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terça-feira, 8 de outubro de 2024

A "barca" que quase atrapalha o torneio amistoso

A "marujada" durante uma apresentação na cidade norte-rio-grandense de Canguaretama

A "barca" no intervalo de uma apresentação

FOLGUEDO PROVOCA "WO" AMERICANO E NOVA TABELA DA COMPETIÇÃO

No ano anterior ao começo da colaboração do então acadêmico de Direito, o depois folclorista e escritor Luís da Câmara Cascudo, com a coluna “Bric-a-Brac” no jornal do pai, o coronel da Guarda Nacional e comerciante Francisco Justino de Oliveira, “A Imprensa” (sexta-feira, 9/2/1917) publica artigo de uma coluna sobre a manifestação folclórica. O texto sai cinco dias após o terceiro e último jogo da “Taça Campeonato” (domingo, 4), competição promovida pelo impresso, e o autor, "Carlos", faz referência a apresentação na festa de Santos Reis.

O FANDANGO

“Este divertimento de predileção dos brasileiros levou Sílvio Romero, Almeida Garret, Theophilo Braga, Manoel Pinheiro Chagas e muitos outros escritores a entrarem em investigações históricas para conhecerem-lhe as origens.

Para eles não há dúvida que este brinquedo popular, genuinamente brasileiro, tenha se originado do episódio do romance da “Nau Catarineta”, que se refere ao naufrágio do navio que em 1565 partiu do porto do Recife para Lisboa, conduzindo entre outros passageiros, Jorge de Albuquerque Coelho (terceiro donatário de Pernambuco e filho do primeiro donatário Duarte Coelho) e o amigo Bento Teixeira Pinto, um sobrevivente, poeta e autor do relato das agruras...”

Enumera as fontes: “Cancionario” (Almeida Garret), “Cantos Populares do Arquipélago dos Açores” (Theophilo Braga) – publicado em 1869 -, no qual faz um exame comparativo da “História trágica-marítima”, de Bernardo Gomes de Brito.

 

NOTA DE REDAÇÃO: O grupo folclórico de Canguaretama, interior do Rio Grande do Norte, começa por volta de 1885 como produto de exportação cultural paraense. Em 1910 são acrescidos números musicais originados da Paraíba. Diz o professor de Arte Tadeu Patrício:

“O grupo é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. O enredo principal desenvolve-se em torno da velha “Nau Catarineta”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia.

Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, em sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser transformado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.”

 

FONTES/IMAGENS

A Imprensa

A Voz da Cultura (Professor Tadeu Patrício)

Canguaretama de Fato

Comissão Nacional de Folclore

 

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