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Sede dos Escoteiros do Alecrim, nos anos 30, demolido para erguer a moderna do Instituto Padre Miguelinho/Imagem: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte |
Como nasceu o escotismo no RN*
“Uma carta de Olavo Bilac, então
secretário da Liga de Defesa Nacional, datada de 17 de março de 1917, ao
vice-governador Henrique Castriciano de Souza, pedia o incentivo para implantar
o movimento no Estado.
Henrique Castriciano e o
comandante Antônio Monteiro Chaves – servindo na extinta Escola de
Aprendizes Marinheiros no Refoles (as margens do Potengi) – e o professor Luiz
Correia Soares de Araújo, a época regente do grupo escolar “Frei Miguelinho”,
do Alecrim, lançaram os fundamentos da escola de Baden Powell, convocando
vários jovens para integrarem os primeiros grupos que integraria a antiga Associação
Brasileira de Escoteiros do Rio Grande do Norte...
... Sendo o primeiro chefe o escoteiro
Eider Gomes Ribeiro. Mais tarde, em 1919, o professor Luís Correia Soares de
Araújo funda a Associação de Escoteiros do Alecrim, sendo subchefe Miguel
Ferreira da Silva, monitor Aprígio Antônio França e instrutores os escoteiros
Oscar Raposo de Melo e Jurandir da Costa.
Aa primeiras reuniões em março de
1917 tiveram lugar na casa de Henrique Castriciano, na Rua Jundiaí (onde é hoje
o Instituto de Previdência do Estado), e posteriormente na residência do
comandante Monteiro Chaves, hoje Rua José de Alencar, nas imediações da casa do
capitão Lustosa, imóvel que não existe mais, e pertencia a família Jácome; Daí
Monteiro Chaves mudou-se para a mansão da Avenida Deodoro, esquina com a Rua
Açu, onde hoje está o Cine Rio Grande, em cujo sítio, os escoteiros, as quintas-feiras,
realizavam suas instruções, havendo sempre as preleções cívicas a cargo do “doutor”
Henrique Castriciano.
O uniforme e equipamento do
primeiro grupo foi importado de Londres, por determinação do governador
Ferreira Chaves, e por meio do comerciante Coronel Cascudo.
Na tarde de 24 de junho de 1917,
para surpresa do povo, os escoteiros desfilaram pelas ruas da cidade, indo até
a praça 7 de Setembro, onde está o Palácio do Governo, da cuja sacada, antes de
ser arriado o Pavilhão Nacional, fez vibrante discurso o “doutor” Moisés Soares
de Araújo, havendo em seguida o desfile em saudação a Bandeira Nacional e as
autoridades.
Estava, assim, oficialmente lançados
os fundamentos do escotismo nesta região.
Depois surgiram os escoteiros
andantes, do saudoso capitão Lustosa, de cujo grupo saíram os cinco jovens –
Aguinaldo Mendes de Vasconcelos, Humberto Lustosa Raposo da Câmara, José Alves
Pessoa, Henrique Damasceno Borges e Antônio Gonzaga da Silva – que saíram da
calçada do Natal Clube, em 14 de janeiro de 1923, em raide pedestre Natal-São Paulo,
onde chegaram em 2 de setembro do mesmo ano, com uma série de sacrifícios, dando
um exemplo vivo de escotismo e levando a Paulicéia a mensagem Poti-guarânia.
Nestes cinquenta anos os escoteiros
do Rio Grande do Norte, sempre dirigidos pela figura impar do professor Luís
Soares, tem prestado serviços relevantes a comunidade por ocasião das secas,
calamidades, campanhas cívicas ou filantrópicas, colaborando com as entidades
privadas e ajudando as autoridades no serviço comunitário...”
*A Ordem (24/6/1967). Artigo com
autoria desconhecida. Publicado no cinquentenário dos escoteiros (página cinco).
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