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terça-feira, 24 de setembro de 2019

O discurso do torcedor e dirigente americano

Blog reconhece o trabalho do doutor José Medeiros e repercute escrito do Mecão, Voz e Vez

- Querida torcida americana, em seu nome saúdo os demais.Hoje estamos em festa, enfim é chegada a hora de entregarmos a primeira etapa da nossa Arena América.

Foram anos de luta e dificuldades que, com amor e perseverança, juntos atravessamos para anunciar mais um encontro com nosso destino de glórias. Alegrem-se! Orgulhem-se, meus irmãos peles vermelhas!

Fizemos história ao mostrar para os incrédulos e para o mundo que uma torcida pode sim presentear seu clube com um belo estádio de futebol.

William Shakespeare escreveu que “a beleza sozinha bastaria para persuadir os olhos do homem sem necessidade de um orador”, mas impossível nesta hora calar no agradecimento sincero.

Rendo aqui minha eterna gratidão à minha família pelo conforto nos momentos de dificuldades e, sobretudo, pela compreensão por tantas horas ausentes do lar quando a serviço da Arena América.

Agradeço toda torcida do Mecão pela paciência, incentivo e efetiva participação. Agradeço, sobremodo, aos componentes da comissão de construção (já nominados por Dr. José Rocha) que comigo serraram fileiras com denodo e amor à causa.

Seus nomes serão assentados em placa nas nossas dependências e memória.

Agradeço a todos os presidentes do América (aqui destaco Eduardo Rocha) que em nós confiaram essa árdua e honrosa missão.

Agradeço a todos nossos fornecedores, em especial ao Dr. José Alencar da Costa, homem probo e figura admirável, presidente da CIC que a despeito de conselhos, acreditou na causa e confiou em nossa palavra.

Por fim registro com letras garrafais meus agradecimento ao nosso comandante em chefe, Dr. José Vasconcelos da Rocha, que ao longo dos seus 83 anos esbanjou jovialidade e firmeza na defesa do nosso sonho; agradeço aos companheiros de todas as horas, engenheiro Francisco Sobrinho, sempre paciente e solícito aos nossos pedidos e ponderações e finalmente não poderia esquecer a fiel Érica Maria Batista, imprescindível à frente da secretaria da nossa Arena desde o início da luta até hoje quando entregamos a primeira etapa.


Antes de encerrar, gostaria de dizer que para essa “criança” que hoje entregamos não haverá teste de paternidade, faltará kit em Natal para esse fim, o pai somos todos nós que sonhamos, sofremos e executamos juntos, pois tenho absoluta certeza que se, milhares de anos à frente, arqueólogos estudarem qualquer estrutura desta edificação encontrarão nosso sangue, suor, lágrima e, quem sabe até DNA de Dragão.

Por fim, peço a todos que preservem e concluam esse novo templo do futebol, pois como diria Luís de Camões nos Lusíadas “Aqueles que por obras valorosas fizeram história, se vão da lei da morte libertando”...Sejam bem vindos, essa casa é nossa! Obrigado.


domingo, 22 de setembro de 2019

O testemunho virtual na abertura do estádio americano


José Vanilson Julião

Acompanhei ao vivo o jogo inaugural numa rede social. No Youtube o placar demonstrativo acima, a esquerda do vídeo, “1998 – 2006”, alusões ao título da Copa do Nordeste e ao acesso para a Série A pelo quarto lugar na Série B.

No autentico tapete verde do Estádio José Vasconcelos da Rocha – ex-presidente e presidente do Conselho Deliberativo do clube – imperou o vermelho (1998) e branco (2006). As cores dos times amigos do José Ivanaldo de Souza x Carlos Moura Dourado.

Não importa se no inaugurado equipamento esportivo o torcedor americano não “entupiu” a arquibancada. Nem o placar da partida festiva.

O essencial foi a homenagem com o desfile de craques que não perderam o rebolado, a ginga e a técnica. Como vislumbrou o repórter no “testemunho ocular”.

Peguei o bonde andando, perto dos cinco minutos do primeiro tempo, quando o placar estava aberto em favor do Branco, gol de Oliveira, macauense, atacante, ídolo nos anos 90.

Goeber, que atuou em 2006, faz o segundo, e aos 20 o Valber desconta. Naldo, atacante do time doméstico do vice-campeonato da Série C (96), amplia.

Quando o árbitro Leonardo Bruno apita o final da primeira etapa o redator relembra a passagem dos craques ano a ano. Dos 80: Medeiros, Baíca, o zagueiro Saraiva, também campeão pelo Alecrim.

O leitor que me perdoe, cheguei “atrasado” no campo virtual. Não peguei a escalação completa dos rubros e dos alvos.

Porém captei nomes famosos, de antigos e atuais, pela cobertura do trio de repórteres da TV Mecão (Canindé, Paulo e Raissa):

Gito, Max, os goleiros Fabiano “paredão”, César e Sérvulo, Robson, Júlio Terceiro, Carlos Mota, Carioca, Leandro Sena, Rogerinho, Bernardes, Elmo Casquinha, Severinho, Montanha, Joelan, Helinho, Tiê e Zé Ivaldo.

Na etapa completar, no começo, Gito anota para o time de Moura e diminui a diferença. Não usou o canhão da perna, mas a cocuruta.

Todo mundo queria jogar. Foi um entra e sai. Volta e sai... Até os filhos de Souza (Yago) e Moura (Guilherme) correram atrás (ou à frente?) da bola nos 15 minutos finais!

Estádio americano é real após duas tentativas frustradas


José Vanilson Julião

A primeira ação para construção de um equipamento esportivo a altura da tradição, acomodar a torcida americana e servir de alçapão em favor da equipe, aconteceu 71 anos antes, quando fora inaugurado o campinho da Rua Campos Sales, no bairro do Tirol.

Para a ocasião é aproveitado um terreno dos fundos da Rua Maxaranguape, uma transversal no sentido leste – oeste, no trecho em que ficava a antiga sede social, substituída pelo moderno prédio da Rua Rodrigues Alves no período do licenciamento, entre fevereiro de 1960 e o primeiro semestre de 1966.

A festa da entrega do campinho contou com a disputa da Taça Orestes Silva, em homenagem a um dos históricos dirigentes, responsável maior pela aquisição do quarteirão, inclusive emprestando o dinheiro necessário para a compra.

O convidado para o jogo de abertura, acreditem, foi o maior rival, o alvinegro ABC, que tomou a maior goleada do alvirrubro na história entre jogo amistoso e oficial (ficha da partida abaixo do texto principal).

A pequena obra fora iniciada na gestão do presidente Humberto Nesi e concluída pelo sucessor José Rodrigues de Oliveira e diretor social Rui Barreto.

Presença do prefeito Sílvio Piza Pedrosa. Discursos: Gentil Ferreira de Souza e Vicente Farache Neto (dirigentes abecedistas).

Pousada do Atleta

A segunda tentativa se deu com a inauguração do Estádio General Everardo de Barros Vasconcelos, em homenagem ao player Campeão do Torneio do Centenário da Independência (1922). O campo, também sem arquibancada, foi entregue no segundo semestre de 1973.

No intervalo entre dois jogos do clube pelo campeonato brasileiro da segunda divisão: 3 x 0 Calouros do Ar/CE (18/11) e 2 x 1  Centro Esportivo Alagoano (25/11). Na ocasião, em jogo-treino, o adversário foi o Cosern (Força e Luiz).

O estadinho murado ficava localizado no quarteirão em Capim Macio (Zona Sul), começo da estrada de acesso a praia de Ponta Negra, logo após o viaduto erguido entre 74/75.

Hoje ocupado por uma faculdade particular, inicialmente, e por um grande supermercado, posteriormente, nos anos 90 e 2000.

O evento contou a benção do padre Agnelo (capelão do Brasil na Copa do Chile/62), sendo resultado da gestão do presidente Hugo Manso. Jogo iniciado as 9h35 com tempos de 35 minutos.

Seguiu-se churrasco de confraternização com a presença do ex-presidente Humberto Nesi. O terreno media 18.556 metros quadrados e custou Cr$ 22.315,00, pagos ao empresário Geraldo Gomes dos Santos. Escritura: 8/8/70.

O terreno da Avenida Engenheiro Roberto Freire – por sinal torcedor americano -, fora comprado pelo corretor imobiliário presidente Humberto Pignataro por 60 mil cruzeiros e pagos em 12 prestações.

Na seqüência no mesmo local surgiu o alojamento e concentração denominada Pousada do Atleta. O complexo é vendido ao Bompreço em 1999 e o dinheiro investido no Centro de Treinamento Abílio Medeiros, em Parnamirim.

É justamente na sobra do terreno que fica a Arena América, inaugurada parcialmente hoje, para cinco mil espectadores.

América 1 – 2 Cosern
Data: quarta-feira, 22/11/1973
Árbitro: Guaracy Augusto Picado/RN
Gols: Tião, Bagadão e Elson

América 6 – 2 ABC
Data: domingo, 11/7/1948
Árbitro: Júlio Soares/RN
Gols: Pernambuco (2), Alírio, Marinho, Chico, Tico e Gageiro (contra)
América: Gerim, Artemio, Barbosa, Renato Lacraia, Vavá, Alírio, Tico, Pernambuco, George, Pedro Humberto e Marinho. Treinador: Graciano Acosta Torres
ABC: Expedito (Zé da Silva), Gageiro, Toré, Gonzaga, Carrapicho, Tuta (Harry), Dequinha, Albano, Campina (Ponteiro), Pageú e Abacaxi

FONTES
A Ordem
Diário de Natal

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Expectativa é maior para o primeiro jogo oficial no estádio americano


Uma comissão de americanos define a programação da entrega do primeiro lance de arquibancada dos quatro módulos que vão compor o Estádio José Vasconcelos da Rocha (Arena América), na localidade de Taborda, na periferia de Parnamirim, cidade da região metropolitana da capital potiguar.
O evento há muito esperado pela torcida alvirrubra começa na última hora da manhã deste domingo (22), com uma grande festa na área externa, e se encerrará no final da tarde.
Abertura valendo pondo deverá ocorrer na primeira rodada do campeonato estadual do próximo ano. A tabela preliminar poderá ser anunciada pela federação em novembro ou dezembro com o acesso do campeão e vice da segunda divisão conhecidos.
PROGRAMAÇÃO
11h – Início da festa com DJ PL na área externa de nossa arena
12h – Abertura dos portões Arena
12h15 – Show Musical com a banda Gota Elétrica
14h- Início do ato solene de inauguração com bênção e hasteamento do pavilhão nacional.
15h – Queima de fogos na entrada oficial dos jogadores
15h15 – Início do jogo Moura x Souza
16h45 – Queima de fogos
16h45 – Encerramento com música eletrônica
18h – Final com dispersão do público
Com informações do site do América


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Suposto clube de craque do ABC e América não existia anos 20


O Tricolor do Vale (vermelho, preto e branco) que leva o nome de Jacareí aparece cinco décadas após a excursão do Elvira

José Vanilson Julião

Apesar do final da década de 1970 o futebol amador em Jacareí ser considerado forte ainda não existia uma equipe profissional que representasse a cidade nos campeonatos oficiais organizados pela Federação Paulista.

A iniciativa de fundação aparece em um programa de esportes da Rádio Clube Jacareí (atual Rádio Mensagem AM). Os radialistas da emissora lançaram a idéia no ar e os primeiros ouvintes que telefonaram tornaram-se conselheiros do clube.

Para preencher a lacuna em 27/10/1980 surge o “Jacareí Atlético Clube”. Mesmo profissional no primeiro ano a equipe é formada com atletas amadores, assim como a comissão técnica foi aproveitada de outras equipes.

Existem várias versões para explicar o nome da cidade. A mais aceita é que se originou do Tupi-Guarani “Care-ig” (Rio dos Jacarés). Desde a fundação a agremiação ostenta um jacaré no centro do escudo. O distintivo mudou, mas o jacaré permanece como símbolo.

O primeiro título veio oito anos depois: campeã da Segunda Divisão – atual Série A3 – conquistando o direito de disputar a extinta Série Especial. O descenso veio no ano seguinte. Com as mudanças das no Paulista (94) passou a Série B1B, hoje parte da Segunda Divisão.

O Jacareí manda os jogos no Estádio Stavros Papadopoulos, com a construção finalizada em 2001, e inaugurado em 27/5, com empate contra o OSAN de Indaiatuba (1 x 1). Até então atuava nos estádios do Elvira, aquele da excursão ao Nordeste, ou da Ponte Preta.

O clube foi gerido entre 2000 e 2005 pela Sports International, sob o comando do grego Stavros Papadopoulos, justamente a empresa responsável pela construção do estádio que conta com o nome do ex-terceirizador.

Em 2008 o clube foi semifinalista do Sub 20 da Segunda Divisão e em 2009 disputa a Segunda Divisão e alcançar acesso à Série A3.

O JAC começou a disputar competições profissionais em 1981 pela Terceira Divisão (atual A-3). No ano seguinte ótima campanha com jogadores experientes, como os zagueiros Marião e Gilberto (ex-Santos), mas não consegue o acesso.
A principal fase vitoriosa aconteceu em 1988, quando conquista o título a Terceira Divisão ao derrotar o Olímpia e o Capavariano no triangular final. Sobe para a Segunda Divisão (atual A-2). Mas o clube não foi bem e acaba retornando para a terceira divisão.
Com a saída dos investidores e posterior falta de recursos, o estádio passou a ser administrado pela Prefeitura.
Em 2007 fez parceria com a Academia Ptak, administrada por empresários poloneses, e disputou a Série B e a Copa São Paulo Júnior. Em 2008 desfaz a parceria e disputa o estadual com seus próprios recursos.
Os fracos desempenhos e as dificuldades com as despesas levam a terceirização do departamento de futebol em 2013. Parceria realizada com a empresa Conexão Esportes, de São Paulo possibilitou a disputa da Quarta Divisão também em 2014.
Ainda em 2014, a Prefeitura interditou o estádio após exigência do Ministério Público em realizar obras de adequação para melhoria das condições de segurança, após incidente envolvendo as torcidas do São José e Guarani.
Com isso mandou parte das partidas como mandante no Estádio Joaquim de Morais Filho (Taubaté). A interdição e a impossibilidade de realizar mais de três partidas como mandante fez o Jacareí desistir da disputa do Paulista de 2015.
Em maio de 2016 é eleito novo presidente que procura alternativa para que o clube volte à ativa profissionalmente.
Após um ano de reformas estruturais do Estádio Municipal ele foi reinaugurado em jogo festivo em abril de 2018. Hoje o Clube mantém atividades em categorias juvenis sem previsão de retorno a atividades profissionais.


Craque famoso do América primeiro foi do ABC


José Vanilson Julião

Ao contrário do que se dizia até bem pouco e a partir das informações levantadas pelo repórter, o falecido jogador Renato Teixeira da Mota, o ‘Neném’, provavelmente oriundo de Recife, capital pernambucana, e não da cidade paulista de Jacareí, teria sido primeiro agregado ao ABC e somente depois fora incorporado ao elenco do América.

Repórter se baseia no fato de que ele não poderia disputar uma competição por dois clubes ao mesmo tempo. E para embasar a tese o apelido dele consta na escalação alvinegra campeã no segundo título consecutivo no final da década de 20: Jonatas, Zé Eloy, Dorcelino, Mário Crise, Hermes, Ubá, Rodolfo, Cabo João, Neném, Arthur e Augusto.

Outra questão fundamental é que o campeonato estadual aconteceu no segundo semestre. Portanto após a participação dele como autor de um dos quatro gols na vitória do Sport Recife sobre o clube Elvira (Jacareí). No primeiro semestre. Em abril.

Na postagem anterior também há a informação de que o falecido atleta participa naquele mesmo semestre, após a competição local, de excursão abecedista para enfrentar clubes de Fortaleza.

Outra questão importante é que Renato Teixeira somente vem aparecer no quadro principal americano na formação campeã de 1931, o segundo consecutivo, depois de quebrar a seqüência do rival no ano anterior.