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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Polêmica da quantidade de jogador estrangeiro é antiga (IV)

O "platinista" e uruguaio Emanuel Figliola é o quinto do "onze" no Torneio Luiz Aranha"

OS QUATRO ARTIGOS DE MÁRIO FILHO NA REVISTA SEMANAL “MANCHETE ESPORTIVA”

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O argentino Bernardo gandulla

Depois de 11 anos da primeira (artigo) e nove da segunda (em trecho de reportagem) menções ao artigo “platinismo” no “Jornal dos Sports” a terceira ocorre na publicação filhota da revista semanal de variedades “Manchete”, fundada pelo gráfico bielo-russo Adolfo Bloch, e logo concorrente de “O Cruzeiro”, do jornalista paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

O jornalista pernambucano Mário Leite Rodrigues Filho escreve na “Manchete Esportiva” (número sete – 7/1/1956) o artigo “Saudades dos Argentinos” em tópicos numerados, como de costume, como se fosse a escalação do time entrando em campo, até encontrar no pé da página, a direita, o expediente administrativo da famosa revista semanal, antecessora da “Revista do Esporte” (1959).

“Há um saudosismo brasileiro no futebol argentino. Quem viu, aqui, os argentinos de 39 (sempre este ano!) não aceita mais argentinos”. São as duas primeiras linhas da conversa com o leitor, esta era mesma a característica do comentário semanal, assim como o “elenco” na disposição dos parágrafos. E em seguida desfila os nomes de alguns craques do vizinho país: Sastre, De La Mata, Bello, Coleta, um “back” que amarrava um apertado lenço na cabeça, imitado pelos locais.

B. Gandulla

Remora os detalhes de um campeonato sul-americano de 1937 envolvendo o selecionado nacional. “... Foi a época do platinismo. Porque na falta de jogador argentino o uruguaio servia...” Ou “o Vasco tinha uma ala Bernardo Gandulla (aquele que virou sinônimo do garoto responsável pela reposição da bola) e Emeal, chamada de “lero-lero”; até terminar num dos famosos gols de bicicleta de Leônidas da Silva pelo Flamengo.

O segundo artigo, agora sim, dedicado ao “Platinismo” mesmo, segue o mesmo diapasão, com personagens específicos, como o conhecido e folclórico árbitro Carlos de Oliveira Monteiro, o “Tijolo”; situações de jogos, brigas, etc. No terceiro artigo, “Apelidos”, o termo “platinismo” aparece apenas de gaiato numa frase do parágrafo inicial, como se fosse um “cacoete” do cronista sempre relembrar aquela fase de dependência dos craques argentinos e da República Oriental do Uruguai.

O último artigo é um repeteco do penúltimo. O termo “platinismo” aparece como mais um lembrete e o penduricalho de uma época no comentário que tem como tema um ensaio sobre o aparecimento do uso de “fulano tem estrela” para designar a sorte de um treinador qualquer com um bom desempenho.

Alguns destes artigo foi escrito na semana de um amistoso internacional de um clube carioca contra o Independiente de Buenos Aires. Momento oportuno para o articulista.



FONTES/IMAGENS

Manchete Esportiva

Efemérides do EFEMELLO

Futebol, Cultura e Geografia

NETVASCO

Portal Vascaíno

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