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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Pioneiros do escotismo se envolveram com futebol (VIII)

Sede dos Escoteiros do Alecrim, nos anos 30, demolido para erguer a moderna do Instituto Padre Miguelinho/Imagem: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

Como nasceu o escotismo no RN*

“Uma carta de Olavo Bilac, então secretário da Liga de Defesa Nacional, datada de 17 de março de 1917, ao vice-governador Henrique Castriciano de Souza, pedia o incentivo para implantar o movimento no Estado.

Henrique Castriciano e o comandante Antônio Monteiro Chaves – servindo na extinta Escola de Aprendizes Marinheiros no Refoles (as margens do Potengi) – e o professor Luiz Correia Soares de Araújo, a época regente do grupo escolar “Frei Miguelinho”, do Alecrim, lançaram os fundamentos da escola de Baden Powell, convocando vários jovens para integrarem os primeiros grupos que integraria a antiga Associação Brasileira de Escoteiros do Rio Grande do Norte...

... Sendo o primeiro chefe o escoteiro Eider Gomes Ribeiro. Mais tarde, em 1919, o professor Luís Correia Soares de Araújo funda a Associação de Escoteiros do Alecrim, sendo subchefe Miguel Ferreira da Silva, monitor Aprígio Antônio França e instrutores os escoteiros Oscar Raposo de Melo e Jurandir da Costa.

Aa primeiras reuniões em março de 1917 tiveram lugar na casa de Henrique Castriciano, na Rua Jundiaí (onde é hoje o Instituto de Previdência do Estado), e posteriormente na residência do comandante Monteiro Chaves, hoje Rua José de Alencar, nas imediações da casa do capitão Lustosa, imóvel que não existe mais, e pertencia a família Jácome; Daí Monteiro Chaves mudou-se para a mansão da Avenida Deodoro, esquina com a Rua Açu, onde hoje está o Cine Rio Grande, em cujo sítio, os escoteiros, as quintas-feiras, realizavam suas instruções, havendo sempre as preleções cívicas a cargo do “doutor” Henrique Castriciano.

O uniforme e equipamento do primeiro grupo foi importado de Londres, por determinação do governador Ferreira Chaves, e por meio do comerciante Coronel Cascudo.

Na tarde de 24 de junho de 1917, para surpresa do povo, os escoteiros desfilaram pelas ruas da cidade, indo até a praça 7 de Setembro, onde está o Palácio do Governo, da cuja sacada, antes de ser arriado o Pavilhão Nacional, fez vibrante discurso o “doutor” Moisés Soares de Araújo, havendo em seguida o desfile em saudação a Bandeira Nacional e as autoridades.

Estava, assim, oficialmente lançados os fundamentos do escotismo nesta região.

Depois surgiram os escoteiros andantes, do saudoso capitão Lustosa, de cujo grupo saíram os cinco jovens – Aguinaldo Mendes de Vasconcelos, Humberto Lustosa Raposo da Câmara, José Alves Pessoa, Henrique Damasceno Borges e Antônio Gonzaga da Silva – que saíram da calçada do Natal Clube, em 14 de janeiro de 1923, em raide pedestre Natal-São Paulo, onde chegaram em 2 de setembro do mesmo ano, com uma série de sacrifícios, dando um exemplo vivo de escotismo e levando a Paulicéia a mensagem Poti-guarânia.

Nestes cinquenta anos os escoteiros do Rio Grande do Norte, sempre dirigidos pela figura impar do professor Luís Soares, tem prestado serviços relevantes a comunidade por ocasião das secas, calamidades, campanhas cívicas ou filantrópicas, colaborando com as entidades privadas e ajudando as autoridades no serviço comunitário...”

*A Ordem (24/6/1967). Artigo com autoria desconhecida. Publicado no cinquentenário dos escoteiros (página cinco).

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