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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Universitária pernambucana revela talento para escritora em mini conto


O conflito rubro-anil?*

Gerssy Trindade

Uma morte iria acontecer ao meu lado, ao meu lado alguém iria ser assassinado a sangue quente.

Vermelho e azul eram as únicas cores que eu conseguia enxergar, não encontrava meus óculos em meio ao tumulto da minha bolsa e da minha mente.

Mas sabia que o conflito se dava entre alguém de azul e alguém de vermelho, muito vermelho, o vermelho sujava o azul, parecia ganhar do azul em quantidade, virava roxo, virava os olhos, enquanto eu procurava meus óculos na bolsa, revirava tudo, enxergava vultos, ouvia vozes, o vermelho predominava ganhando em quantidade.

Ninguém se movia, o tempo parou, ligaram o mudo da sociedade, silenciaram as vozes, pararam os corpos, os únicos movimentos eram do conflito entre o azul e o vermelho.

Não tinha mais nada. Achei meus óculos e vi que o vermelho era sangue, sangue de Zé ninguém que foi amparado por outro Zé ninguém que teve compaixão, diga-se de passagem, O ÚNICO.

O único que conseguiu intervir naquele conflito entre o vermelho e azul e não saiu roxo de lá. Clareou tudo!

*A sugestão do título é nosso, mas fica a critério da autora um novo para a posteridade

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