e esse blogueiro e amigo teve o prazer de acompanhar e trabalhar com ele em gestão do então prefeito João Batista.

Quanto ao ingresso na vida política, tratou-se da aceitação de um convite feito pelo saudoso José Julião que, considerando as estabelecidas relações de amizade que o Sr. Arian sempre teve com a população, achou oportuno colocar o nome à disposição para o cargo de vereador. Naquela época uma cadeira no Poder Legislativo quase não era concorrida, ademais Seu Arian não tinha nenhuma pretensão política, inclusive a única pessoa da família que até aquele momento havia enveredado pelos rumos da política fora um primo seu, o Sr. João Félix Sobrinho.

Entretanto, mesmo sem muito entusiasmo, participando muito timidamente da campanha, vence o pleito eleitoral e passa a assumir o mandato que deveria durar de 1977 a 1983. Sendo um político da situação vigente, pois se elegera pelo PDS, Seu Arian afirma que “era muito fácil ser vereador”, pois não existia o assistencialismo exacerbado e as relações de amizade prevaleciam na hora de conquistar o voto do povo. Por outro lado, o trabalho do vereador era muito incipiente, de forma que ele trabalhava muito pouco.

Em sua passagem pelo Poder Legislativo foi presidente da Casa por dois anos, embora tivesse apenas escolaridade correspondente ao atual 6º ano, sua gestão decorreu sem grandes acontecimentos.

Considerando que a família de Seu Arian somava um total de 10 pessoas e a oferta de emprego estava muito difícil aqui no município, ele muda-se com os familiares para Patos/PB em busca de melhores oportunidades de trabalho.

Com a mudança do vereador a participação a participação das sessões ficou comprometida, pois não podia está presente em todas elas e isso acabou gerando um conflito com os demais vereadores; embora Seu Arian tomasse o cuidado de não se ausentar pelo número máximo de sessões permitidas, de algumas ele não participava por não ficar a par das informações e isso gerou insustentável situação que acabou culminando com sua renúncia ao cargo após 4 anos de mandato. Os dois anos restantes foram assumidos pelo seu suplente, Francisco de Assis Guedes.

Com a renúncia de Arian ao cargo de vereador, a aliança com o partido foi quebrada e ele logo se filia ao PMDB. Devido a experiência como vereador não ter sido agradável, nunca mais quis retomar a carreira política.

Com essa sinopse do meu amigo Josenildo Pinheiro, presto minhas homenagens ao amigo Arian pela passagem dos seus 85 anos, e digo, felizes aqueles que podem celebrar tal feito ao lado dos familiares, parabéns.

*Dj Aildo e filhos.

 

O meu nome é simplesmente Ribamar!

Eternizado primeiro na taça (2016)

José Vanilson Julião

A literatura é uma arte. E escrever biografia de qualquer personalidade em ramos diferentes da atividade humana é uma arte mais difícil ainda. É preciso ser um bom contador de história para prender o leitor.

E neste patamar posso dizer que estão os biógrafos do jornalista paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo e dos jogadores Manoel Francisco dos Santos e do uruguaio Danilo Nuñes Menezes.

Os jornalistas Fernando Morais, autor de "Chatô, o Rei do Brasil"; Ruy Castro, escritor de "Estrela Solitária, um Brasileiro Chamado Garrincha"; Rubens Manoel Lemos Filho, o exemplo potiguar, que estreia com "Danilo, O Último Maestro".

E sem qualquer indício de bajulação tenho que incluir o jornalista Kolberg Luna Freire Lima, já autor de "45, um tempo de futebol e um poema" (crônicas e memórias sobre o Estádio Castelo Branco/João Machado).

Esta conclusão se deve a biografia do ex-jogador, militar reformado e memorialista da bola, o macauense José Ribamar Cavalcante. "Ribamar", simplesmente o título da obra, reforçada pelo subtítulo "O Guardião da Memória do futebol potiguar."

A capa do livro (uma foto com texto complementar), as frases da "orelha", a apresentação do professor João Maria Fraga, a "Palavra do Autor" e a contracapa assinada pelo jornalista Rubens Lemos Filho - "O melhor de Ribamar Cavalcante é saber compartilhar" - resumem perfeitamente a personalidade do biografado.

Pelo que acompanhei o lançamento da biografia foi uma das mais divulgadas dos últimos tempos, em praticamente todas as mídias da capital, interior e até em blogs do Rio Grande do sul. E com sucesso de bilheteria e um best-seller, guardadas as devidas proporções em relação a grandes filmes e romances famosos, está esgotado.

Devo dizer que tive o privilégio de ser um dos primeiros a divulgar com exclusividade o pré-lançamento desta incrível iniciativa da Editora Primeiro Lugar, especialista norte-rio-grandense em literatura esportiva, e que engrandece tudo com uma edição primorosa do jornalista Rafael Morais, assessorado por Karine Nascimento (revisão) e Carol Palomo (capa).

Praticamente acompanhei os bastidores desta biografia escrita em tempo recorde depois de ser encomendada ao escritor Kolberg Freire, que soube narrar com maestria uma história de vida ligada a fatos históricos que, aparentemente, não tinham ou não tem nada a ver com as peripécias do personagem real.

O leitor pode ler o desenrolar dos acontecimentos em capítulos alternados, sem qualquer prejuízo, pela clareza e sequencias dos detalhes, concebidos como "flashbacks" em uma novela real.

Eu conhecia alguns detalhes da vida do biografado, por uma rápida entrevista que não acabou escrita, e pelo que me deparo sobre ele em pesquisas nos jornais dos a

José Ribamar de Oliveira, o "Canhoteiro"

nos 60/70.

Mas desconhecia a passagem envolvendo o jovem jogador e um treinador. É de morrer de rir...

Realmente "Zé de Hipólito" não é nome de jogador. Ribamar sim! Com este nome tivemos dois famosos.

José Ribamar Celestino, o "Maranhão"

Mais conhecidos pelos apelidos: José Ribamar Celestino, o "Maranhão", aquele mesmo do Vasco da Gama e ABC, e José Ribamar de Oliveira, o "Canhoteiro", que surgiu no Ferroviário cearense e fez fama no São Paulo.

Para esclarecimento de todos e matar a charada retiro do “Dicionário de Nomes Próprios":

"Ribamar: Significa “acima do mar” ou “próximo do mar”. De origem portuguesa, formado pela junção dos elementos riba, que significa “acima” ou “próximo”, e mar, que também pode ser entendido como sinônimo de oceano.

Na onomástica é considerado um nome toponímico, relacionado às pessoas que habitam regiões próximas ao litoral.

No Brasil é conhecido por São José de Ribamar, nome da terceira maior cidade do Maranhão e do santo católico que é considerado o padroeiro deste estado.

É muito comum o uso deste nome entre os brasileiros. As pessoas batizadas com este nome, normalmente, recebem apelidos de amigos e familiares, como Riba ou Ribinha."

 

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Novo técnico do Goiás repõe na cena antigo treinador do América/RN

Contratação de Armando Evangelista faz imprensa goiana relembrar Graciano Acosta Torres

José Vanilson Julião

Em reportagem sobre a contratação do português Armando Evangelista, 49, que estava no lusitano Arouca, o diário matutino "O Popular" (Goiânia) diz que ele é o segundo estrangeiro a comandar o elenco do alviverde Goiás.

Evangelista (treinou o Vilafranquense, Penafiel, Varzim e Vitória/Guimarães), chegou no dia 9 de junho para substituir o interino Emerson Ávila, que havia substituído Guto Ferreira em abril, retorna à função de auxiliar técnico.

A informação partiu do jornalista Jorge Nicola. Ele chega após terminar o Campeonato Português em quinto lugar e classificar o Arouca pela primeira vez para um torneio internacional, a Liga Conferência, terceira competição mais importante, atrás da Liga dos Campeões e da Liga Europa.

O PRIMEIRO

Jornalista Jaime Câmara

O impresso, inclusive fundado pelo potiguar Jaime Câmara (Jardim de Angicos, 1909 – Goiânia, 1989), relembra que o primeiro treinador de um dos quatro grandes do estado foi o uruguaio Graciano Acosta Torres, em duas passagens (1951/52 e 58/59), totalizando 31 partidas (oficiais e amistosos).

Graciano Acosta foi alvo de uma série de reportagens (23 postagens) deste JORNAL DA GRANDE NATAL, na qual é relatada os antecedentes dele no futebol uruguaio e brasileiro. Primeiro como jogador (centromédio ou volante) com atuação no Grêmio, São Paulo, Santa Cruz/PE e Ferroviário/CE nos anos 30/40.

No América Acosta passou pela primeira vez em 1939/40, mas também jogou pelo menos uma vez, em amistoso contra o Centro Esportivo em Mossoró. Retorna somente como treinador em 47/49. A terceira passagem acontece no segundo semestre de 1954, quando substitui o húngaro Steban Hory.

NA PARAÍBA

Depois que saiu do alvirrubro natalense (terceira passagem) Acosta seguiu para o futebol paraibano, quando fez trabalhos para o Auto Esporte (João Pessoa) e o Rio Tinto, do município do mesmo nome na vizinhança da capital.

Em 23 de janeiro de 1955 ele é o treinador do alvirrubro Auto Esporte em amistoso contra a seleção de Rio Tinto, famosa pela fábrica de tecidos da família Lundgren, oriunda da Suécia, de onde sai o primeiro prefeito com a emancipação política.

Diz “O Norte”, surgido no começo do século XX e na ocasião já pertencente aos Diários Associados, sobre o uruguaio: - ... possivelmente já sobre a orientação deste formidável técnico, a mais recente e sensacional conquista do futebol da Paraíba.

Dia 4 de fevereiro, como um relâmpago, é anunciado pelo jornal como treinador do Rio Tinto para amistoso contra o selecionado do município de Timbaúba. O quadro aurianil (amarelo e azul) de Acosta vence por 3 a 0. Informa o correspondente José Waldemir de Carvalho.

Ao que parece Acosta, inconstante, fica pulando de galho em galho, como “freelance”.

Dias depois está treinando o Tabajaras (Mamanguape) 5 x 1 Portuários (Cabedelo), cidades atualmente localizadas na região metropolitana pessoense.

No mesmo mês surge o boato de que estaria de malas prontas para o Fluminense de Feira de Santana, interior baiano. Divulgação do cronista Otinaldo Lourenço (Rádio Tabajaras).

Posteriormente noticiário sobre retorno ao Auto com a saída repentina do Manoel Conrado do Nascimento (falecimento em 2011 no Ceará), o “Dengoso”. Nota “Última Hora” (3 de abril de 1956).

O vai e vem do estrangeiro é confirmado pelo jornal no título e subtítulo de reportagem sequencial: - O técnico Acosta está em experiência. “Já preparou quadros no interior do nosso Estado.”

Na primeira semana de agosto (9) ele, que se encontrava no Treze (Campina Grande), declina convite para ser auxiliar técnico do selecionado paraibano segundo as manchetes: - Infelizmente não poderei aceitar o cargo a que me indicam como ajudante técnico...”

A entrevista sensacional com a negativa em auxiliar o treinador titular, Eurivaldo Venâncio Guerra, o “Vavá”, o quase eterno treinador do Botafogo paraibano entre os anos 50/60, é concedida ao repórter Barbosa Gomes. Na última aparição de Acosta nas páginas da mídia Associada.

 

O centromédio Acosta é o sexto em pé durante excursão do São Paulo ao Nordeste em 1937

FONTES/FOTOS

Diario do Nordeste

O Norte

O Popular

Arouca

Cidade de Salvador

Bahia Notícia

Globo Esporte

Sao Paulo

Jornal da Grande Natal

 

Os americanos do clube rubro-anil do Rio de Janeiro


José Vanilson Julião

Não gosto de fotografia antiga ou histórica de clube, não importa a tradição, com a reprodução "manchada" com o nome do jogador no corpo, a altura do peito ou barriga.

Bem que o pessoal que resgata essas fotos pela internet poderia fazer a arte como antigamente.

Colocando as identificações no "pé" da imagem.

Como sempre foi e geralmente consta no original, no caso de revista e jornal, ou no verso se for do acervo particular de alguém.

Mesmo não apreciando esta modalidade de divulgação sei que as postagens são importantes para quem gosta de rever ou conhecer os antigos elencos.

No caso da foto ilustrativa deste texto resolvi fazer um esclarecimento destinado aos torcedores potiguares por duas razões especificas e interessantes.

Na tradicional e costumeira disposição dos atletas, os defensores em pé e meias e atacantes agachados, dois atletas passaram pelo América de Natal no primeiro lustro dos anos 70.

Estão no Bonsucesso de 1969 o goleiro Ubirajara Dias Ribeiro (1947 - 2021) e o atacante Gonçalves, indicados pelo treinador carioca Maurílio José de Souza (1918 - 1998), o "Velha".

O arqueiro Ubirajara e o avançado Gonçalves vieram na leva de reforços para a tentativa de evitar o tetra-campeonato do ABC em 1973.

Já o técnico Velha vinha da campanha alvirrubra no campeonato brasileiro (Divisao Especial) - uma espécie de segunda divisão da época - em substituição a Francisco Freire, o Tonicio, campeão pelo juvenil e alçado ao comando com o término do campeonato de 1972.

O falastrao Maurílio José levou o time americano a inesperada quarta colocação na competição nacional, mas não conseguiu impedir a concretização dos quatro títulos seguidos do alvinegro.

Este elenco do Bonsucesso, nas temporadas 68/69, aprontou contra o Botafogo e o Flamengo.

No primeiro ano venceu o rubro-negro por 2 a 0 pela Taça Guanabara nas últimas rodadas.

A derrota fez com que o Botafogo, em excursão no Centro-Oeste, retornasse as pressas para o Rio e na final leva o caneco para General Severiano.

No ano seguinte o 2 a 1 com o Glorioso prejudica a campanha da Estrela Solitária no Carioca.

 

FONTES

Revista do Bonsucesso

Acervo Rubroanil

Almanaque do Futebol Brasiliense

Folha Rubroanil

Jornal da Grande Natal

 

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Rádio Nordeste copia programação de emissora baiana

Felinto Rodrigues (repassou a emissora para a Assembleia de Deus) ao lado de Marcos Aurélio de Sá

José Vanilson Julião

Durante a pesquisa e formulação do texto de resgate da memória do famoso narrador esportivo maranhense Audir Frazão Doudment, que por quatro anos disputou audiência na capital potiguar, indiquei aleatoriamente que ele saiu da Rádio Nordeste por volta de 1979.

Agora tenho praticamente o período exato. A saída provavelmente acontece em meados da temporada do ano anterior. Pois o então controlador da emissora, o empresário Felinto Rodrigues Neto, implanta uma nova programação.

Este intervalo de tempo, entre a quebra do acordo com o radialista com passagens por várias capitais nordestinas, e a importação da programação semelhante a da Cultura de Salvador, encontro numa reportagem da extinta revista RN-econômico, fundada pelos jornalistas e professores universitarios Marcos Aurélio de Sá e Marcelo Fernandes de Oliveira dez anos antes.

A entrevista é publicada na edição de setembro de 1979 no impresso de circulação mensal, que passaria a semanal anos depois e antes de sair de circulação no começo dos anos 2000.

A programação eminentemente musical da emissora com então estúdios no bairro da Cidade Alta (Centro) é implantada provavelmente em outubro de 1978, pois a pesquisa quadrimestral do Ibope de fevereiro seguinte já indica a Nordeste AM em segundo lugar na audiência.

Posição que, tudo indica, mantém, ate a divulgação de que alcanca a primeira colocação pelo menos entre julho/agosto.

O que o redator não sabia, apesar de ter acompanhado ao largo a mudança de programação, e que para mudar a grade da emissora Felinto Rodrigues havia encomendado uma pesquisa para detectar com estatística a preferência do ouvinte.

Ciente do gosto popular para uma programação mais musical, com pouca ou quase nenhuma intervenção de um locutor, disc-jockei ou comunicador, investe em equipamentos e implanta o objetivo que da certo em tempo recorde.

Eu já conhecia o tipo de programação semelhante a veiculada pela emissora da capital baiana, pois a sintonizava em ondas curtas por volta de 1974.

Devo lembrar que, com a distribuição da nova grade nos períodos matutino, vespertino e noturno, impossibilitando a permanência da equipe esportiva comandada por Audir Doudment, outros locutores foram aproveitados e permaneceram, outros sairam, e alguns foram revelados, como o falecido amigo Inaldo Farias, que veio dos carros de som de Ajosenildo Alves, conhecido pela publicidade de lojas do Alecrim.

Inaldo era tão eclético que acabou substituindo, por volta de 86/87, o radialista Ubiratan Camilo de Souza no programa "Patrulha da Cidade" da Rádio Cabugi, depois Globo e agora Jovem Pan.

Aliás, nos anos 90 Inaldo recebe convite do senador Carlos Alberto de Souza e passa a fazer parte do cast da TV Ponta Negra (primeira emissora comercial do Rio Grande do Norte), afiliada da rede paulista Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), criada a partir da concessão do canal tomar o da TV Tupi e que virou, primeiro, a TV S, a do Silvio Santos.

Lembro disso tudo, principalmente sobre as rádios, em virtude de ter passado duas vezes como estagiário informal na equipe deDoudment com apoio do plantonista titular, meu amigo falecido Wilson Gomes de Azevedo.


Givaldo Batista, Inaldo Farias, Mário César, J. Gomes, Milton Duarte, Gilson Moura e Heberth de Souza no elenco dos programas “Aqui Agora” e “Patrulha Policial”.

 

FONTES/FOTOS

TV Ponta Negra

RN-Econômico

Canindé Soares

Jornal da Grande Natal