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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

"A campanha contra os apelidos dos craques" (VIII)

 

O Yustrich orienta jogadores do Clube Atlético Mineiro/CAM (O Estado de Minas – 11/08/1951)

Cronista Mário Filho explica as origens das alcunhas com os típicos e diferentes exemplos

JOSÉ VANILSON JULIÃO

"Gradim", pai, empresta apelido ao filho

O conteúdo das sete crônicas do jornalista Mário Leite Rodrigues Filho para a revista semanal “Manchete Esportiva”. A primeira abordagem numerada com 11 tópicos na edição 88 (27/7/1957).

Começa assim: - Um dia qualquer vou escrever sobre apelidos. O assunto é interessante. Há apelidos que realmente não significam nada, sendo, apenas, uma deturpação do nome. Há apelidos, porém, que substituem os nomes.

Segue: - De tal forma que a gente toma até um susto quando descobre que um sobrenome, como Carreiro, não era sobrenome, era apelido. Tinha sido sobrenome. Acharam João Batista de Siqueira* parecido com “Carreiro”.

Fato é que Mário Filho não espera pela próxima oportunidade e acaba mesmo, nesta abordagem, construindo um rosário de exemplos. Explica que o apelido as vezes passa de um jogador para outro ou de pai para filho.

Daí diz aparecer vários “Gradim”, o depois treinador Francisco de Souza Ferreira (Vassouras, 1908 – Rio de Janeiro, 1987), cujo filho, o treinador Ivan (nascido em 1934), lhe toma o apelido.

Teorias e exemplos fluem até chegar ao goleiro do Flamengo treinador Dorival Knipel (Corumbá, 1917 – Belo Horizonte, 1990), o “Yustrich”, pelo uso do boné como o arqueiro argentino.

A pesquisa não encontra a abordagem número dois, mas o tema na “três” com o mesmo número de itens segue o mesmo diapasão (edição 90 – 10/8). Mário Filho cita o exemplo de “Garrincha”, pelo cavalo de corrida “Gualicho”, e o espanto de “Pelé” pelo próprio.

O cronista esclarece: - Jornal não bota apelido e muito menos rádio (há controvérsia e posso dar vários exemplos. Inclusive no Rio Grande do Norte). O que um e outro podem fazê-lo é divulgar, espalhar e apresentar aos que não conhecem... (nisto tem razão)

 

*João Batista Siqueira de Lima (Campos dos Goytacazes, 24/11/1924 – Rio de Janeiro, 9/5/1963), atacante (ponta-esquerda), entre 1935/44 fez carreira no São Cristóvão, Fluminense, Palmeiras e Peñarol. Serviu a Seleção.

 

FONTES/IMAGENS

Manchete Esportiva

O Gol

Verdazzo

Terceiro Tempo

 

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