Jaime Guimarães (de boné), com o alvinegro de Manaus, capital do Estado do Amazonas
JOSÉ VANILSON JULIÃO
A segunda imagem, acima, encontrada com os 11 titulares e o
treinador pernambucano Jaime Guimarães refere-se ao alvinegro amazonense Associação
Atlética Rio Negro, na temporada de 1943, como dito, uma década anterior a
permanência do técnico no América/RN.
A história da fuga dele do alvirrubro, pela
circunstância do aparecimento da outra fotografia, merece ser relembrada.
Aconteceu há menos de uma semana do amistoso contra a
Associação Atlética Asas (sexta-feira, 4/12/1953), de Lagoa Santa, entorno de
Belo Horizonte.
Em
resumo o treinador foge para comandar o elenco paraibano no então tradicional
Campeonato Brasileiro de Seleções no começo do ano seguinte. Ele havia sido contratado
em março para buscar o tri para o alvirrubro.
Mas
abandona o cargo também antes da interrupção do campeonato local para os
treinamentos do selecionado potiguar, em dezembro, logo após o interestadual. “O
caso do fugitivo foi mencionado algumas vezes como apêndice em outros assuntos,
mas esta é a primeira vez com relato mais detalhado”, explica a reportagem exclusiva
de janeiro do ano passado.
No começo do estouro do escândalo a imprensa até ficou meio
confusa na cobertura de fato tão inusitado, quase idêntico ao ocorrido com o
também pernambucano Edésio Leitão e o ABC em 1950, mas logo toma pé da situação.
Somente quando o presidente americano, o
antigo atleta e diretor da Escola Industrial, o engenheiro agrônomo Jeremias
Pinheiro da Câmara Filho, resolveu tomar providências. E assim mesmo após
aguardar uns dias pelo retorno do treinador para cumprir o restante do contrato
até o final do campeonato no início de 1954, o que acaba não ocorrendo.
O
dirigente, conhecido como "Pinheirinho" (para diferenciar do irmão,
também atleta americano, Eugenio Pinheiro, o "Pinheirão"), jogador
nos anos 30, ainda estava por decidir por alguma providência para ressarcir o
prejuízo financeiro do clube pelo não cumprimento inteiro do contrato.
E curiosamente,
em caso particular e privado, sem ação processual ou inquérito civil para apurar
o caso, aciona o secretário de Segurança, Ulisses Cavalcanti, para tentar
localizar o personagem, para, pelo menos, reaver o dinheiro investido. Em vão.
Ao que parece.
O veteraníssimo
Jaime Guimarães sabia andar por becos e ruelas de João Pessoa. Em janeiro de
1952 era treinador do alvirrubro Auto Esporte, o rival local, cópia fiel do
Botafogo carioca.
Em 1937 era o comandante do Central na estreia do primeiro clube do interior no Pernambucano. Ocasião em que contratou o primeiro jogador profissional, o zagueiro mineiro Luiz Zago, façanha do dirigente ricaço José Victor de Albuquerque.
Central (1937): Pedro, Alemão, Joaquim, Mário Matos, Zé de Nane, Heleno, Trajano, Edmilson, Tutu. Zuza, Otoniel, Luíz Zago (primeiro jogador profissional no campeonato pernambucano) e Jaime Guimarães |
FONTES
Botões para Sempre
Museu Virtual do Futebol
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