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quinta-feira, 4 de julho de 2024

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (XII)

As múltiplas atividades do jornalista e irmão do arqueiro alvinegro Carqueja de Fuentes

JOSÉ VANILSON JULIAO

A fachada imponente do "JC"

Com as duas últimas postagens o leitor ficou sabendo que o engenheiro José Maria Carqueja Fuentes, guarda-meta ocasional do alvinegro entre 1920/22, tem um irmão jornalista.
Este parente bem próximo se trata de Baldomero Carqueja Fuentes, inicialmente redator esportivo do "Jornal do Commercio", fundado no século XIX.
Além do JC, onde entra no primeiro trimestre de 1913, em 1921 também frequentava a redação do diário carioca "O Imparcial", no qual planta a nota do casamento do irmão.
Afora o jornalismo desde 1926 Baldomero Carqueja está metido na cronometragem das partidas de futebol em tudo quanto é de liga, principal ou secundária - até meados dos anos 30.
O curioso: um site especializado em Súmulas técnicas e fichas de jogadores o coloca como atleta do América carioca no começo dos anos 20, sem mencionar posição ou jogos.
Mas a pesquisa não encontra nos jornais da época nenhuma menção neste sentido e acredita ser um erro de levantamento.
O que existe, de fato, é, por exemplo, o acompanhamento dele, como integrante da delegação, numa excursão do alvirrubro para a cidade de Guaratinguetá, no interior paulista.
A multiplicidade de atividades do Baldomero Carqueja não fica somente agregada ao jornalismo e ao esporte.
Também envereda pelo teatro, primeiro como um iniciante autor de peça e depois como crítico da arte cênica. É o que veremos a seguir...

quarta-feira, 3 de julho de 2024

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (XI)

Nota do matrimônio foi plantada na imprensa pelo irmão e repórter Baldomero Carqueja Fuentes

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Mario Pollo, um dos fundadores da ACERJ

A nota sobre o casamento do casal engenheiro José Maria Carqueja Fuentes/Maria da Glória Teixeira ter sido divulgado pelo jornal diário carioca "O Imparcial" (30 de abril de 1921) tem uma razão.

Seguramente foi plantada pelo irmão Baldomero Carqueja Fuentes pela posição privilegiada de fazer parte do corpo redacional do impresso. Assim como do famoso "Jornal do Commércio",  fundado no século XIX.

A inserção na página esportiva também tem um detalhe interessante em comum entre os dois. Amantes do futebol, o primeiro como torcedor do Flamengo; o segundo como redator esportivo do "JC" desde 1914.

Baldomero Carqueja Fuentes é um dos fundadores de um dos primeiros jornais especializados ('O Esporte") e da primeira associação de cronistas esportivos do Rio de Janeiro e do Brasil (5/3/1917). E nos anos 30 atuou com cronometrista em jogos.

No ano seguinte promove a primeira edição do torneio início do campeonato carioca, vencido pelo Fluminense. A instituição semelhante paulista veio logo depois.

A Associação de Cronistas Desportivos (ACD), entidade, sem fins lucrativos, tem caráter social, cultural, filantrópico e esportivo.

Em 22 de agosto de 1967, pela assembleia geral extraordinária, muda a denominação. Por unanimidade dos participantes unificou no quadro social associados do Departamento de Imprensa Esportiva da ABI – DIE.

Passando a Associação de Cronistas Esportivos da Guanabara (ACEG). Com a fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara (abril/1975), passou a Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (ACERJ).

Os primeiros sete presidentes: Mário Polo (1917/21), Célio de Barros (1922/26), Fernando Nogueira Pinto (1926/34), Gerson Bandeira (1935/40), Antenor Soares Magalhães (1941/49), Célio de Barros (1949/62) e Isaac José Amar (1962/67).

Mário Polo foi também remador do Flamengo, jogador e presidente do Fluminense (1940/41). Célio de Barros deu nome ao estádio de atletismo do Rio de Janeiro.


FONTES/IMAGEM

A Manhã

Correio da Manhã

Jornal do Comércio

O Imparcial

Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro

Esporte Rio

Fluminense FC

Flunomeno


A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (X)

O casamento, parente próximo e clube preferido do engenheiro Carqueja Fuentes

JOSÉ VANILSON JULIÃO


Quando aparece na capital potiguar, provavelmente no primeiro semestre de 1920, o ano inicial do triênio da estadia natalense, para trabalhar nas obras do porto, o engenheiro José Maria Carqueja Fuentes ainda é um rapagão esticado, de estampa e solteiro.

Quase certo de que no final do segundo semestre, depois de participar de jogos amistosos pelo ABC contra clubes locais e o Cabo Branco da capital paraibana, retornará ao Rio de Janeiro, de férias, com uma importante missão pessoal.

É o que se vislumbra pela seção "Vida Esportiva" (página seis) do diário carioca "O Imparcial" (sábado, 30 de abril de 1921), que publica a notinha "UM RUBRO-NEGRO CONTRATA CASAMENTO":

"Contratou casamento com a gentil senhorita Maria da Glória Teixeira, filha do capitão de mar e guerra Otávio Luiz Teixeira, o senhor doutor José Maria Carqueja Fuentes, associado do campeão de terra e mar, irmão do nosso colega de imprensa, Baldomero Carqueja Fuentes."

Portanto, como mencionado na antepenúltima postagem, ficou bem a vontade para viajar até o Recife acompanhado da mulher, assim como dois dirigentes, o guarda-metas do selecionado da Liga no Torneio do Centenário da Independência em Recife (segunda quinzena de setembro de 1922).

Além do matrimônio a nota da imprensa carioca é também importante pelo fato de confirmar a existência e a localização do primeiro parente bem próximo, o jornalista Baldomero Carqueja Fuentes.

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (IX)

O aeroplano "Sampaio Corrêa II" no estuário do Rio Potengi, próximo ao cais de Natal/RN

Carqueja de Fuentes se prontifica a socorrer tripulantes do "raid" Nova Iorque-Rio de Janeiro

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Euclides Pinto Martins, cearense criado no RN

"Estava já pronto o engenheiro Carqueja de Fuentes para seguir no rebocador "Papagaio" da obras do porto, afim de prestar socorro, quando o professor Luiz Soares recebeu um telegrama procedente de Canguaretama comunicando que Euclides Pinto seguira em trem com destino a cidade de Cabedelo".
O texto refere-se ao último parágrafo da reportagem em duas colunas, de autoria do correspondente potiguar, publicada na coluna 'O "Jornal" no Rio Grande do Norte', veiculada no diário "Jornal do Recife" (quinta-feira, 28 de dezembro de 1922).
E tem como alvo a segunda etapa do voo transcontinental América do Norte-América do Sul, que ficou conhecido como o "Raid Nova Iorque-Rio de Janeiro", com os cinco tripulantes das aeronaves "Sampaio Corrêa I" (caiu no Mar do Caribe ou das Antilhas em agosto) e o "Sampaio Corrêa II".
No começo da tarde saltam da "grandiosa libélula de aço", no caís da Avenida Tavares de Lira (Ribeira), o cearense criado no Rio Grande do Norte, o mecânico e copiloto Euclides Pinto Martins (Camocim, 1892 - Rio de Janeiro, 1924), o piloto norte-americano Walter Hinton, um engenheiro, um cinegrafista e um repórter.
Na segunda etapa do trajeto (22 de dezembro) o segundo hidroavião pousa no Rio Potengi (Natal) e depois de alçar voo para o Rio de Janeiro tem pouso forçado, por avaria num dos motores, no litoral do município de Baía Formosa, fronteira com a Paraíba.
O "pássaro de prata" desceu emergencialmente na praia Formosa, proximidades da Baía da Traição e Barra do Cunhaú, imediações do farol de Bacupari.
A transcrição da prontidão do engenheiro federal é importante por comprovar o que andava fazendo fora de campo, profissionalmente, no triênio na capital potiguar.

FONTES/IMAGENS
A Província (PE)
Diário de Pernambuco
Jornal do Recife
Jornal Pequeno
Suplemento Nós do RN/Diário Oficial
Assembleia Legislativa/CE
Fatos e Fotos de Natal Antiga

terça-feira, 2 de julho de 2024

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (VIII)

O burro havia sido aposentado e o bonde elétrico era o dono da rua desde 1911/Imagem: "Curiozzo"

Casal Carqueja Fuentes integrado na sociedade natalense durante estadia de três anos

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Em três anos de estadia na capital potiguar o engenheiro José Maria e a mulher Maria da Glória Teixeira Carqueja Fuentes estão integrados a sociedade natalense.

Dois meses e 15 dias após o casal desembarcar com a delegação do selecionado de futebol da Liga para o festejo do Torneio da Independência no Recife aparece um acontecimento em sociedade.

O jornal pernambucano "A Província" (quinta-feira, 30/11/1922), na coluna mundana "Notas Sociais", veicula a chamada Maria de Almeida - Garibaldo Romano, sendo citados os Carqueja Fuentes.

A nota refere-se ao casamento do funcionário público federal Garibaldo no dia anterior com cerimônias na casa do pai e mãe da noiva no bairro de Petrópolis, o "coronel" e comerciante Cussy de Almeida e dona Corintha.

Maria vem a ser irmã de Cussy de Almeida Júnior e do maestro Waldemar de Almeida, este pai do renomado músico potiguar Cussy de Almeida, portanto neto do primeiro com o mesmo nome.

Pela noiva são padrinhos (civil e religioso) os pais. Do noivo José Ferreira (engenheiro chefe da Inspetoria de Obras contra as Secas) e o casal Carqueja Fuentes, respectivamente pelo civil e religioso.

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (VII)

Delegação da Liga potiguar no Recife conta com esposas de dirigentes e do personagem

José Vanilson Julião

Natal na rota dos vapores

A suspeita de que o arqueiro do América/RN, José da Silva, o "José da Cega (também apelidado de "Cazuza"), tenha sido afastado da possibilidade de ser o convocado para o selecionado da Liga potiguar, com o fim de participar do Torneio do Centenário da Independência no Recife, pode ter outra suposta variante.

A primeira, levantada pelo depoimento do jogador americano contemporâneo no alvirrubro de Natal, o também jornalista do extinto "A República" (entre 1924 e 28), João Maria Furtado, é de que o "keeper" americano mal sabia escrever o nome, condição que o teria feito ser renegado da embaixada norte-rio-grandense aos festejos na capital pernambucana.

A tese inicial foi alvo do depoimento, com o título "Viagem sentimental", do desembargador João Maria Furtado para a "Revista do América" comemorativa ao cinquentenário do clube (1965).

A edição 213 do jornal pernambucano "A Província" (quinta-feira, 14 de setembro de 1922) indica que o "causo" não passou de uma artimanha para favorecer uma curiosa situação familiar. A nota da seção "DESPORTIVAS" sobre chegada da delegação no Recife.

- Ás 11 horas de ontem a comitiva desembarca do vapor "Itapuhy" (Companhia de Navegação Costeira) no porto com Alfredo Lira (presidente), Arnaldo Fagundes (secretário), Álvaro Borges (representante do ABC) e Francisco Lopes (América).

E relaciona os jogadores: Carqueja Fuentes, Joaquim Carneiro, Manoel Pequeno (full-backs), Francisco de Paula Melo ("Canela de Ferro"), Antônio Albuquerque, João Ricardo (half-backs), José Rodolfo, Agnaldo Tinoco, José dos Santos, Augusto Lourival e João Oliveira (fowards). Reservas: Antônio Gentil, Ruy Lago e João Furtado.

AS MULHERES

Acompanham as esposas do nosso personagem principal, dona Maria da Glória Teixeira Carqueja Fuentes; dona Nair Santos (consorte de José dos Santos); e dona Francisca Fagundes (esposa de Arnaldo.

A delegação paraibana chega as 17 horas do mesmo dia pelo comboio da "Great Western". Entre os jogadores um futuro conhecido da torcida americana, o tenente Everardo de Barros e Vasconcelos.

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (VI)

"Artificio" tira arqueiro americano do selecionado da Liga que vai ao Recife em 1922

João Maria Furtado
José Vanilson Julião

Preto no branco. Impresso no papel. Não somente nos velhos jornais. Tampouco nas edições da imprensa potiguar anos depois.

A "Revista do América", comemorativa ao cinquentenário do clube alvirrubro (1965), também registra o nome do principal personagem da série: José Maria Carqueja Fuentes.

No depoimento do desembargador João Maria Furtado (1904 - 1997), que esteve dentro e fora de campo, como atleta americano e repórter do jornal "A República" (1924/28).

No histórico, irreparável e artigo feito sob encomenda: "VIAGEM SENTIMENTAL" (página oito da referida publicação de aniversário da fundação do América).

Sobre o Torneio do Centenário da República no Recife com a participação das seleções das ligas pernambucana e paraibana.

- O América fornece para a primeira seleção Francisco Paula de Melo ("Canela de Ferro"), Agnaldo Tinôco, João Ricardo e este escrivinhador, que ficou na reserva. O maior "keeper" norte-rio-grandense, fenômeno pela estatura, agilidade e força, "Cazuza" ou "José da Cega" (José da Silva de batismo)...

... Deveria, por isso, inevitavelmente, compor este selecionado. No entanto os outros clubes, liderados pelo ABC, conseguiram uma deliberação na Liga proibindo que tomasse parte em jogos amistosos ou oficiais o jogador que apenas "ferrasse" o nome, como era o caso de Cazuza...

... Desse modo o homem que segurava o mais forte arremesso com apenas uma mão foi substituído pelo guarda-valas do ABC, o engenheiro Carqueja, infinitamente inferior...

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (V)

Depoimento da testemunha ocular da história coloca Carqueja Fuentes na roda dos eventos

José Vanilson Julião

Gil Soares atende Câmara Cascudo

Depois de mencionado desde o triênio 1920/22 na imprensa nordestina, especificamente no jornal potiguar "A República" e "Diário de Pernambuco", e por último no "Diário de Natal" (1981), o principal personagem da série, o arqueiro José Maria Carqueja Fontes, volta a ser citado na mídia da capital norte-rio-grandense em depoimento de Gil Soares de Araújo para o semanário "O Poti" (domingo, 4/9/1983).

Agora em reportagem de página inteira (16) da considerada edição dominical do Associado "Diário de Natal", ilustrada com duas fotografias posadas dos elencos alvinegro e do América/RN, é a reprodução do texto de Gil Soares de Araújo a pedido do escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo para o segundo volume da obra "O Livro das Velhas Figuras".

No segundo parágrafo diz o potiguar então radicado no Rio de Janeiro: - Direi em linhas gerais o que soube, li, assisti ou vivi. Trata-se do período ingrato para os pesquisadores, quando os poucos e pequenos jornais da terra traziam raras e escassas notícias sobre a matéria...

"O futebol do R. G. do Norte até 1930". Eis o título da reportagem-depoimento de Gil Soares. Em que discorre sobre as fundações das primeiras ligas, dos primeiros clubes, dos craques e dirigentes pioneiros, como o citado militar Monteiro Chaves.

O redator destaca o último tópico do histórico e até então inédito depoimento: "OS MELHORES DO FUTEBOL" (assim mesmo em caixa alta). Quando são citados os craques, posição a posição, do goleiro ao ponta-esquerda, passando pela linha média, como se dia até os anos 50/60.

No meio de mais de uma centena de nomes são citados os arqueiros famosos da cidade: Carqueja de Fuentes e Jonatas Lisboa (ABC), José da Silva ("Cazuza") e Abel Viana (América), Firmino dos Santos (Centro e Alecrim), Ayta (Paissandu), Milton Sobral Correia (Sport Club Natal e América) e Domício Bezerra das Neves (Neném), aquele do Sport, América, ABC, Fluminense do Rio e seleção potiguar "Fantasma" de 1934, semifinalista do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais.

QUEM ERA: Gil Soares de Araújo (Martins/RN, 10/11/1907 - Rio de Janeiro, 2005) foi promotor público, deputado estadual e federal (1950). Filho do desembargador Antônio Soares.


FONTES

A República

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

Jornal "A Verdade"

Câmara dos Deputados

Fundação Getúlio Vargas

Fundação José Augusto

Geni

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (IV)

Pesquisador caicoense Joaquim Martiniano Neto é o primeiro a citar o arqueiro alvinegro

José Vanilson Julião

Professor Normando Bezerra: o fiel torcedor verde

Salvo menções no extinto jornal "A República" e no quase bicentenário "Diário de Pernambuco", em edições do começo dos anos 20 do século passado, o nome do arqueiro alvinegro José Maria Carqueja Fuentes somente voltou a ser visto na imprensa potiguar no "Diário de Natal" (terça-feira, 7/7/1981).

Em reportagem de quase meia página (11) assinada pelo falecido jornalista Everaldo Lopes Cardoso. Com base em criterioso levantamento no mencionado "A República" pelo pesquisador Joaquim Martiniano Neto, o primeiro a mergulhar a fundo nos velhos exemplares do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

A reportagem da mídia Associada tem título e texto complementar incontestáveis não são seguidos a risca pelos desprevenidos repórteres e comentaristas da atualidade (em blogs, sites e redes sociais). Por si só trazem resumo sobre verdades insofismáveis.

Primeiro o título: - ABC: um bi duvidoso e um tetra que o América não considera muito. Segundo o título do texto complementar a reportagem principal: - Títulos de 1928/29 são contestados e o América não é campeão de 1922.

Na entrevista de Joaquim Martiniano Neto até sobra para o Alecrim, que não teria o bi de 1924/25, como alardeiam os torcedores esmeraldinos mais fanáticos e fiéis, entre eles o professor Normando Bezerra.

A extensa reportagem se torna histórica e muito mais importante por informar que o personagem central desta série, J. M. Carqueja Fuentes, não só entra em campo, como está metido na organização do futebol naqueles tempos de pioneirismo.

APARECE NOSSO PERSONAGEM

Registra a seção "Vida Social" em "A República" (9/7/1920): - Conforme resolução da Liga de Desportos Terrestres reunida anteontem, sob a presidência do comandante Monteiro Chaves, terá lugar no próximo domingo, 11, a primeira prova campeonato de football.

Segue: "No campo do Tyrol encontra-se-ão, obedecendo a tabela desse campeonato, os arrojados players do América e do Centro Desportivo, agremiações que gozam de grande prestígio no seio da sociedade natalense. Sob a presidência do senhor Carqueja de Fuentes reúne-se hoje a comissão de jogos."


FONTES

A República

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

segunda-feira, 1 de julho de 2024

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (III)

O passo a passo para desvendar as andanças dos parentes no Brasil começa pela cidade do Porto

A saga familiar e casos dos polêmicos título alvirrubro e "fake news" da foto com o arqueiro

José Vanilson Julião

O pontapé para desvendar o misterioso personagem é praticamente iniciado com as duas postagem anteriores.

O incrível roteiro de vida do brasileiro José Maria Carqueja Fuentes tem como pano de fundo um folhetim real.

E envolve situações nas áreas do jornalismo, sociedade, política e futebol, tudo protagonizados pelos ascendentes.

A pesquisa localiza datas, nomes, profissões e atividades e eventos diversos de personalidades ou parentes próximos: pai, tio e irmão.

Com informações de importantes fontes impressas diferentes e agora reunidas. Com o foco principal de esclarecer dúvidas de fatos desconhecidos.

O levantamento dos acontecimentos passa por períodos importantes da historiografia nacional: Império e República.

A viagem no tempo começa na Europa (Portugal e Espanha), passa pela capital paulista, a metrópole carioca, Recife e Natal, com uma esticadinha aos vizinhos Argentina e Uruguai.

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (II)

José Maria Carqueja Fuentes defende o alvinegro e seleção da Liga em torneios nos anos 20

Carteira de Renato Pacheco (presidente da CBD)
como sócio proprietário do fluminense

José Vanilson Julião

11 anos antes de não comparecer a assembleia geral destinada a reeleição (primeira semana de julho de 1931) do presidente da Confederação Brasileira de Desportos, o médico gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Renato Pacheco, o antigo goleiro do ABC, José Maria Carqueja Fuentes, andava a trabalho na capital do Rio Grande do Norte.
Durante idas e vindas para a metrópole carioca, de onde veio, permanece ao menos três anos em Natal, pois há registros em que defende o arco do ABC em um torneio envolvendo América e Centro Esportivo Natalense no primeiro semestre de 1920.
Além da participação em torneio comemorativo ao Centenário da Independência no Recife, pelo selecionado da Liga de futebol local diante das representações de Pernambuco e da Paraiba (1922).
A pesquisa sobre o misterioso personagem indica que seria engenheiro, como relatou o falecido jornalista e pesquisador potiguar Everaldo Lopes Cardoso no livro "Da Bola de Pito ao Apito Final", considerada uma bíblia como fonte para detalhamento de informações a posterior.

A história do antigo goleiro "gringo" do ABC (I)

Representante da liga esportiva potiguar, José Maria Carqueja Fuentes, dá cano em eleição (CBF)
Médico gaúcho Renato Pacheco

José Vanilson Julião

Em assembleia geral na noite da sexta-feira (3/7/1931), é reeleito por unanimidade de votos o ex-presidente do Botafogo Futebol Clube (1919/21), o médico gaúcho Renato Pacheco (Porto Alegre, 1883 - Rio de Janeiro, 1964), a frente da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF), de dezembro de 1927 a setembro de 1933.
Votaram representantes das entidades esportivas do estados do Ceará, Estado do Rio do Janeiro, Maranhão, Distrito Federal, São Paulo, Alagoas, Santa Catarina, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Minas Gerais, Sergipe e Espírito Santo.
Nota no "Jornal dos Sports" (quarta-feira, 7/7): "Não comparecem os representantes amazonense (Hilton Santos), paraense (Elzmann Magalhães), pernambucano, (Carlos Menezes) e da Liga Norte-rio-grandense (Carqueja Fuentes), Federação Paulista de Atletismo (Edgard Vasconcelos) e Federação Paulista de Tênis (Afonso de Castro)."





FONTES
Jornal dos Sports
Tribuna do Norte
Casa do Velho
Datafogo
Mundo Botafogo
Terceiro Tempo
Cardoso, Everaldo Lopes - Da Bola de Pito ao Apito Final