Consulta

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Ingredientes para "clássico" são títulos, números e torcida (I)

Uma das formações do segundo Santa Cruz (o Esporte e Cultura) sucessor do primeiro com este nome

Parâmetros: Santa Cruz de Natal ainda não tem o tempero de clube tradicional

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Neste domingo comentei o inusitado de parte da imprensa paulista ("Gazeta Esportiva" e "Universo On Line") tratar América/RN 2 x 0 Santa Cruz/RN (rodada 12 da primeira fase da Série D) como um "clássico".

Até se pensa que a "Gazeta" e o 'UOL", basta o leitor conferir na postagem anterior, copia a manchete do excelente site pernambucano "Nordeste 45": "América vence o Santa Cruz e sobe na tabela de classificação..."

Confesso que antes do jogo até pensei: "Este jogo parece que está virando clássico". Mas sem pretensão de nominá-lo e tirar o histórico lugar do alviverde Alecrim ou comparar ao "clássico rei" América x ABC.

A coisa pode resultar nesta situação a depender do narrador gaúcho Marcos Lopes: - A proporção é para ser definitivamente a terceira força e transformar os confrontos contra ABC e América em clássicos, mas não chegou lá ainda.

O tricolor natalense - vermelho, preto e branco (as mesmas cores do tradicional Santa Cruz do Recife) - ainda precisar ralar alguns anos, somar "canecos", realizar mais de 500 partidas e ter torcida para se considerar um membro do restrito clube.

Só para o torcedor entender como o negócio é mais embaixo. Outras três agremiações com o mesmo nome já participaram dos campeonatos "citadinos" e "estadual".

O primeiro deles, Santa Cruz Sport Club, do qual carece maiores dados, conta com quatro participações: 1928/31. Na primeira ao lado do Paissandu, um time azul e branco, dissidência do América e até o Sport Club Natal, o do remo ainda hoje.

O Santa Cruz Esporte e Cultura (com o mesmo colorido do tricolor pernambucano), foi campeão uma única vez (1943 em decisão com o América) e vice-campeão potiguar (1941, 1950 e 1952).

Nas segundas colocações os campeões o ABC (duas primeiras) e América. No segundo lugar de 1941 o alvinegro completa dez títulos consecutivos. Em 1950 o ABC na frente, com manobra de bastidor no tribunal de Justiça Desportiva.

A última grande temporada do segundo "Santinha", que tinha sede na praia do Meio, aconteceu em 1959, quando entra em janeiro/fevereiro do ano seguinte. Acaba em terceiro lugar no quarto turno ou triangular final.

O América venceu o turno, o "Santa" o returno e o ABC o terceiro. Ocasionando um "super super campeonato", a exemplo do que havia ocorrido no Carioca pela época.

Uma escalação do Santa Cruz Esporte e Cultura (1941): Wallace, Zeno, Ferreira, Duda, Edival, Francisquinho, Dão, Barbosa, Clemente, Luizinho e Ponciano.


FONTES

A Ordem

Diário de Natal

O Poti

Sport Ilustrado

Tribuna do Norte

Federação Internacional de Estatísticas de Futebol

História do Futebol

Nordeste 45


Nenhum comentário:

Postar um comentário