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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Rádio Nordeste copia programação de emissora baiana

Felinto Rodrigues (repassou a emissora para a Assembleia de Deus) ao lado de Marcos Aurélio de Sá

José Vanilson Julião

Durante a pesquisa e formulação do texto de resgate da memória do famoso narrador esportivo maranhense Audir Frazão Doudment, que por quatro anos disputou audiência na capital potiguar, indiquei aleatoriamente que ele saiu da Rádio Nordeste por volta de 1979.

Agora tenho praticamente o período exato. A saída provavelmente acontece em meados da temporada do ano anterior. Pois o então controlador da emissora, o empresário Felinto Rodrigues Neto, implanta uma nova programação.

Este intervalo de tempo, entre a quebra do acordo com o radialista com passagens por várias capitais nordestinas, e a importação da programação semelhante a da Cultura de Salvador, encontro numa reportagem da extinta revista RN-econômico, fundada pelos jornalistas e professores universitarios Marcos Aurélio de Sá e Marcelo Fernandes de Oliveira dez anos antes.

A entrevista é publicada na edição de setembro de 1979 no impresso de circulação mensal, que passaria a semanal anos depois e antes de sair de circulação no começo dos anos 2000.

A programação eminentemente musical da emissora com então estúdios no bairro da Cidade Alta (Centro) é implantada provavelmente em outubro de 1978, pois a pesquisa quadrimestral do Ibope de fevereiro seguinte já indica a Nordeste AM em segundo lugar na audiência.

Posição que, tudo indica, mantém, ate a divulgação de que alcanca a primeira colocação pelo menos entre julho/agosto.

O que o redator não sabia, apesar de ter acompanhado ao largo a mudança de programação, e que para mudar a grade da emissora Felinto Rodrigues havia encomendado uma pesquisa para detectar com estatística a preferência do ouvinte.

Ciente do gosto popular para uma programação mais musical, com pouca ou quase nenhuma intervenção de um locutor, disc-jockei ou comunicador, investe em equipamentos e implanta o objetivo que da certo em tempo recorde.

Eu já conhecia o tipo de programação semelhante a veiculada pela emissora da capital baiana, pois a sintonizava em ondas curtas por volta de 1974.

Devo lembrar que, com a distribuição da nova grade nos períodos matutino, vespertino e noturno, impossibilitando a permanência da equipe esportiva comandada por Audir Doudment, outros locutores foram aproveitados e permaneceram, outros sairam, e alguns foram revelados, como o falecido amigo Inaldo Farias, que veio dos carros de som de Ajosenildo Alves, conhecido pela publicidade de lojas do Alecrim.

Inaldo era tão eclético que acabou substituindo, por volta de 86/87, o radialista Ubiratan Camilo de Souza no programa "Patrulha da Cidade" da Rádio Cabugi, depois Globo e agora Jovem Pan.

Aliás, nos anos 90 Inaldo recebe convite do senador Carlos Alberto de Souza e passa a fazer parte do cast da TV Ponta Negra (primeira emissora comercial do Rio Grande do Norte), afiliada da rede paulista Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), criada a partir da concessão do canal tomar o da TV Tupi e que virou, primeiro, a TV S, a do Silvio Santos.

Lembro disso tudo, principalmente sobre as rádios, em virtude de ter passado duas vezes como estagiário informal na equipe deDoudment com apoio do plantonista titular, meu amigo falecido Wilson Gomes de Azevedo.


Givaldo Batista, Inaldo Farias, Mário César, J. Gomes, Milton Duarte, Gilson Moura e Heberth de Souza no elenco dos programas “Aqui Agora” e “Patrulha Policial”.

 

FONTES/FOTOS

TV Ponta Negra

RN-Econômico

Canindé Soares

Jornal da Grande Natal

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