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domingo, 27 de abril de 2025

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (VI)

Aline Pinto (a segunda da esquerda para a direita de quem olha) foi a primeira escoteira do Rio Grande do Norte e casa com o primeiro chefe escoteiro potiguar, Miguel Ferreira da Silva

Pedro frente ao painel com foto do pai
e da mãe/Foto: Assistente Museu
do Escoteiro, César Barbosa

A influência do primeiro chefe e da primeira escoteira do Rio Grande do Norte passam para o filho

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Com as informações correlatas inseridas nas cinco anteriores reportagens desta série ficou patente que a ligação afetiva com os pais e as atividades deles fora do seio familiar influíram na vida da criança e do adolescente Pedro Ferreira da Silva.

A participação do pai Miguel Ferreira da Silva (Macaíba, 1902 – Natal, 1936) logo na primeira leva dos dois grupos de Escoteiros, fundados oficialmente em 24 de junho de 1917.

Especificamente o do Alecrim, da influência do professor Luís Correia Soares de Araújo, acaba tornando-o o primeiro chefe escoteiro do Rio Grande do Norte.

E foi neste grupo do então em expansão bairro do Alecrim que tempos depois Miguel Ferreira – jogador do Alecrim Futebol Clube já na década seguinte – passa a ter conhecimento com a adolescente Aline Pinto, com quem viria se casar e gerar quatro filhos, entre eles Pedrinho.

A jovem Aline entra para sempre na história como a primeira escoteira potiguar.

O casamento sofre o baque com o falecimento de Miguel (de febre tifo), quando ele exercia a função de inspetor de alunos no Grupo Escolar Frei Miguelinho, pois somente veio a mudar para "Padre Miguelinho" no governo Aluizio Alves (1961/65).

Fotografia do painel acima atrás do
professor Pedro Ferreira da Silva

Certamente indicado pelo companheiro líder fundador do escotismo, professor Luís Soares, diretor do tradicional estabelecimento de ensino público até o ano da morte (1967).

E provavelmente foi o dedo do professor Luís Soares que indicou e chancelou a jovem viúva Aline Pinto Ferreira para ocupar o mesmo cargo funcional do recém falecido marido e, com isso, ter a base necessária para sustentar o quarteto de crianças.

Assim não teria como Pedrinho não entrar para o escotismo, ser presidente do movimento anos depois e ainda ser homenageado na reabertura do Museu do Escoteiro.

Cuja sede, não é mera coincidência, fica no primeiro andar do Instituto Padre Miguelinho, que o professor Luís Soares viu nascer, se desenvolver e dedicou toda uma vida.

sábado, 26 de abril de 2025

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (V)

O professor Pedro mostra em casa a fotografia rara do pai Miguel Ferreira da Silva/Imagem: César Barbosa (assistente do Museu do Escoteiro)

Artigo especial retrata pai, mãe, pioneiros do escotismo, e o filho, que segue os exemplos dos genitores


Carlos Roberto Pinto Lopes*


Pedro Ferreira da Silva (16/3/1932), filho de Miguel Ferreira da Silva e Aline Pinto Ferreira, com raízes pelo lado paterno em Macaíba e materno em Angicos, é o terceiro de quatro irmãos.

Sempre ameno e tranquilo cresceu entre a tragédia da perda do pai, aos dois anos, e vendo o valor da unidade familiar, uma célula indispensável para momentos de sofrimentos e tristezas, morando no bairro da Cidade Alta, se permitia frequentar o Alecrim, onde moravam os tios maternos, que se tornaram pais e se ladearam a mãe naquela travessia, que fora o encantamento do pai, aquela que na adolescência fora a primeira escoteira do RN e o pai primeiro chefe de escoteiros do então criado movimento de escoteiros pelo poeta Henrique Castriciano e professor Luís Correia Soares de Araújo.

Nessa atmosfera Pedrinho, como era carinhosamente chamado, estudou no Colégio Marista, de lá saindo para cursar Ciência Biológica (Licenciatura e bacharelado) na Universidade Católica de Pernambuco, no Recife, onde morava a tia Edilza Pinto.

Ao concluir os estudos em 1959 o mesmo regressa a Natal e inicia-se no Magistério como professor nos colégios Atheneu, Padre Monte e Ginásio Municipal de Natal. E ainda professor na Faculdade de Jornalismo e Ciências Exatas, cursos de Matemática e Pedagogia, no prédio da Fundação José Augusto em Natal.

Cursou ainda a segunda graduação em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1966, vindo a trabalhar em órgãos públicos nos anos 60/70.

Casado com Lucimar Azevedo Ferreira (em 17/12/1966), com quem tem os filhos Andréa, Adriana, Ana Paula e Alexandre, reúne na família várias formações entre filhos e nove netos, que vão da engenharia civil, jornalismo, multimídia, Direito, tecnologia da informação e Educação Física.

Nos anos 70/90, já então com a experiência no magistério do ensino médio, fora convidado para compor a equipe da Secretaria Estadual de Educação, no cargo comissionado de chefe de gabinete, função essa que exerceu por mais de 20 anos com zelo e afinco, vindo a se aposentar aos 35 anos de serviço.

No voluntariado exerceu a presidência da Associação dos Escoteiros do Alecrim (o redator registra que não poderia ser diferente face o histórico do pai), em 1978/80, e a presidência da União dos Escoteiros do Brasil/RN (1981/84)...

 

*Presidente emérito do Escotismo no RN

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (IV)

Flagrante no pátio da escola da solenidade em comemoração aos 108 (completa em dois meses) e reabertura do museu do escotismo no Instituto Padre Miguelinho

Pedro Ferreira da Silva: fortes emoções

Ex-presidente regional se emociona com fotos do pai e mãe na galeria dos pioneiros homenageados

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O movimento escoteiro do Rio Grande do Norte celebrou 108 anos de história no sábado (12) com a reinauguração do Museu Histórico do Escoteiro (sábado 17, no primeiro andar do Instituto Padre Miguelinho, na Rua Fonseca e Silva (Alecrim), e homenageou figuras emblemáticas.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia foi protagonizado pelo ex-presidente da Associação dos Escoteiros, Pedro Ferreira da Silva, 94. Ao receber a comenda de Mérito Professor Luiz Soares de Araújo (um dos fundadores, se comoveu ao encontrar, na galeria de homenagens, a foto da mãe, Aline Pinto Ferreira (a primeira jovem escoteira potiguar).

Mas as emoções tinham mais uma forte razão para aflorar e acontecer. Um dos mencionados na lista de 17 jovens pioneiros em Natal também envolvidos com o futebol, é o pai Miguel Ferreira da Silva, ex-atleta do Alecrim, secretário da segunda liga e chefe de escoteiros. Inclusive é patrono do Grupo Chefe Miguel Ferreira (criado em 1979 e atualmente inativo).

Também foram agraciados a diretora da Escola Estadual Padre MiguelinhoAmbrósio Barros, presidente emérito da organização, que liderou o escotismo potiguar até março de 2024 (recebe panóplia com mensagem de gratidão pela dedicação ao movimento).

Mais Marcelo Alves Dias (procurador da República), “lobinho” do grupo 12º RN; o professor Pedro Ferreira da Silva (ex-presidente da União de Escoteiros do Brasil/RN entre 1980/90; e Henrique Augusto Lima dos Santos (médico da Liga Contra o Câncer) e primeiro potiguar a conquistar a insígnia Liz de Ouro (1980) pelo o 35º RN. (com dados da assessoria de imprensa)

 

FONTES/IMAGENS

12º Grupo de Escoteiros Professor Luís Soares

Blog Assis Silva (Mato Grande)

Grupo Escoteiros

Anelly Medeiros

Canindé Soares

Virgínia Coelli

Tribuna do Norte

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (III)

Miguel Ferreira da Silva é citado em depoimento de Gil Soares de Araújo em "O Poti" (1983)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Os primeiros escoteiros potiguares faziam parte de dois grupos e somavam 128 garotos e adolescentes.

Um, com 99 membros, coordenado pelo professor Henrique Castriciano de Souza (Associação dos Escoteiros do Rio Grande do Norte).

Outro, com 29 integrantes, pelo professor Luís Correia Soares de Araújo (Primeiro Grupo de Escoteiros do Alecrim).

Na relação abaixo (17 nomes), novamente publicada, pela ordem de aparição (entre parênteses) nas duas listas, alguns dos escoteiros que também se envolveram no pioneirismo do futebol.

Estão incluindo mais dois que surgiram e ficaram de fora da primeira visualização inédita. Como jogadores ou dirigentes do América, ABC e Alecrim.

No caso Miguel Ferreira da Silva (foto), jogador alecrinense, primeiro chefe dos escoteiros e presidente da segunda liga de futebol.

E ainda José Guimarães Wanderley (fez carreira como autor teatral nos anos 30/50 no Rio de Janeiro), irmão de Jaime e Renato, envolvidos com o ABC, América e Paysandu natalense.

Eventualmente um ou outro personagem podem ser acrescentados no futuro, não agora, por alguma dúvida.

Ou erro de grafia não esclarecido, caso de Cincinato Chaves, com L inicial na relação.

 

GRUPO HENRIQUE CASTRICIANO

Solon Rufino Aranha (3)

João Juvenal Barbosa Tinoco Filho (13)

José Guimarães Wanderley (15)

Renato Guimarães Wanderley (16)

João Batista Foster Pinto (22)

José Janini (53)

Antonio farache (54)

José Farache Filho (55)

Carlos Farache (56)

Vicente Farache Neto (57)

Heraclio Fernandes (59)

Orestes Augusto da Silva (74)

Abel R. Viana (83)

Edgar Homem de Siqueira (95)

GRUPO LUÍS SOARES

Joaquim César da Silva (5)

Miguel Ferreira da Silva (13)

Waldemar Junqueira (28)

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (II)

Nomes entre entre os fundadores

Os primeiros jovens escoteiros foram jogadores e dirigentes do América, ABC e Alecrim

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A lista (que não é em ordem alfabética) abre com Solon Aranha, um dos fundadores do ABC Futebol Clube (1915).

Segue com o antigo jogador e depois presidente do América/RN, João Juvenal Barbosa Tinoco Filho.

Também americano dissidente, Renato dos Guimarães Wanderley, um dos fundadores do azul e branco Paysandu, ao lado do paraense Rodolfo Barradas, além de outro fundador americano, João Batista Foster Pinto.

Ainda o alecrinense José Janine, que acabou indo para o Rio de Janeiro, fazendo carreira de musicista, cantor, compositor ou letrista e radialista em emissoras cariocas.

Na lista também os irmãos Farache – Antônio, Carlos, José e Vicente – a maioria envolvidos com o alvinegro como jogadores e dirigentes.

Na visualização inédita o presidente americano Heraclio Fernandes, Orestes Augusto da Silva – um dos responsáveis pela aquisição do terreno no qual foram construídas a antiga e a atual sede do América.

E o antigo goleiro dos anos iniciais, o panificador Abel R. Viana. E outro presidente alvirrubro, Edgar, irmão de dois fundadores, Oscar e Carlos Homem de Siqueira.

O depois comerciante Joaquim César da Silva, morador da Vila Lustosa, atual Rua José de Alencar (Cidade Alta), pai do atacante potiguar Demóstenes César da Silva, com passagens pelo América/RN, ABC, Ferroviário/CE, Botafogo/RJ, Canto do Rio e no Atlético Júnior de Barranquilla (Colômbia).

E finalmente o ex-jogador americano e depois treinador dos juvenis, Waldemar Junqueira, que esteve no amistoso do alvirrubro em Acari (1926).

 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (I)

Personagens da exposição também se envolveram nos primeiros tempos do futebol potiguar

Neste sábado, a partir das 14 horas, o “Museu Escoteiro” recebe visitantes – após a solenidade de reabertura (dia 12), tendo como primeiros visitantes os amigos do 18/RN Grupo Escoteiro Mirassol.

A exposição conta a história do escotismo no Rio Grande do Norte, desde a recomendação do poeta carioca Olavo Bilac (1865 – 1918) ao amigo Henrique Castriciano (1874 – 1947) para a criação do primeiro grupo em Natal.

O resto é história, que contamos em por meio de fotografias, atas da fundação e peças antigas do movimento escoteiro 

E itens particulares do professor Luís Soares (1888 – 1967), um dos três fundadores doescotismmo potiguar, com destaques para as cartas de Baden Powell, uma curiosidade a parte.

O Museu do Escoteiro da Associação dos Escoteiros do Alecrim fica na Rua Fonseca e Silva, 1103, primeiro andar do Instituto Padre Miguelinho.

Está aberto para visitação, aos sábados, das 14 as 17 horas. (com dados da assessoria de imprensa)

Ramos na despedida de Jairzinho em Currais Novos

O clube da "Estrela Solitária" é o único carioca a se exibir no Estádio Coronel José Bezerra

Elencos do time local e dos visitantes em conjunto

"O último jogo do 'Furação da Copa' pelo Botafogo foi na terra da scheelita"


Kolberg Luna Freire

Jornalista

 

No segundo semestre do ano de 1981, Jairzinho voltou ao Botafogo/RJ, com 37 anos, após temporada na Bolívia, onde foi campeão e artilheiro pelo Jorge Willsterman. Sua reestreia ocorreu num insosso 0 x 0 com o América, pelo Campeonato Estadual.

O garoto que começara como gandula em General Severiano ainda em 1958, que fora tricampeão juvenil em 1961/62/63 e nesse ano ingressara no elenco profissional e lá permaneceu até 1974, quando foi vendido para o futebol francês, retornava a sua casa para encerrar a carreira como jogador profissional.

Já não tinha mais a mesma velocidade que caracterizaram suas arrancadas e os dribles rápidos, mas a maturidade do veterano que conhece os atalhos do campo, sem precisar correr mais do que a bola.

Eliminado do icônico Campeonato Carioca de 1981, decidido por Flamengo x Vasco em uma série de três jogos logo após a morte do treinador Cláudio Coutinho e que precedeu a conquista do título mundial pelo time rubro-negro, o Botafogo/RJ fez excursão pelo Rio Grande do Norte disputando três jogos.

No elenco, jovens jogadores que sempre eram lembrados nas convocações de Telê Santana para a seleção como o goleiro Paulo Sérgio, o lateral-direito Perivaldo e o meio-campo Rocha, além do craque Mendonça que, em 1993, abrilhantou o campeonato potiguar jogando pelo América. Porém, o nome mais expressivo era o de Jairzinho, “o Furacão da Copa”.

A série de jogos do “Glorioso” no RN começou com o Baraúnas, em Mossoró, partida que terminou empatada, sem gols, no dia 1/12/1981 (terça-feira).

O segundo jogo foi no dia 3 (quinta-feira), quando enfrentou o América que havia acabado de conquistar o tricampeonato Estadual. Essa partida representou o encerramento da temporada de jogos em Natal, servindo também para o Botafogo pôr a faixa de campeão no América e premiar os melhores da temporada. O gaúcho Norival (AME), foi o melhor jogador do Estadual/1981 e Sandoval (AME), o artilheiro com 14 gols. A partida terminou com a vitória alvirrubra por 1 x 0, gol do centroavante Miltão.

Com a desistência do Ceará/CE em realizar o amistoso antes acertado, o hoje deputado estadual Luiz Antônio “Tomba” Farias, que à época era o diretor de futebol do Potyguar, assumiu a promoção e levou o amistoso para a terra da scheelita, sendo o “Fogão” a primeira e até hoje única equipe do RJ/SP a jogar na cidade, fazendo um jogo para ficar na história.

 Assim, no dia 6, um domingo, destinado ao futebol, enquanto o Brasil inteiro aguardava a Rede Globo de Televisão transmitir a terceira e última partida da final do Campeonato Carioca, vencida pelo Flamengo por 2 x 1, no famoso jogo em que o ladrilheiro Roberto Passos Ferreira invadiu o gramado para esfriar uma possível reação cruzmaltina, a cidade de Currais Novos parou para receber o Botafogo de Futebol e Regatas jogar amistosamente contra o Potyguar.     

Como o Estádio Coronel José Bezerra ainda não tinha refletores, a partida foi iniciada às 15 horas para aproveitar a iluminação natural. Jogo de casa cheia, com grande torcida do alvinegro na região, tendo a organização do evento colocado cadeiras na lateral do campo e cobrado um valor mais alto para os que podiam pagar e estar mais próximos dos jogadores.

“Foi um jogo importante para a gente e jogamos com mais cuidado, mesmo sendo festa. E para mim em especial que estava diante do time que eu torço e do meu maior ídolo, que é Jairzinho”, lembra o goleiro Souza, revelando-se botafoguense.

E em Currais Novos ocorreu a única vitória do Botafogo na breve excursão pelo Rio Grande do Norte. O Botafogo começou ganhando logo aos 33 segundos de jogo, com Mendonça aproveitando um cruzamento da esquerda e empurrando para o gol. A equipe da casa empatou aos 5 minutos, após grande jogada de Luciano driblando Perivaldo e o goleiro Paulo Sérgio, sobrando a bola para Dedé de Dora mandar para o gol, incendiando a torcida local. Porém, o “bigodudo” Jerson fez 2 x 1, aos 12 minutos, dando números finais ainda no primeiro tempo, embora o jogo tenha sido muito movimentado.

Luciano, que naquele dia jogou de ponta-esquerda, foi escolhido o melhor em campo, recebendo um cheque e um moto-rádio.

“Eu fui escolhido pela imprensa como o melhor jogador da partida. Fiquei muito satisfeito com os presentes que ganhei. O pessoal daqui diz que eu dei uma canseira em Perivaldo”, diz sorrindo o jogador Luciano, que junto com Souza, Paulo, Jorge Calaça e Dedé de Dora eram os jogadores oriundos da Região Seridó.

Porém, todos que estavam no estádio confirmam que uma falta cobrada pelo lateral-esquerdo Dato, tipo escanteio de mangas curtas, entrou, tendo Paulo Sérgio, à época convocado para a seleção brasileira, tirado a bola depois de ter passado da linha de gol. O árbitro Antonio Lira, por não ver a bola entrar, invalidou o gol.

Ao longo de sua história o Potyguar recebeu outros clubes do futebol brasileiro em seus domínios, mas essa partida em especial tem todo um valor, seja porque foi o primeiro dos chamados grandes e tradicionais clubes brasileiros a jogar na cidade, seja porque terminou se transformando no jogo de despedida de Jairzinho, “o Furacão da Copa”, como jogador de futebol envergando a mística camisa alvinegra da estrela solitária. Pelo Botafogo foram 413 partidas e 186 gols.

Há quem diga que a história não joga, só está nos livros. Não está certo. A história tem um peso na definição dos momentos. E coube a cidade de Currais Novos, terra dos minérios, receber aquela que foi a derradeira partida de uma pedra preciosa cunhada em General Severiano e que se tornou uma verdadeira joia do futebol brasileiro e mundial.

Quase três meses depois, já sem clube, Jairzinho fez a sua última partida pela seleção brasileira. Em 3/3/1982, contra a Tchecoslováquia, recebeu a justa homenagem pelo que fez pelo futebol brasileiro e despediu-se jogando 11 minutos, recebendo uma miniatura da taça Jules Rimet e saiu de campo aplaudido de pé, no Morumbi. Não disputava uma partida pela seleção desde 1976, no amistoso contra o Flamengo em homenagem ao atacante Geraldo, falecido poucos dias antes.

Na foto que ilustra a postagem, as duas equipes unidas posam antes do início da partida. Em pé: Paulo, Luiz Antonio “Tomba” Farias (diretor de futebol), Souza, Lima, Ednaldo, Ademir Lobo, Sonildo, Gaúcho, Dato, Gilmar, Jorge Calaça, Perivaldo, Humberto Gama (presidente da Liga Curraisnovense de Futebol) e Iremar Alves (radialista). Agachados: Mendonça, Dedé de Dora, Gilson Lopes, Jerson, Naldo, Rocha, Paulo Sérgio, Luciano, Edson, Almir, Jairzinho e Diá (massagista).

 

FICHA TÉCNICA

Potyguar-CN 1 x 2 Botafogo/RJ

Data: 6/12/1981

Estádio Coronel José Bezerra

Público: 2 mil pessoas

Renda: Cr$ 2.000.000,00 (aproximadamente 170 salários mínimos da época).

Juiz: Antonio Lira

Gols: Mendonça (33 seg), Dedé de Dora (5 min) e Jerson (12 min)

POTYGUAR: Souza; Paulo, Ednaldo, Sonildo e Dato; Calaça (Gilvan), Naldo (Ramos) e Dedé de Dora; Almir (Curió), Gilson Lopes e Luciano. Técnico: Ilson Perez (Petinha)

BOTAFOGO: Paulo Sérgio; Perivaldo, Gaúcho, Lima e Gilmar; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo; Edson, Jairzinho e Jerson. Técnico: Paulinho de Almeida

 

Créditos de informações e imagens para criação do texto: Entrevistas com Bob Gama e os jogadores do Potyguar: Souza e Luciano; Jornal dos Sports; Diário de Natal; www.mundobotafogo.blogspot.com; A foto foi gentilmente cedida por Bob Gama e Adélcio Jr.

 

Nota da redação: artigo original do site "Grande Ponto" (23/7/2020) reproduzido no "Mundo Botafogo" numa cortesia do editor Ruy Moura. A participação do falecido ponta-esquerda esquerda no elenco do tricolor seridoense é confirmada pelo memorialista José Ribamar Cavalcante e pelo repórter esportivo Marco Aurélio André (87 FM). Ele somente não aparece na foto histórica, é claro, por ter entrado no decorrer do jogo.

 

FONTES/IMAGENS

Escrete de Ouro

Grande Ponto

História do Futebol

Mundo Botafogo

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Terceira imagem com Ramos no América/RN

Severino dos Ramos Segundo, falecido no domingo, na ponta-esquerda no estádio JL

HOMENAGEM III

O redator havia "pescado" esta fotografia do alvirrubro, mas não lembra se do acervo de José Ribamar Cavalcante ou do "Colecionador Xaria" (Facebook).

A foto estava guardada no e-mail desde 20 de março, portanto um mês antes do falecimento do ponta-esquerda Severino dos RAMOS Segundo.

As duas anteriores são de 1985 e esta terceira é da temporada do ano anterior. Atenção para a legenda com os nomes dos jogadores.

O raro flagrante foi feito em uma das 24 partidas, oficiais e amistosos, no acanhado e tradicional Estádio Juvenal Lamartine.

Com o elenco de costas para a arquibancada da "Frasqueira" e voltado para a antiga arquibancada de madeira.

Ramos retorna ao alvirrubro desde que havia entrado no amistoso América 2 x 2 Corintians (domingo, 6/2/1977), em Caicó/RN.

Pelo "come e dorme" (maioria juvenil) treinado por Wallace Gomes da Costa, antigo jogador americano com passagem pelo ABC.

Na mesma data o titular, orientado pelo treinador gaúcho Laerte Doria, joga pela Taça Cidade de Natal. (JVJ)

 

O Rei Pelé e súditos no Monte Rushmore

Pelé, Zico, Garrincha, Cruyff e Beckembauer representados como personagens na montanha famosa

A imagem original com os presidentes dos EUA

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Independente da diminuta polêmica com uma das inclusões achei engraçado o paralelo dos cinco astros do futebol com as imagens esculpidas na montanha dos quatro presidentes dos Estados Unidos.

Na imagem original são retratados os presidentes George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. Representando os primeiros 150 anos da nação da América do Norte.

A obra fica no Parque Kestone, no Estado de Dakota do Sul, no Meio-Oeste, sendo iniciada em 1927 e concluída em 1941.

O "clone" ou cópia feita por inteligência artificial, retirada de rede social, conta com mais um personagem.

Pela ordem (três brasileiros, um holandês e um alemão): Pelé, Zico, Garrincha, Cruyff e Beckembauer.

Leitor entrega fotografia do "festivo" time amador

FORMAÇÃO: Gilberto Mocó, Haroldo, Marinaldo "Gacho", Jorge, Zé Maia, Ademir, Hermógenes, Mocréia, Ivo e Altivo Fernandes

MEMÓRIA DO BAIRRO

Pelo nome do time – "TROPIALCOOL" – ninguém bebia, comia ou fumava. Eu até era torcedor na época da boemia (anos 80).

O elenco posa no campo do Conjunto Jiqui, no bairro de Neópolis, Zona Sul da capital.

O "estádio", recentemente modernizado pela Prefeitura e equipado com refletores e reforma nas dependências, leva o nome do treinador José Maia.

São falecidos "Gacho" (parelhense), "Zé Maia" e "Mocréia" (irmão do também falecido plantão esportivo Wilson Gomes de Azevedo).

Altivo Fernandes, ex-repórter esportivo das rádios Rural e Poti, andou pelos Estados Unidos da América.

A imagem é uma cortesia do assessor de imprensa Francisco Rossini Garcia Gadelha, um dos mais fanáticos torcedores do América/RN na região.

terça-feira, 22 de abril de 2025

A gremista potiguar mora na Paraíba (FINAL)

Jornal centenário deixou de circular na administração do governador Geraldo Melo, com a extinção da Companhia Editora do Rio Grande do Norte (CERN), na segunda metade dos anos 80. O "Diário Oficial do Estado", o "DOE", hoje, circula com a edição eletrônica.

Francisco Hipólito Bezerra (camisa branca)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Como a decisão intercontinental Grêmio 2 x 1 Hamburgo aconteceu  no domingo (11/12/1983) é de se supor que o fanático torcedor tricolor introduz o escudo gremista logo na primeira edição da semana do "Diário Oficial do Estado" (DOE).

Isto é, sem trocadilho com a falida revista paulista, na terça-feira (13). Além disso o emblema do clube de Porto Alegre foi inserido em policromia e não em preto e branco como dito.

O escudo com o azul vivo, com o preto e o branco, foram artimanha de um funcionário da cozinha tipográfica do DOE, na sede do extinto jornal centenário "A República", com sede na subida da Avenida Luís da Câmara Cascudo (antiga Junqueira Aires) com a Rua Juvino Barreto (Cidade Alta).

Cuja identidade continua escondida na gaveta da memória. Porém um informante, que esteve lá dentro, me diz que o autor da façanha foi um filho do falecido radialista potiguar Paulo Câmara, famoso nos anos 50/70.

Está é uma das histórias fantásticas narrada na primeira postagem, coadjuvante da revelação de uma conterrânea do interior do Rio Grande do Norte, residente em João Pessoa, ser torcedora gremista, em rede social no virada de domingo para a segunda-feira.

Eu não sabia que Helena Macedo gostava de futebol. Pois na pré-adolescência em Cerro-Corá, interior potiguar, somente conhecia outro torcedor de um clube da capital gaúcha.

No caso o já revelado primo, o professor de Educação Física Francisco Hipólito Bezerra Dantas, residente na vizinha Currais Novos.

A mesma fonte que esclarece mais situações do caso do escudo gremista ainda confirma que Hipólito, simpatizante fanático pelo Internacional, chegou a viajar até Porto Alegre, nos anos 70, para conhecer o Estádio José Pinheiro Borda, nome oficial do “Beira-Rio”.

E ficou até residindo nas dependências do estádio e, para se manter, trabalhando em um bar do colosso colorado a margem do Guaíba, distante poucas dezenas de metros do estádio Olímpico, do rival Grêmio.