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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Cascudo mete o bedelho nos apelidos dos jogadores

Cascudo escreve sobre apelidos antigos

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Até o escritor norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo se meteu neste negócio das alcunhas dos craques.

Se não ensaiou fazer uma relação das alcunhas deu a dica para o pessoal da cobertura esportiva. Foi o que aconteceu numa coluna do “Diário de Natal”

Na edição vespertina da quarta-feira (27/6/1962) ele escreve o artigo "Ainda os apelidos" abordando os apelidos de antigos moradores da sociedade natalense, dos mais humildes as mais destacadas personalidades. Lá no final é que faz alusão aos atletas do futebol.

Primeiro diz: - Os apelidos substituíam os nomes próprios. Ninguém sabia como realmente se chamavam GONGA (Joaquim Carneiro), XIXINA (Manoel Francisco da Costa), SIMÔA (Francelina Maria de Jesus), figuras do velho Natal desaparecido.

Raros lembram-se que o capitão JOCA DO PARÁ, comandante do esquadrão de cavalaria e perpétuo delegado de polícia, era João Fernandes de Almeida. Quem não conhece CHICO SANTEIRO (Joaquim Manoel de Oliveira)?

Como se chama MINININHO, o mais popular sanfoneiro da cidade? E vai seguindo: SOBEJO DE CAÇÃO, SARGENTO GATO, CABO CAJUEIRO, FIGO BRANCO e VAZILHA DE DORMIR (cunhado do padre santo João Maria). Inclusive com quem é nome de rua: PROFESSOR ZUZA (José Ildefonso Emerenciano)

Finalmente: - Lembro ainda que o apelido é indispensável entre os jogadores de "football". Deixo aos devotos a doce missão de evocá-los, em Natal, os grandes e saudosos jogadores do América e ABC, assim como em qualquer agremiação esportiva."

Daí se concluí que o folclorista e intelectual Câmara Cascudo ou não leu, se leu, esqueceu, a antiga reportagem, de três anos atrás, de Everaldo Lopes Cardoso para o semanário ‘O Poti”.

Mas, coincidentemente, ou não, Everaldo Lopes Cardoso, volta ao assunto, superficialmente, dois anos depois, na coluna “Galho de Urtiga”, no “Diário de Natal” (quinta-feira, 5/11/1964).

Quando trata da delegação do selecionado potiguar de jovens valores, no torneio na Bahia (Salvador), em 1950 (não no ano anterior, como diz).

Os apelidos são maquiados pelos nomes próprios dos enxertados veteranos para não despertar a curiosidade da imprensa local.

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