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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

"A campanha contra os apelidos dos craques" (VII)

Mário Leite Rodrigues Filho

Famoso cronista esportivo da época escreve sete artigos sobre os antigos apelidos e alcunhas

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Após a celeuma inicial o “Correio da Manhã” e o “Diário de Pernambuco” ainda publicam dias depois, ainda em agosto, algumas notas de diferentes agências de notícias sobre o caso (o jornal recifense com a “Meridional”).

O diário carioca, via “Asp” (18), uma observação dos meios esportivos do Estado de Minas Gerais supostamente acatando a intempestiva e mal calculada decisão do Conselho Nacional de Desportos.

E pelo correspondente em Belo Horizonte declina os “cognomes ridículos” mineiros: Fuinha, Borracha, Parafuso, Picolé, Dedão, Fogosa, Mexe-mexe, Mão de Onça, Selado e Juca Pato.

O jornal pernambucano põe o título em cima do noticioso da agência (datado de 22 de agosto): - “Contra a vulgarização dos apelidos pejorativos”. E o hoje considerado ridículo textinho:

Capa da primeira fase da revista

 - ...O CND deliberou que é dever das associações contribuir para que os atletas incumbidos de representações nas competições não se tornem conhecidos por meio de alcunhas que possam desmerecer a finalidade educacional do esporte.

E a ressalva para não estragar o objetivo final da medida: A vulgarização, quando baseada em razões que não comprometam a moral dos desportos, deve submeter-se a princípio inspirados nas melhores tradições esportivas.

Logo depois percebe-se que, aos poucos e ao que parece, a decisão do CND cai, como por encanto, no esquecimento. E a partir de 1946 e nos anos seguintes nada de novo aparece sobre o confuso tema.

Mas uma década depois pelo menos um importante cronista da época, sem reportar ao antigo propósito oficial, retoma o assunto das alcunhas dos jogadores, a ponto de escrever uma série de sete crônicas numa famosa revista semanal esportiva.

É o caso do jornalista pernambucano radicado Mário Leite Rodrigues Filho (Recife, 1908 – Rio de Janeiro, 1966), aquele mesmo que deu nome ao Estádio do Maracanã, construído para a Copa de 1950.

O antigo dono do “Jornal dos Sports”, Mário Filho – irmão do também cronista Nelson Rodrigues – desde 1955 escreve uma coluna na “Manchete Esportiva”, que circula até 1958.

Como antecessora da “Revista do Esporte”, de Anselmo Domingo, surgida em 1959 e resistente até dezembro de 1970, frente a concorrência da revista semanal paulista PLACAR (Editora Abril), publicação paulista lançada em fevereiro/março do mesmo ano.


FONTES

Diário de Pernambuco

Correio da Manhã

Manchete Esportiva

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