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domingo, 13 de julho de 2025

José Maria de Aquino prefacia biografia de Yustrich

Elenco do Siderúrgica, campeão mineiro de 1964, com o treinador Yustrich (último em pé de cinza)

Gerchmann comenta sobre autor L. J. Costa
e o livro sobre a carreira do polêmico  técnico

Entre 12 e 14 de junho deste ano o blog publicou uma série de oito reportagens sobre o lançamento da biografia do treinador de futebol Dorival Knipel, o "Yustrich", apelido retirado do nome de um goleiro argentino dos anos 30.

A sequência dos artigos foi motivada pela sugestão e recomendação em rede social do jornalista aposentado José Maria de Aquino para se ler a excelente obra em tom de reportagem, escrita pelo jornalista gaúcho José Luiz Costa.

Ate reproduzo no primeiro texto sequencial parte do prefácio de José Maria de Aquino, mas incompleto. Como localizei todo o prefácio original no portal "SLER" (13 de junho de 2025), destinado a escritores e leitores, transcrito pelo jornalista Léo Gerchmann.

Agora reproduzo na totalidade como parte complementar importante do artigo "Livraço de José Luís Costa sobre Yustrich - Excelente repórter, Zé não economiza em detalhes para contar a história do “Homão”.

O prefácio do mestre que passou pela revista PLACAR é, também, histórico. (JVJ)

 


JOSÉ MARIA DE AQUINO

Jornalista

“Este livro começou a ser ‘escrito’ há mais de meio século, na memória de um garoto de apenas cinco anos que, assustado, fazendo companhia a seu pai, ouvia nas rádios do Rio de Janeiro notícias e comentários sobre um técnico violento, grandalhão, que não levava desaforo para casa, batia nos jogadores, agarrando-os pelo pescoço, botando-os de castigo. Um técnico que enfrentava a imprensa e não aceitava ordens de seus diretores.

José Luís Costa, o garoto assustado, cresceu, tornou-se jornalista, trabalhou em órgãos de imprensa do Rio Grande do Sul, onde nasceu e vive, sempre longe da seção de esportes, mas nunca esqueceu aquele técnico, valente, violento, daquele HOMÃO.

Em 2021, desempregado pela pandemia, decidiu escrever um livro contando as histórias dos “bad boys do futebol” – cartolas, jornalistas, jogadores, torcedores que viviam se metendo em confusões. Fascinado com as informações sobre Yustrich, aquele valente, um deles, abandonou os demais. (…) Concentrou seu trabalho no Homão. Somando mais de 5 mil laudas de pesquisas em jornais, revistas, sites e mais de 140 entrevistas com ex-jogadores, dirigentes, jornalistas, amigos e inimigos, que lhe renderam um livro completo, sobre um personagem complexo, nascido em Corumbá, em 1916, batizado Dorival Knippel, mais conhecido como Yustrich – um goleiro razoável, um técnico de alto nível, nos seus 50 anos de profissão, dirigindo grandes e pequenos times. (…) Colhendo sucessos e fracassos. Colocou o Porto na elite do futebol português, ganhou estátua no museu do clube. Considerado um dos três melhores em sua história.

José Luís descobriu que o Homão era mesmo tudo que, assustado, ouviu dizer dele quando guri, mas que era, também, um ser humano sensível, carinhoso, capaz de bater e de abraçar; de punir e perdoar; de enfrentar cartolas poderosos, jogadores famosos, e de chorar como uma criança.

Disciplinador e paizão, que emprestava dinheiro e não cobrava. Que mandava queimar camas e colchões velhos, exigindo o melhor para os jogadores. (…) Capaz de prender o time na concentração após uma derrota e de levar um atleta que não dormia porque sentia fome a uma churrascaria tarde da noite. Capaz de proibir jogador de sair do treino para assistir ao nascimento dos filhos gêmeos, e no dia seguinte pedir perdão, levando flores para a mãe na maternidade.

Um ‘louco’ capaz de barrar no Flamengo o zagueiro Brito, tricampeão mundial no México, em 1970, por achar ‘que queria jogar só com a fama’. De brigar com o artilheiro Doval, ídolo da torcida rubro-negra. E ter visão e coragem para lançar um garoto como Wladimir, no Corinthians, e fazer brilhar Geovani, na Desportiva, do Espírito Santo. De, em um ano, ensinar Dario Maravilha, no Atlético-MG, a chutar, cabecear, ser gente e chegar à Seleção.

Criticou João Saldanha, dizendo que não tinha competência para ser técnico da Seleção Brasileira. E, há quem diga, que não herdou o cargo em 1970 por seu gênio forte. Não se dava bem com a imprensa e, nos momentos de aperto financeiro, se tornou comentarista de rádio e televisão.

Mulherengo, tinha dois amores em Belo Horizonte e chegou a ter um terceiro no Rio, ao mesmo tempo. Mas a grande paixão era a filha Ana Lúcia. Proibia bebida para jogadores e, de vez em quando, tomava todas nas noitadas. Gostava de mesa farta. Exigia dos jogadores, mas não cuidava do próprio corpo.

Ganhou muito dinheiro. Gastou, não cobrou o que emprestava, ajudava pobres e crianças, perdeu tudo. Desregrado, tornou-se diabético. Lutou, sem saber – porque queriam poupá-lo -, contra um câncer na próstata e foi derrotado por ele. Morreu sem conhecer a palavra limite. Amparado por uma de suas mulheres e amigos, que custearam seu funeral.

Um livro muito bem cuidado, uma história para ser conhecida.”

sábado, 12 de julho de 2025

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (VIII)

Jonas aponta o escudo da equipe que defendeu ao passar na “peneira” do Orfanato São Domingos entre 1967-70/Foto: Adailson Calheiros

Atacante Gabriel, a mascote
Sebastião Marinho Muniz
Falcão, o "Muniznho", e "China",
o maestro e craque do time

Para
o site “Tribuna Hoje” (31/3/2023) o repórter Wellington Santos localiza no bairro do Clima Bom, periferia de Maceió, o antigo lateral-direito Jonas Queiroz, 73, um dos primeiros contratados pelo São Domingos para a participação inédita no campeonato estadual (1970).

Devidamente paramentado com uma camisa do Domingão relembra como chegou à equipe de Mangabeiras. Em 1968 o menino do bairro do Prado tinha 18 anos. Tenta seguir a carreira de jogador e treina em um time do Goiás. “Mas não deu certo. Voltei e em 1969 recebi um aviso de um colega”:

- Vai ter um campeonato lá em Mangabeiras, no Orfanato São Domingos, vamos, porque tem futebol. Participei de um torneio e seu Waldemar Santana foi meu primeiro treinador. Quem administrava o Lar Murilo Teixeira. Conta que foi eleito o melhor zagueiro e depois a lateral.

“ARMARAM CONTRA NOSSO TIME”

Pouco tempo depois Jonas praticamente encerra a carreira por se contundir seriamente no joelho, mas Miguel Lino Spinelli tratou imediatamente de encontrar um substituto. Diferentemente da grande maioria dos contratados, que eram “forasteiros”, a solução estava pertinho de casa.

O dirigente acerta com o lateral-direito José dos Santos, o “Catatau”, do CSA, trocasse o “Mutange” pelo campo de Mangabeiras. Hoje mora no bairro do Poço, aos 74, diz: “Eu era o único alagoano do time titular e um dos poucos no plantel. O China era nosso grande maestro, um craque”.

Questionado sobre a razão do São Domingos ser tão bom de bola e não ter conquistado um título importante revela em tom de denúncia: “Inventaram que Gabriel joga uma partida irregular e deram o título para o CSA em 1971”. De fato: o campeonato foi decidido no “tapetão”.

“Nosso time dava espetáculo. Lembro-me de que ganhamos do CSA por 4 a 0, com direito a olé e tudo. Era uma coisa inimaginável naquela época”, conta Catatau, que jogou no São Domingos até 1974, para depois encerrar a carreira.

O atacante José Vergetti, que se tornou técnico e dirigente, egresso do CSA atuou após a era de ouro. “Mesmo sem ser o timaço dos primeiros anos pude sentir que era especial atuar pelo time, pois torcedores do CSA, RB e dos outros clubes tinham uma grande simpatia pelo clube”.

"Catatau", antigo lateral-direito, o único alagoano do elenco do "Domingão" veio do CSA


sexta-feira, 11 de julho de 2025

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (VII)

São Domingos (1972): Irecê, Dão, Gato Preto, Pires, Isauro, Erivaldo, Índio, Gabriel, Fernando Carlos, China e Ademir

China é o quarto no Náutico campeão (1960)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O veterano meia-atacante pernambucano Edson Fernandes Almeida (Goiana, 1/9//1940 – Recife, 2013), o “China”, foi o maestro do São Domingos na elite do futebol alagoano (1971).

Aparece no Sport Clube Recife (1958), é campeão (1960) pelo Clube Náutico Capibaribe sobre o Santa Cruz (1 x 0 e 2 x 1).

É vice-campeão pelo Palmeiras (1961), e

Mais uma formação do "Timbú" campeão

Botafogo (1962) de Ribeirão Preto, sexto colocado no campeonato paulista, atrás dos quatro grandes mais a Portuguesa de Desportos.

Retorna ao “Timbú” e passa pelo América/RJ (1965) – na campanha da penúltima colocação do campeonato carioca – a frente apenas da Associação Atlética Portuguesa, da Ilha do Governador.

Depois Bahia (marca o gol do título, 1 x 0, sobre o Galícia, em 1967), América do Recife (quinto colocado no campeonato pernambucano: 10 vitórias, três empates e 11 derrotas) e Vitória de Salvador (1970).

Pelo São Domingos de Maceió recebe da Revista Placar e da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas o prêmio de melhor jogador (1971) após terminar como artilheiro (16 gols).

Após o vice-campeonato na primeira temporada em 1972 o São Domingos venceu o terceiro turno, mas, novamente decepcionou nas finais.

Em 1973 China revezou o cargo de treinador e jogador do São Domingos, que terminou o campeonato em terceiro lugar.

O centroavante pernambucano "China" (circulado) no Esporte Clube Bahia de Salvador campeão/1967


FONTES/IMAGENS

Blog Lenivaldo Aragão

Blog do Mequinha (PE)

Blog Warner Oliveira

O Gol

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (VI)

CRB (1973): Vermelho, Haroldo, Joel Camargo, Ronaldo Brito, Tadeu, Ademir, Roberval Davino, Orlandinho, Reinaldo, Mário e Silva


O atacante paulistano Reinaldo Strelciunas (São Paulo, 30/10/1948 – Maceió, 8/7/2003) falece na madrugada, aos
54 anos, em casa, onde tentava superar um câncer na garganta.

“Reinaldo Maleta”, como era chamado, pelos amigos mais íntimos, deixou três filhos: Stasys, 30, e Reinaldo, o Reizinho, 26, da primeira esposa, e Styler, da segunda.

Em 1971 é um dos reforços contratados pelo presidente Miguel Lino Spinelli para o tricolor São Domingos (para onde retorna em 1978/79).

De desconhecido do torcedor alagoano, passou a ser um dos grandes destaques no time. O elenco empolgou com a presença de outros jogadores talentosos, entre eles Gabriel e China (a seguir).

Passa pelo Clube de Regatas Brasil (1972/74), campeão (1976), Ceará (1974), Fortaleza (1975), Botafogo/PB (1976), CSA (1977), Campinense (1978 e 1981) e Santo André (1979), ASA de Arapiraca (1981) e Capelense (1982).

Conforme informação do editor de esportes de a “Gazeta de Alagoas”, João José, o sepultamento do ex-jogador aconteceu no Cemitério Nossa Senhora Mãe do Povo, no bairro Jaraguá, de Maceió.

 

FONTES/IMAGENS

Anotando Futebol

Arapiraca News

Súmulas Tchê 

Aqui Acontece

Gazeta de Alagoas

Lenivaldo Aragão

O Gol

Terceiro Tempo

Um Time por Dia

Zé Duarte

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (V)

No segundo ano na elite alagoana o tricolor São Domingos fez bonito no segundo ano pós inauguração do estádio "Trapichão", apelido do "Rei Pelé", na capital Maceió

O “Domingão” é campeão de um turno no campeonato alagoano e prejudicado pelo regulamento

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O São Domingos participa dos dois primeiros turnos (não se classifica para o terceiro) na primeira participação na elite do campeonato alagoano (1970).

No turno é o penúltimo oito participantes): cinco derrotas e uma vitória. No returno é o último, entre quatro numa das chaves, com sete jogos e uma vitória. É penúltimo na classificação geral com seis pontos.

Os atletas: Renê, Caliça, Fábio (goleiros), Edmilson, Zé Cláudio, Paulo Roberto, Hélio, Jenancy, Carlos, Orlando, Jonas, Neno, Ferreira, Tanemburgo, Lula I, Lula II, Valter, Geraldo, Dudu, Roland, Tonho, Deo, Canhoto, Alderico, Duca, Cabeludo, Deda e Queiroz.

REVIRAVOLTA

Na temporada seguinte tudo muda com os reforços contratados pelo dirigente vindo do Recife, o empresário Miguel Lino Spinelli.

No turno é o primeiro colocado com 13 pontos entre oito participantes: inclusive na frente dos grandes CRB (segundo) e CSA (terceiro lugar).

Na decisão vence o Galo da Pajuçara: 2 x 1. No “Trapichão” (quinta-feira, 6/5/1971). Gols de Rinaldo (CRB), no primeiro tempo, Giraldo e Canhoteiro.

São Domingos: Isnar, Catatau, Major, Erivaldo, Zé Leite (Toinho), Mário, Babá, China, Giraldo e Bite (Canhoteiro).

No returno é o vice colocado numa das chaves entre quatro participantes e não vai a decisão: CSA 3 x 1 CRB.

No terceiro, entre quatro disputantes, é segundo colocado (CRB campeão). No triangular do “super turno” é o terceiro com duas derrotas.

Na classificação geral é o terceiro (34 pontos), abaixo do vice, CRB (33), e do campeão CSA (32). Por força de perder pontos da vitória no tapetão para o alvirrubro.

Entre os principais reforços o meia-atacante pernambucano “China” e o atacante paulista Reinaldo (detalhes na próxima postagem).

 

FONTES

Blog do Sorrentino

Futebol Nacional

quinta-feira, 10 de julho de 2025

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (IV)

Tereza Neumann Maia Couto (miss Pilar) e o S. Domingos: Catatau, Zé Leite, Isnar, Major, Pires, Erivaldo, Babá, China, Reinaldo, Mário e Bite

Empresário Miguel Lino Spinelli

A pesquisa se desenvolve, os dados ocultos ou pouco conhecidos sobre os personagens aparecem e a curiosidade aumenta, sendo fatores determinantes para o avanço no levantamento na trajetória do clube tricolor São Domingos, causa da "reviravolta no futebol alagoano" no dizer do repórter Wellington Santos em reportagem especial na imprensa de Maceió.

Depois de conquistar o título do campeonato estadual juvenil (1967) e participar pela primeira vez do campeonato estadual na categoria principal (1970), o presidente do clube tricolor (vermelho, azul e branco como as cores da bandeira alagoana), o empresário e diretor da “Ultrafértil”, Miguel Lino Spinelli, se ver na obrigação de reforçar o elenco.

No ano seguinte Spinelli decide investir e montar uma grande equipe e trouxe jogadores experientes como Zé Galego e Catatau, do CSAMário e Reinaldo, do interior paulista; Major, do Vasco da Gama; Babá e Isnar, do América do Recife; Toninho e Zé Leite (ex-América de Natal), do Náutico; Giraldo e China, do Palmeiras, além de Jonas, Gabriel, Canhoteiro, Pires e mais alguns.

Teve como técnico Érik Tenório, ex-jogador do Centro Sportivo Alagoano, o famoso “Cesseá”, e estudante de Economia. Passaram ainda pelo comando técnico do time Hélio Miranda e Toni Almeida. Esse time conseguiu chegar à fase final da competição em 1971. (Editor: José Vanilson Julião)

 

FONTES/IMAGENS

Gazeta de Alagoas

História de Alagoas

O Gol

Tribuna do Sertão

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (III)

Celso Spinelli com o filho Miguel Antônio do Nascimento Rabelo ao ver as fotos do avô Miguel Spinelli/Foto: Adailson Calheiros

Volante Zé Leite com o garoto Munizinho, filho
do diretor de futebol do clube,, Zé Muniz

Wellington Santos

Tribuna Independente (31/3/2023)

No início dos anos 1970 Miguel Spinelli começou a trazer para Maceió jogadores “estrangeiros” de certo nome no futebol nacional, como o habilidoso atacante pernambucano China, com certo cartaz no Palmeiras-SP, e de quem Miguel era grande amigo.

E contrata pernambucanos: os atacantes Bite, Reinaldo e o zagueiro Major, e jogadores que atuavam no interior de São Paulo, como Pires, Gabriel – irmão de Cabralzinho (com passagem pelo Bangu), que gozava de um certo cartaz no Santos de Pelé.

Estava formada a chamada terceira força do futebol alagoano. “Eu acompanhava papai nos campos. De todos os jogadores era muito amigo de Gabriel e China”, completa Celso. Aquele time de “forasteiros” treinava onde existia o campo de várzea e onde situa-se hoje o Lar São Domingos.

O primeiro jogo do São Domingos foi contra o CSE em Palmeira dos Índios (1969): 3 x 3. Rende até manchete na “Gazeta de Alagoas”: ‘São Domingos faz seu primeiro milagre!”

A base: Isnar, Jonas, Pires, Major, Erivaldo, Zé Leite (passou pelo América de Natal), Mário, Joelzinho, Reinaldo, China e Bite.

 

FONTES

Arapiraca News

Arquivos de Futebol do Brasil

Blog do Sorrentino

História do Futebol

Jornal da Besta Fubana

Júlio Bovi Diogo

Toque de Primeira

Tribuna Independente

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (II)

São Domingos (1971): Isnar, Catatau, Major, Dodô, Zé Leite, Clóvis, Giraldo, China, Reinaldo, Mário e Canhoteiro/Álbum de Família: Miguel Spinelli

Empresário Miguel Spinelli

Wellington Santos

Tribuna Independente (31/3/2023)

A simpática equipe formada pelo empresário Miguel Spinelli, que contratou alguns “forasteiros” egressos do interior de São Paulo e de Pernambuco, principalmente, e que nos primeiros anos da década de 1970 encantou a torcedores de diversas cores, sendo até mesmo o segundo time do coração de muitos torcedores de times alagoanos, mesmo dos tradicionais e longevos CSA e CRB.

O São Domingos encontra o lar e o time nasce em 1964 pela obra de Valdemar Santana, militar reformado da Marinha vindo do Rio de Janeiro, ex-jogador do Bangu e Vasco da Gama, quando passa a colaborar com o Orfanato São Domingos, um casarão no bairro de Mangabeiras, ainda existente.

Fundado (3/8/1919) como sociedade filantrópica voltada ao acolhimento de menores carentes em regime de internato, o orfanato passou por reordenamento institucional em 1995, com a implantação do Projeto Ninho de Pássaro, passando a se chamar “Lar” São Domingos.

Celso Spinelli/Foto: Adailson Calheiros/Tribuna

Ancorado nos fundamentos filosóficos do Lar Fabiano de Cristo (RJ), o reordenamento teve como princípio “nenhuma criança pode ser afastada da família por causa da pobreza”, sendo, portanto, extinto o regime de internato e implantado o atendimento em meio aberto a crianças de ambos os sexos.

Waldemar Santana forma a equipe de futebol com os jovens internos. Em 1 de setembro surge a União Portuária São Domingos com as cores de Alagoas: azul, vermelho e branco.

A proposta era pôr em atividade os internos do Lar São Domingos, que tinha um campo de futebol com dimensões oficiais. E logo os jovens jogadores foram se destacando nos campeonatos juvenil e conquista o campeonato estadual (1967).

O EMPRESÁRIO

No bairro da Serraria, em Maceió, encontra-se O elo entre o passado áureo do São Domingos de Miguel Spinelli. O que resta na casa do filho do empresário, Celso Spinelli, são algumas fotos do então presidente que montou aquele time.

“Papai chegou a Alagoas como viajante no início dos anos 1960, egresso de Pernambuco, como representante comercial. Ganhou dinheiro na profissão e resolveu chegar em definitivo com a família para Maceió quando arrendou uma empresa chamada Companhia Alagoana de Rações Balanceadas, a CARB”, recorda Celso.

“Nessa profissão era um cara que soube fazer muitas amizades e um deles foi o Murilo Teixeira, que administrava o Lar São Domingos. Como papai era um desportista nato e torcedor do Sport, conversou com Murilo para formar um time competitivo do Lar São Domingos e foi aí que tudo começou”, completa.


FONTES

Arapiraca News

História do Futebol

Tribuna Independente (AL)

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (I)

CRB (1973): Renato, Haroldo, Major, Bibiu, Ademir, Roberto Menezes, Orlandinho, Reinaldo, Silva “Cão”, Tadeu e Sarão

Luiz Carlos Oliveira da Silva

Jota Valdeci

Especial

Nem somente dos resultados, títulos, jogadores, ídolos, treinadores e dirigentes polêmicos se resume a história do futebol.

Mas também de curiosidades, casos de bastidores e situações diversas colhidas nas páginas esportivas dos antigos jornais.

Como o do personagem que permaneceu na memória de quem acompanhou o campeonato brasileiro dos anos 70 pelo rádio e pela revista semanal “Placar”.

Foi o que me chamou a atenção nas costumeiras pesquisas de súmulas ou conferência de dados e nomes em fichas técnicas.

"Osiel tem problemas no rubro" é a mini reportagem da "Tribuna do Norte" (terça-feira, 9/7/1070):

- O zagueiro Luiz Carlos, que vem do futebol da Bahia, chegou a Natal, mas ainda que seja contratado, não haverá tempo para regularizá-lo.

Ainda na "TN" (quarta-feira, 10/6): - O zagueiro Luiz Carlos (que não é outro senão Major, que foi juvenil do Sport e jogou no Vasco da Gama) continua treinando com inteiro agrado os dirigentes americanos...

Trata-se do quarto-zagueiro Luiz Carlos Oliveira da Silva (Recife, 11/2/1949 – Maceió, 2017), o “Major”, falecido há oito anos em decorrência de complicações pós operação renal na capital alagoano.

Com rápida passagem no futebol paranaense aparece no São Domingos de Maceió (1969/71 e 77), mas também é sempre lembrado pela estadia marcante de cinco anos no Clube de Regatas Brasil, o popular CRB.

 

FONTES/IMAGENS

Tribuna do Norte

Alagoas 24 Horas

Blog do Sorrentino

GazetaWeb

História do Futebol

Memória do Futebol Alagoano

Museu do Futebol Alagoano

O Gol

Placar

Súmulas Tchê

Tribuna Hoje

7Segundos