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domingo, 27 de junho de 2021

O treinador uruguaio do América (XX)

Segundo técnico estrangeiro antecede Acosta na última passagem

José Vanilson Julião

O húngaro Steban Hory teria desembarcado na América do Sul pelo porto de Buenos Aires após a guerra (setembro/39 – agosto/45). E foi na recém fundada Associação Ferroviária de Esportes (abril/1950), de Araraquara, que começa no Brasil.

Dos 121 técnicos que trabalharam 16 jogaram pela “Locomotiva”. Foram oito estrangeiros. E oito araraquarenses.

Foi de surpresa a contratação do treinador húngaro Steban Hory (6/11/52) para comandar a AFE em lugar de Zezinho Silva, o primeiro comandante. A história contada pelo pesquisador AJ Moreira.

Zezinho comanda em 62 partidas e fora remanejado para outras atividades. 30 vitórias, 15 empates e 14 derrotas (três resultados sem registro). Nos 30 jogos oficiais (17 vitórias, sete empates e seis derrotas).

Hory dirige o time apenas numa partida em Olímpia (9/11/52). A diretoria contrata, dois dias depois, o argentino Abel Picabéa.

Após passar pelo Siderúrgica (Sabará/MG) no primeiro semestre de 1954 reaparece no Recife. Com direito a reportagem do “Diário de Pernambuco”.

Anuncia que o Santa Cruz pensa em contratar “um vice-campeão mundial, arqueiro reserva do selecionado magiar” na Copa do Mundo da França (1938). Assinaria por 40 mil cruzeiros. Hory nunca fora convocado. Tampouco centroavante do Ujpest na década de 20.

A cúpula engendra esforço para reaver a hegemonia perdida 53 para o ABC, com o detalhe do licenciamento alvinegro por uma temporada no segundo ano do bi americano. Com o insucesso Hory parte para o futebol cearense. Mas faz sucesso mesmo é com o rubro-negro Moto.

Pouco mais de uma década, após retornar ao Brasil em 10/1/1967, reaparece na última semana de fevereiro Steban Hory. A megalomania continuava a mesma e lista 125 participações.

Relaciona para o repórter do Diário de Natal, Everaldo Lopes Cardoso, o currículo, acrescentando Riachuelo, Corumbaense (MT), Internacional, Peñarol, São Lourenço de Almagro (Argentina) e Ferro Carril Oeste (Rosário).

Na manhã do sábado (25/2), o repórter do então diário vespertino sente-se a vontade para entrevistá-lo e até lembra que fora comandado pelo treinador no juvenil americano 55/56.

O longilíneo, pela altura e magreza, e falastrão Hory promete revelar, na segunda-feira, um dos dois clubes que pretendiam contratá-lo, pois o desejo era permanecer na cidade, que aprendera a gostar, além de Araraquara. O jornalista se engana. Em agosto de 1955 o andarilho está em Lages/SC.

Na última semana de julho apita jogo da liga municipal, sendo o árbitro da final do torneio inicio. Inclusive aos 23 minutos marca o pênalti que resulta no segundo gol da vitória do time Aliados sobre o Vasco (3 x 1). No último parágrafo da cobertura relata o redator esportivo do Correio Lageano (17/8/55): - Ele esteve bem, com autoridade, reprimiu o jogo brusco.

Dias depois abandona a cidade após receber vales e encher o bolso de dinheiro, como assinala o jornal ainda em circulação na região serrana do estado barriga verde.

O blogueiro Cacá Medeiros Filho faz o artigo “De jornais, ginásio e um treinador húngaro” em que relata as notícias em questão na edição de lançamento (29/7/1954, quinta-feira) do depois semanário “O Poti”. O trigésimo jornal do consórcio de Assis Chateaubriand.

A primeira edição reporta a inauguração do Ginásio do Instituto de Educação pelo governador Sílvio Piza Pedroza. O pentagonal de basquete reúne Santa Cruz, AABB, Astreia (João Pessoa), Náutico/PE e Náutico (Fortaleza).

 

FONTES

A Cidade

O Imparcial

Afenet – força grená

Ferroviária em Campo

Museu do Futebol e Esportes

O conto de Hory – Memória Futebol

Tópicos do passado da AFE

 

 

 

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