Livro resgata a história dos fundadores do Treze

Mário Carneiro em entrevista premonitória com o longevo Antônio Bióca em Campina Grande

Obra escrita pelo historiador Mário Vinícius Carneiro Medeiros homenageia os 13 homens que deram origem ao Galo da Borborema. Eles se uniram no dia 7 de setembro de 1925 na casa de Antônio Bióca (líder do grupo).

Autor de outras obras que fazem referência ao Alvinegro, como “Treze Futebol Clube: 80 anos de história”, Mário Vinícius realizou ampla pesquisa em cartórios, jornais da época e entrevistas com descendentes dos fundadores.

Com 86 páginas e mais de 30 fotografias, o historiador explicou que o principal objetivo da obra é preservar os nomes e as lembranças daqueles que deram origem ao clube.

— O nome “Éramos apenas 13” é uma homenagem aos fundadores. São 13 capítulos, cada um dedicado a um deles. Fizemos um trabalho de pesquisa documental para registrar quem foram esses homens que deram início à história do Treze — explicou.

O lançamento nesta terça-feira, 19 horas, no Museu de Arte Popular de Campina Grande, terá acesso aberto ao público, e os exemplares estarão disponíveis no valor de R$ 40,00.

Diferentemente de outros projetos, como Deu 13 em 23, sobre campanha recente no campeonato paraibano, este livro foi publicado de forma independente.

“O Treze foi fundado na casa do ex-presidente Bióca e compareceram Alberto Santos, Amélio Leite, José Casado, José de Castro, José Eloy (tio de Aderson Eloy de Almeida, prefeito de Ceará-Mirim/RN), José Rodolpho de Lima (jogador do ABC de Natal), José Sodré, Luiz Gomes, Olívio Barreto, Osmundo Lima, Plácido Véras e Zacarias Ribeiro”.

Tão longevo como o time, Bióca, campinense, faleceu em 1996, aos 101 anos. Mário entrevistou o líder daquele grupo, coletando informações valiosas que seguem baseando seus estudos.

O precursor do Treze também foi pioneiro na difusão do futebol na Rainha da Borborema. “Contudo, conforme o pesquisador Júlio César, daqui mesmo da nossa cidade, é possível que operários ingleses, quando da construção da estrada de ferro, tenham jogado alguma vez aqui próximo ao local das obras. Era algo comum entre eles”, informa.

Mário consultou também registros em cartório e matérias jornalísticas: “A dificuldade no acesso faz parte do trabalho e serve como estímulo”. Essa digressão fez com que tivesse acesso a informações curiosas: “Talvez a que mais chamou a minha atenção foi sobre Olívio Barreto, 19 anos, goleiro. 52 jogos, sofreu 28 gols e perdeu três partidas”, relata.

Mário Vinícius atesta que toda pesquisa sobre o passado é importante para que as gerações vindouras compreendam os mecanismos que compuseram determinados segmentos, como o futebol.

“Este modesto trabalho trata das ideias de jovens dos anos 20 do século passado e de uma Campina Grande que não existe mais. Embora pareça algo bobo, quando vejo um estádio lotado em jogos do Treze, não deixo de pensar que tudo começou com treze amigos. Hoje uma nação com milhares de torcedores”. 

Fontes

A União

Jornal da Paraíba

Só Esporte