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terça-feira, 27 de agosto de 2019

O ‘paulista’ do América nos anos 30 era ‘pernambucano’?


José Vanilson Julião

Reza a lenda que o falecido craque Renato Teixeira da Mota, o Neném, fora o primeiro jogador importado pelo América Futebol Clube.

O responsável: Otávio Lamartine Faria – filho do governador Juvenal Lamartine e assassinado a tiro por um policial militar durante campanha política em 13 de fevereiro de 1935.

O contato ocorre durante excursão ao Recife do Esporte Clube Elvira (fundado em 1920 na cidade de Jacareí e atualmente extinto), campeão paulista do interior em 1926.

Em 29 alvirrubro atua sete vezes na capital pernambucana. Entre 31 de março e 18 de abril contra o Torre, Santa Cruz, Sport, América, Atheniense, a seleção da Liga e um combinado suburbano.

Vence dois jogos (1 x 3 e 2 x 4), perde o terceiro (4 x 0), ganha e perde para os combinados (0 x 3 e 2 x 1) e vence os últimos: 2 x 4 e 0 x 3.

Provavelmente ruído de informação nos anos seguintes leva ao torcedor o indicio de que o jogador fora contratado ao clube bandeirante.

A pesquisa não encontra qualquer menção a ele no elenco do Elvira, recheado de nomes italianos entre os portugueses.

Na verdade, e talvez surja daí toda a confusão, a única vez que o apelido Neném aparece é no ataque do Sport Clube Recife, na vitória contra o visitante.

Pelo alvirrubro atua entre 1929/41. Neném era um coringa. Atuava na defesa, de centro-médio ou no ataque.

No período teria atuado emprestado ao ABC para uma excursão ao Ceará (1929). Como também pelo Sport Club Natal, aquele mesmo que se dedica ao remo.

Também fez parte do selecionado potiguar de 34 que eliminou Ceará, Paraíba, Pernambuco e perde para a Bahia no Brasileiro de Seleções.

Em Natal casa com moça da sociedade, Djanira Freire. No começo de 1951 está viúva.

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