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| Arte: jornalista Sérgio Mello/História do Futebol |
JOSÉ VANILSON JULIÃO
- Circulará hoje, nesta
cidade, o jornal “O Atleta”, dedicado a assuntos esportivos. O seu corpo diretivo
e de colaboradores é todo composto de elementos afeiçoados aos diversos esportes.”
A nota da capa no diário
vespertino católico “A Ordem” (sábado – 11 de junho de 1938) vem abaixo do
noticiário de cima da primeira página sobre o jogo do selecionado brasileiro x Tchecoslováquia
em Bordeaux (França), dia seguinte, cujo estádio de 22 milhões de francos é inaugurado neste
encontro da Copa do Mundo.
O impresso especializado em
esporte volta a ser alvo de nota no jornal do Centro de Imprensa Limitada e
ligado a Igreja pouco mais de uma semana (quarta-feira – 29/6): - Recebemos
pela primeira vez o semanário “O Atleta”, que se publica nesta capital, sob a
direção de Djalma Maranhão, Severino Viana e Iaponam Guerra.”
Segue uma explicação desnecessária
em uma coluna, até a metade da página, como se fosse o “ensinamento” das
práticas esportivas para o espírito humano...
Em mais duas edições de
1938 (10 e 14 de agosto) o vespertino veicula o expediente da Prefeitura com
pedidos de autorização para a fixação de placa de propaganda de “O Atleta” no “Grande
Ponto”, confluência das ruas João Pessoa e Rio Branco, no bairro da Cidade Alta
(Centro). Aguinaldo e Reinaldo Ferreira são os autores dos pedidos.
Dos envolvidos no semanário
esportivo Djalma Maranhão, pelos motivos óbvios, jornalista (fundador de "O Diário" em setembro), atleta e dirigente esportivo, e político (prefeito de
Natal e deputado federal), dispensa maiores comentários.
De Severino Viana a pesquisa
não levanta quase nada, mas o encontra como dirigente esportivo e como presença
constante nos anos seguintes nos eventos religiosos da cidade. Iaponan Guerra
em 1942 é funcionário público federal e depois passa a residir no Rio de Janeiro.
Iaponan é filho do diretor
do Domínio da União no Rio Grande do Norte. Baroncio de Brito Guerra, nascido
no Triunfo/RN (1882), funcionário público federal transferido para o Recife
(1943), falecido na manhã dominical (9/1/1944), em Natal, conforme necrológio de
“A Ordem”.
A nota da missa de sétimo
dia traz o detalhe da presença do funcionário público federal Arari de Brito,
antigo jogador do ABC e diretor técnico americano, parente bem próximo, primo, de
Baroncio, famoso veranista na “Redinha de Dentro” como proprietário do “Sítio
Futuro”, posto a venda pela viúva Neuza.
Por sinal o blog já relatou
sobre eles como recepcionistas do escritor paulista Mário de Andrade em uma
noitada na casa de Câmara Cascudo, com a presença do jogador José Hugo, o “Zezé”,
pernambucano contratado pelo América.
Baroncio Guerra, inclusive,
é ligado a história do pioneirismo do futebol potiguar como primeiro presidente
do Centro Sportivo Natalense, fundado em 4 de julho de 1918 – fruto da fusão do
Alecrim e um tal de Flamengo – reorganizado em janeiro de 1939 e transformado
no rubro-negro Clube Atlético Potiguar em 1941.


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