Jaime Guimarães revelou contemporaneidade com Gentil Alves Cardoso no futebol carioca
Veterano técnico rememora
a carreira e revela ao repórter procura por colocação na Bahia e em Alagoas
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Gentil atleta do Syrio do Rio de Janeiro (1928)
A segunda e mais
extensa reportagem com o orientador Jaime Guimarães no “Diário de Pernambuco”
(sábado, 4/3/1961) tem o seguinte título: “VETERANO TREINADOR RELEMBRA JORNADA
DO CENTRAL NO CERTAME PERNAMBUCANO”
“A saída da primeira
divisão foi motivada por uma grande encrenca contra o Náutico. O juiz Zezé
Fernandes, quando faltavam 20 minutos para encerrar o jogo expulsa três
jogadores e mais um. O time perdia de 2 a 1 e recusou-se a continuar”, disse.
Acrescentou que todos
os jogadores foram parar na “chefatura de Polícia”, “menos eu e o presidente,
que se aborreceu e retirou o clube do campeonato”, referindo-se ao rico
dirigente José Victor de Albuquerque.
Sobre o retorno do
alvinegro ao campeonato, desde 1937, disse: - Há necessidade de muito dinheiro,
pois o futebol profissional exige muitos gastos. A arrecadação depende de o
clube possuir uma boa equipe. O campo precisa ser reparado, pois não está em
condições para jogos oficiais.
- Atualmente não há valores
para a formação de uma equipe forte, havendo assim necessidade de importação,
assim relatou Guimarães, que a época se considerava o treinador mais velho em
atividade no norte do Brasil.
Até disse que chegou
a arbitrar jogos e dirigir partidas com Gentil Alves Cardoso (depois conhecido treinador)
em campo pelo Bonsucesso. Tendo pertencido as federações paulista e carioca,
relatou os clubes:
Palestra (Ribeirão
Preto), Ipiranga, Bahia, Galícia (Salvador), Central, Vera Cruz (Caruaru),
Colombo (Limoeiro/PE), Great Western (Ferroviário) e América (Recife), Centro
Sportivo Alagoano (Maceió), Capelense (Capela/AL), Ceará, Maguari (Fortaleza),
Moto (São Luís), Paissandu (Belém), América (Natal), Auto Esporte (João
Pessoa), Rio Negro, Nacional e Olímpico (trio manauara)
Finaliza: - O
profissionalismo acabou as escolas, deixando a margem o preparo dos craques de
amanhã. Avançou muito, mas desorganizadamente, principalmente aqui no Norte...
(o retrato de uma época com problemas que parecem hoje).
Pouco mais de um mês
depois da reportagem a nota final (terça-feira, 11 de abril) na coluna “Diário
Esportivo” – “Treinador procura chance” – indica primeiro a ida para Salvador e
se não conseguir na capital baiana irá tentar colocação em Alagoas.
Durante
o resto da década "desaparece" da imprensa pernambucana. Em especial a
cadeira cativa no “Diário de Pernambuco”.
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