Jornal Associado desmente um colunista da imprensa carioca

Botafogo (1975): Zé Carlos, Miranda, Chiquinho, Arthur, Marinho, Ademir Vicente, Cremilson, Carlos Roberto, Puruca, Nilson Dias, Dirceu e Wantuil (massagista)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

José Inácio Werneck: tiro pela culatra

O caso sobre alcunhas dos jogadores tem uma pausa e ressurge quatro anos depois novamente no “Diário de Natal”. O foco foi a reportagem “Estão querendo gozar com os planos do ABC” (quarta-feira, 11/9/1974).

O presidente da junta governativa, Aluízio Bezerra (1926 - 1978), explicava que havia urgência na definição para participação do alvinegro no Nacional com o fim de determinar a contratação ou não de novos jogadores.

O dirigente nordestino entabulava uma movimentação de clubes da região, o que acaba sendo alvo de comentários preconceituosos do jornalista carioca José Inácio Werneck, repercutindo material da “Agência Jornal do Brasil”.

Nos primeiros 12 parágrafos o jornal faz uma explanação e detalha a situação do aumento de participantes no Brasileiro, inclusive explica que o maior número, desde o antigo “Roberto Gomes Pedrosa”, implica na diminuição do público nos estádios.

O que interessa na pesquisa, hoje, é a “retranca” ou sequência da reportagem: “Humor Negro”. Com o primeiro parágrafo:

Deputado A. Gonçalves Bezerra

- É inegável o desejo do colunista de fazer humor negro com o futebol do Nordeste, particularmente quando afirma “contrata um daqueles jogadores de apelido tão saborosamente pitoresco – Pau Preto, Bicho Pelado e assim por diante...”

Ainda rebate o “Diário”: - O Werneck não observa que o próprio futebol carioca está cheio de jogadores com apelidos tão grotescos quanto os que ele citou (que são inverídicos) nos vários clubes da Guanabara que desfilam atualmente.

Segue uma lista de três dezenas de jogadores (inclusive do: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul).

De “Puruca” do Botafogo de Futebol e Regatas (Rio de Janeiro), "Fumanchu", "Jorginho Carvoeiro" (ambos do Clube de Regatas Vasco da Gama), ao “Tuim” do Comercial (Ribeirão Preto), "Tatá" (Portuguesa de Desportos da capital paulista) “Serelepe” (Ponte Preta de Campinas), “João Linguinça” (do mineiro 7 de Setembro), “Ganzepe” (Caldense, de Poços de Caldas) e “Paulo Ferro” (do gaúcho Ypiranga, de Erechim).