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sábado, 3 de junho de 2023

20 anos sem o narrador esportivo maranhense Audir Frazão Doudment

Audir entrega taça a Washington

Os filhos Jorge e Audir herdam a vocação do pai famoso em toda a Região Nordeste

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O blog revela curiosidades relacionadas ao personagem com uma das vozes mais bonitas do rádio brasileiro, inclusive no mundo musical, talvez nem conhecida dos familiares, principalmente os mais jovens.

O sobrenome certamente tem a origem francesa. São mais de 300 ocorrências registradas em sites de genealogias. O Brasil em segundo com 98 aparições. A Argentina registra apenas uma ocorrência.

Audir Frazão Doudment (Caxias, 27/4/1934 – Teresina, 12/7/2003) correu o Nordeste. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Com idas e vindas, até mais de uma vez, nas capitais e até pelo interior. Não necessariamente nesta ordem.

Por onde andou deu oportunidade aos jovens talentos e aos que queriam seguir a vocação. Como o falecido plantão esportivo potiguar Wilson Gomes de Azevedo (Jorge Audir está aí para confirmar).

Mas o primeiro registro encontrado na rede sobre a carreira é do “Diário de Pernambuco”. A estreia na Rádio Clube do Recife em 1966. 14 de maio.

O “vibrante locutor” é escalado pelo chefe da equipe “Escrete de Ouro”, o baiano Ivan Lima (trabalhou na Radio Nordeste de Natal). Jogo: Sport x Ferroviário. Está em meio aos feras dos Associados:

João Batista (narrador), José Santana (comentarista), Bartolomeu Marinho (pista) e os irmãos Paulo (reportagem) e Edvaldo Morais (plantão esportivo). JB foi da Rádio Cabugi, depois Globo, atual Pan.

Na Clube participa de programas de auditório. Apresenta programa de musica regional misturando humor e “causos”.

Em 1968 (terça-feira, 8 de maio) ainda pelo prefixo PRA-8 narra Palmeiras x Estudiantes de La Plata, região metropolitana de Buenos Aires, a capital Argentina, pela Taça Libertadores da América.

A incursão pela música regional fica gravada

No mesmo ano aparece como letrista em parceria com um hoje desconhecido cantor Carlos Diniz. “A Roseira” e o xaxado “Novinho em Folha”.

Pelo selo “Mocambo”, da extinta e famosa gravadora pernambucana do empresário José Rozenblit (Recife, 1927 – 2016).

Em 1960 Diniz grava pela Chantecler a marcha “A fuga da asa branca” (Zé Gonzaga/Nelson Barbalho) e o xote “Vou pra Brasília” (dele mesmo). No ano seguinte compôs o baião “Bem-te-vi”, com Zé Gonzaga, gravada no mesmo ano pelo próprio Zé Gonzaga na Copacabana.

Em 1962 gravou a marcha “Por causa dela” e o baião “São João do meu sertão”, ambas de sua autoria. No ano seguinte compôs em parceria com Jacinto Silva, o “Coronel Ludugero”, o “Coco de Tibiribé”, gravado no mesmo disco em que constava o arrasta-pé “Sanfoneiro Zé Fuinha” (Osvaldo Nunes).

José Rozenblit: visionário

Em 1964 gravou a marcha junina “Sanfoneiro ruim”, de sua autoria, Oclaesse Pereira e J. Nilo e a “Zabumba do Martins”, de Jair Pimentel.

Enquanto isso segue carreira radiofônica Aldir Doudement. Em 1973 está na Rádio Repórter, depois Globo do Nordeste, adquirida de um banqueiro do jogo do bicho associado com o antigo jogador de futebol mossoroense, Júlio Jesúm de Carvalho, o “Julinho”, campeão no alviverde América, que se fez jornalista, advogado e vereador no Recife.

Em março de 1970 a revista semanal REALIDADE (Editora Abril) publicou a escolha da “Seleção Brasileira de Todos os Tempos”, em enquete realizada com mais de uma centena de jornalistas e radialistas de todo o País.

A relação dos profissionais de rádio, televisão e jornal é disponibilizada na revista em ordem alfabética e lá está, logo abaixo do ex-atacante do Vasco da Gama, o pernambucano Ademir Marques de Menezes, o “Queixada”, seguido de outro nome, Aldir Frazão Doudement.

Ademir Menezes, então colunista do jornal ÚLTIMA HORA (fundado por Samuel Wainer), e Aldir Doudement pela Rádio Olinda.

Entre os editores, redatores e jornalistas da famosa revista o potiguar Talvani Guedes.

No Rio Grande atua na Rádio Difusora de Mossoró (1974) ao lado do também narrador carioca Paulo José, falecido em Natal nos anos 2000, do qual fiz um perfil para o semanário JORNAL DA GRANDE NATAL, do jornalista Paulo Tarcísio.

E a partir de janeiro de 1975 na Rádio Nordeste de Natal até por volta de 1979, sendo, também, eleito presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Rio Grande do Norte.

Na emissora fundada pelo governador Dinarte de Medeiros Mariz, inaugurada em 1954, e repassado ao empresário Felinto Rodrigues, permanece até a emissora imitar a programação da Cultura de Salvador, somente tocando musica, no que se convencionou apelidar de "rádiovitrola", sem notícias, sem comentários, somente atendendo os pedidos dos ouvintes.

Nos anos 90 a emissora da Cidade Alta, cujos transmissores deu nome ao bairro Nordeste, na Zona Oeste, é adquirida pela Assembleia de Deus, tornando-se a “Nordeste Evangélica”.

O articulista só não conseguiu encontrar na internet a capa do disco compacto com as narrações do gols do Santa Cruz, pela Rádio Olinda, quando o Tricolor do Arruda quebrou a série de seis anos de títulos do Náutico em 1969.

Fábrica de discos Rozenblit incentivou os artistas regionais com o conhecido selo "Mocambo"


FONTES

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

Realidade

Blog do Mairon

Cerro Corá News

Clássicos

Cleanto Carneiro

Dicionário Cravo Albin de MPB

Jorge Audir

Lenivaldo Aragão

Mendes e Mendes

Trivela

 

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