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quinta-feira, 27 de abril de 2023

O goleiro da “Seleção Fantasma” do Nordeste (VI)

As primeiras três vitórias sobre os selecionados paraibano, pernambucano e cearense

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Gentil Ferreira
Cumprido o exíguo período de treinamentos, iniciados no final de dezembro/1933, chega o momento, na primeira semana de janeiro, da viagem de trem da companhia concessionária Great Western (capital inglês). Um dia antes da estreia embarca na estação central da Ribeira para a capital paraibana.

A delegação com jogadores e dirigentes (Gentil Ferreira de Souza e Vicente Farache entre eles) conta com um representante do jornal A República (Waldemar Araújo). Domingo (7) pela primeira vez vence a Paraíba (0 x 3) no estádio do Cabo Branco, o alvirrubro, uma das forças do futebol de João Pessoa na época.

A embaixada potiguar retorna no dia seguinte e na passagem por Nova Cruz (parede e meia com a PB) recebe homenagem com fala do poeta Barreto Sobrinho e a entrega de um ramalhete de flores pela senhorita Aniole Pessoa Ramalho.

Vicente Farache

Na gare em Natal apresentação da banda de música da Polícia Militar (fundada no Império como Batalhão de Segurança e que se chamou ainda Força Pública). Com as presenças de autoridades, desportistas, inclusive o capitão Luís Cândido representando o interventor federal. Discursam o doutor Afonso Saraiva Júnior e o presidente da Associação de Atletismo (ARA), Luiz Potiguar de Oliveira Fernandes.

Segue-se longo cortejo, com 12 automóveis, destino a Vila Cincinato (imediações da atual Praça Pedro Velho) para os cumprimentos do interventor Mário Câmara, que profere breves palavras de agradecimento no jardim da residência oficial.

Passados o nervosismo do jogo inauguram a saga futebolística prossegue com a primeira vitória também sobre outro rival nordestino. No Recife. 4 x 2 (domingo, 21/1). Campo da Jaqueira. Pertencente ao rubro-negro Sport Clube Recife.

O selecionado papa-jerimum permanece na capital pernambucana para aguardar o Ceará e a essa altura um grupo de torcedores potiguares se deslocam para assistir à partida, entre eles o poeta açuense Renato Caldas (1902 1991), famoso pelo livro Fulô do Mato, o ex-jogador americano e médico João Tinoco Filho e Paulo Teixeira, também outro antigo player alvirrubro.

Vencidos os cearenses pelo mesmo placar anterior, de virada (primeiro tempo dois a zero) na mesma praça de esportes, mas numa quarta-feira, 31/1. Novo retorno, mais festa, com a colônia potiguar no Recife distribuindo medalhas douradas aos briosos atletas (LGMB).

O quarto e último jogo resulta na única derrota. Para os baianos. Domingo, 4 de fevereiro. 5 x 3. Na final a Bahia zebra contra os paulistas: 2 x 0 (11 de março).

Nas próximas postagens fichas dos jogos que culminam com o inédito e inesperado terceiro lugar na competição, colocação repetida na campanha de 26 anos depois, entre 1959/60, com a desclassificação para o selecionado carioca no Estádio Juvenal Lamartine.

E detalhes sobre os personagens paralelos que aparecem nas homenagens aos vitoriosos jogadores potiguares.

 

FONTES

A Tarde

Correio da Manhã

Diário de Pernambuco

Assú na Ponta da Língua

 

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