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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Os licenciamentos menos badalados pela imprensa

Santa Cruz (1965): Tertuliano, Zé Rodrigues (depois América), Manoelzinho, Moacir, Dos Anjos, Cadinha, Bagadão, Assis, Beto, Burú (de Currais Novos) e Rômulo Dias

José Vanilson Julião

Na história do futebol potiguar o mais badalado licenciamento é o de seis anos do América, ocorrido no começo do primeiro semestre de 1960.

A segunda retirada em importância – até hoje não muito bem esclarecida até pela imprensa – é a do ABC, acontecida bem antes que a do alvirrubro, em janeiro de 1952.

A desistência alvinegra se deu em decorrência de falta de “afinidade” com o presidente eleito da Federação, Fernando Leitão.

Mas existe outro "abandono" que causou um certo mal-estar na época. No mesmo ano do licenciamento americano. No final do semestre.

O Santa Cruz Esporte e Cultura, fundado em 1934, anuncia inatividade em 30 de junho de 1960. Alega motivação de "ordem interna", segundo o “Diário de Natal Na História” (2009).

Mas o jornal Associado na ocasião, após entrevista do presidente Oscar Nogueira Fernandes (ex-jogador) na Rádio Poti, o motivo real foi “debilidade financeira.”

E retorna ainda para a temporada de 1962 esticada até 1966, quando aproveita alguns atletas com a debandada do antigo alvirrubro Globo.

Para entrar em um segundo estado de letargia para nunca mais voltar com atividade oficial de futebol (junho/1967).

A diretoria reclama que somente havia dez pares de chuteira. Ainda ensaiou pelo menos um retorno em 1970.

Nos anos 40/50 chegou a ser classificado como um dos "grandes". Período em que conquistou o único campeonato estadual (1943) e pelo menos um vice (1950).

Posto que somente o Alecrim conseguiu com o bicampeonato e o título invicto de 1968, pois nas décadas anteriores sequer era mencionado como clássico.

A última grande campanha do Santa Cruz aconteceu na temporada de 1959, quando venceu o segundo turno.

O América havia vencido o primeiro e o ABC o terceiro. Com isso o triangular final deu ares de um "super" campeonato, decidido em fevereiro de 1960.

Após o campeonato brasileiro de Seleções, quando o selecionado potiguar foi eliminado pelo Rio de Janeiro com dois jogos em casa: uma derrota e um empate.

O Santa Cruz natalense, o cube que quis ser grande, ainda conseguiu construir uma sede em meados dos anos 50, hoje abandonada na praia do Meio.

No quadro de dirigentes personalidades da sociedade natalense e abnegados como Evaldo Maia e Euclides Lira.

Na história o Santa Cruz contou com uma longa lista de craques, dos quais destacamos três:

Edmilson

1) O zagueiro e médio Edmilson Silva Araújo (Natal, 19/10/1934 – Rio de Janeiro, 2008), o “Piromba”, cria do Racing das Rocas, que atuou nos primeiros anos dos anos 50, esteve no Náutico, passou para o ABC e fez sucesso no Fluminense e Internacional;

2) O atacante Rivaldo de Oliveira Paulo (Santa Rita/PB, 1932 – 2001), o “Saquinho”, artilheiro três vezes seguidas do Estadual pelo América (em torno de 140 jogos e 97 gols, 65 oficiais), andou no Fluminense, Náutico, Treze e encerrou a carreira no ABC (1965);

3) O ponta-direita João de Deus Gondim Teodósio (Areia/PB, 7/8/1948), o “Bagadão”, começou no Tricolor (1964/65), seguiu para o América, no retorno do licenciamento (1966), com mais de 220 jogos em dez anos pelo alvirrubro!

No Galo da Borborema dois ex-americanos: Gilvan (ponta-direita) e Saquinho (terceiro agachado)

FONTES/IMAGENS

Correio do Estado

Diário de Natal

O Globo

Tribuna do Norte

Blog no Ataque

 

 

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