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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

O lançamento do jornal especializado "O Atleta"

Imagem do "Centro" publicada no extinto semanário "O Poti", gentileza do pesquisador Artur Pierre dos Santos Medeiros, autor da plaquete sobre os primeiros 15 anos do futebol potiguar, em que aponta a inexistência de campeonatos na época, corroborando pesquisa do caicoense José Martiniano Neto

Arte: jornalista Sérgio Mello/História do Futebol

JOSÉ VANILSON JULIÃO

- Circulará hoje, nesta cidade, o jornal “O Atleta”, dedicado a assuntos esportivos. O seu corpo diretivo e de colaboradores é todo composto de elementos afeiçoados aos diversos esportes.”

A nota da capa no diário vespertino católico “A Ordem” (sábado – 11 de junho de 1938) vem abaixo do noticiário de cima da primeira página sobre o jogo do selecionado brasileiro x Tchecoslováquia em Bordeaux (França), dia seguinte, cujo estádio de 22 milhões de francos é inaugurado neste encontro da Copa do Mundo.

O impresso especializado em esporte volta a ser alvo de nota no jornal do Centro de Imprensa Limitada e ligado a Igreja pouco mais de uma semana (quarta-feira – 29/6): - Recebemos pela primeira vez o semanário “O Atleta”, que se publica nesta capital, sob a direção de Djalma Maranhão, Severino Viana e Iaponam Guerra.”

Segue uma explicação desnecessária em uma coluna, até a metade da página, como se fosse o “ensinamento” das práticas esportivas para o espírito humano...

Em mais duas edições de 1938 (10 e 14 de agosto) o vespertino veicula o expediente da Prefeitura com pedidos de autorização para a fixação de placa de propaganda de “O Atleta” no “Grande Ponto”, confluência das ruas João Pessoa e Rio Branco, no bairro da Cidade Alta (Centro). Aguinaldo e Reinaldo Ferreira são os autores dos pedidos.

Dos envolvidos no semanário esportivo Djalma Maranhão, pelos motivos óbvios, jornalista (fundador de "O Diário" em setembro), atleta e dirigente esportivo, e político (prefeito de Natal e deputado federal), dispensa maiores comentários.

De Severino Viana a pesquisa não levanta quase nada, mas o encontra como dirigente esportivo e como presença constante nos anos seguintes nos eventos religiosos da cidade. Iaponan Guerra em 1942 é funcionário público federal e depois passa a residir no Rio de Janeiro.

Iaponan é filho do diretor do Domínio da União no Rio Grande do Norte. Baroncio de Brito Guerra, nascido no Triunfo/RN (1882), funcionário público federal transferido para o Recife (1943), falecido na manhã dominical (9/1/1944), em Natal, conforme necrológio de “A Ordem”.

A nota da missa de sétimo dia traz o detalhe da presença do funcionário público federal Arari de Brito, antigo jogador do ABC e diretor técnico americano, parente bem próximo, primo, de Baroncio, famoso veranista na “Redinha de Dentro” como proprietário do “Sítio Futuro”, posto a venda pela viúva Neuza.

Por sinal o blog já relatou sobre eles como recepcionistas do escritor paulista Mário de Andrade em uma noitada na casa de Câmara Cascudo, com a presença do jogador José Hugo, o “Zezé”, pernambucano contratado pelo América.

Baroncio Guerra, inclusive, é ligado a história do pioneirismo do futebol potiguar como primeiro presidente do Centro Sportivo Natalense, fundado em 4 de julho de 1918 – fruto da fusão do Alecrim e um tal de Flamengo – reorganizado em janeiro de 1939 e transformado no rubro-negro Clube Atlético Potiguar em 1941.

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