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domingo, 30 de novembro de 2025

"Pedro Malasombrado" lembra do ABC na entrevista

O campo da Ilha do Retiro nos anos 30 com o casarão sede do Sport Clube do Recife

Navamuel

JOSÉ VANILSON JULIÃO

- Atualmente o futebol é praticado com mais técnica. Antigamente era como uma sanfona, um vai e vem danado, tudo na base do querer vencer. Era preciso ter um folego extraordinário para jogar uma partida...

Eis uma pontinha do terceiro dos 17 parágrafos da exclusiva entrevista do ex-ponta-direita do Sport Recife, ABC e Náutico para a edição dominical do Diário de Pernambuco (2 de março de 1980), antes de falecer dois anos depois, aos 69 anos.

Segue a reportagem “Pedro Malasombrado a recordação do passado”: - Começou a carreira como meia-esquerda do Sport (1934) com o treinador uruguaio Carlos Viola, com passagem pelo Palmeiras.

Diz Pedro Clodoaldo: “No passado os ponteiros fechavam muito para o gol e chutavam todas as vezes que podiam. Hoje trabalham muito pela linha de fundo, muito mais em função do cruzamento, quando não dão a bola para trás, naquela história de troca de passes com os laterais...

Cita alguns bons ponteiros da época: Siduca e Valfrido (Santa Cruz), mais o Celso (Náutico). Também enumera alguns gols que fez em partidas inesquecíveis com o São Paulo, Portuguesa de Desportos e Vitória da Bahia, amistosos em casa e fora.

Campeão estadual pelo rubro-negro e pelo alvirrubro pendura as chuteiras aos 27 anos (1941) para se dedicar ao comércio. E ainda recorda o único título no RN (a reportagem sugere como fato curioso que poucos conhecem).

- O Sport excursionou a Natal em 1939 (na verdade foi em junho de 1935). No primeiro jogo vencemos por 5 a 1 o América (“um gol meu”) e no segundo, 3 x 2, fiz o gol da vitória contra o ABC. Na volta ao Recife o Sport contrata um jogador do Vasco da Gama, o argentino Valentín Navamuel (veio do Estudiantes de La Plata) para o meu lugar, alegando que estava jogando mal. Fiquei aborrecido e não fui mais treinar...

Um dia encontrei um telegrama em casa, de Natal, me convidando para jogar no ABC. Não tive dúvida, fui. Naquela época o atleta não precisava de liberatório para atuar em outro estado.

Ali conquistei o primeiro turno do campeonato potiguar. Acontece que o jogador argentino nao aprovou, confessando que jogava na direita, e não na esquerda, e me chamaram para minha posição...

O APELIDO

Último paragrafo do DP – Pedro Malassombro não tinha esse nome. Morava em Olinda, conhecido e bem quisto, não só pelo talento futebolístico, como também gostava de jogar bilhar no Carmo.

A ordem do pai era para que chegasse em casa antes das 21 horas e como Pedro Clodoaldo Falcão era filho obediente não queria passar desse horário. Quando os ponteiros do relógio marcavam 21 horas sacudia os tacos e saía correndo para casa.

Ora, seu amigo e parceiro mais constante, “Zezé Rato Podre” (hoje deputado Zezé Fernandes), ficava assustado com o comportamento do amigo e reagia: “Eita sujeito malassombrado!”. E sempre dizia assim todas as vezes que Pedro deixava o convívio do grupo, às carreiras, com medo de chegar em casa atrasado. O apelido pegou.

Muitas recordações... A construção do estádio na Ilha do Retiro (participou do mutirão para limpar o terreno), a inauguração contra o Santa Cruz, “perdia de 3 x 0 e viramos para 6 x 3 (na verdade 6 a 5), o gol do empate na Bahia (4 x 4), faltando dois minutos, depois de sair do banco de reservas...

"Pedro Malasombrado" só participa do turno pelo ABC

Imagem rara do alvinegro. Ao fundo os morros da cidade ladeiam o "Juvenal Lamartine"

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O ponta-esquerda Pedro Clodoaldo Falcão retorna ao Recife e não participa do jogo oficial pelo returno do campeonato – ABC 9 x 4 Santa Cruz (domingo, 13/8/1939) – cujo resultado dá a liderança ao alvinegro.

A Ordem antecipa a arbitragem (João Acioli da Silva) e a escala abecedista na data da partida: Nenê, Bicudo, Nezinho II, Simão, Nezinho I, Acácio, Mário, Zé Maria, Prazeres, Xixico e Albano Pereira (novato do bairro das Rocas, que se tornaria estrela do time).

O tricolor natalense: Edson, Ponciano, Murilo, João, Edvard, Francisquinho, Dão, Geraldo, Magiot, Cesário e Cabral. Todos atletas bem conhecidos da épocas.

Magiot abre a contagem. Completam para o clube das três cores – era assim que a crônica chamava o clone do clube recifense – Edvard (penalidade máxima) e Cesário (dois).

Para o ABC: Prazeres, Hermes (três), Xixico (três), Albano e Mário Fernandes da Mota. Preliminar de segundo quadro: ABC 2 x 1 Santa Cruz.

O site oficial do ABC dá os participantes da campanha do título do ano desta forma sequencial e imprecisa (sem Acácio, Nezinho II, Mário e Zé Maria):

Edgar Pinheiro da Câmara, Dorcelino Pereira Dias, Bicudo, José Simão, Manoel Nascimento (Nezinho), Pedro Clodoaldo Falcão, Francisco Rodrigues dos Santos (Xixico), Soldado, Hermes Marques Amorim e Albano Pereira.

ESMERALDINO

Na mesma edição o diário vespertino católico dá nota sobre o aniversário de “23 anos” de fundação do Alecrim Futebol Clube, na ocasião presidido pelo professor Sílvio Tavares Ferreira.

sábado, 29 de novembro de 2025

Pernambucano "Pedro Malasombrado" no clássico potiguar

Dante Grizzi, fundador do "Belo", é apontado como treinador pelo jornal "A Ordem"

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O clássico pelo campeonato potiguar, arbitrado pelo futuro presidente da Federação (Salatiel Vasconcelos Silva), resulta ABC 1 x 1 América (domingo – 18 de junho de 1939), com gols de Raimundo Canuto de Souza e Francisco Rodrigues dos Santos (Xixico). Preliminar: ABC 1 x 2 AFC (árbitro: Joaquim José de Souza).

O alvinegro: Domicío Bezerra das Neves (Nenê), Nezinho II, Simão, Nezinho I (Manoel Nascimento), Antônio Acácio do Nascimento, Xixico, Prazeres, Zé Maria, Hermes Marques de Amorim e Pedro Clodoaldo Falcão. A pesquisa não identifica quem saiu para entrar “Soldado”.

A formação americana anunciada: Rossini Azevedo, Leonidas Bonifácio do Nascimento, Aleixo, Pajeú, Renato Teixeira da Mota (Neném), Heleno, Ferreira, Stephenson Josué Batista, Belinho, Demóstenes César da Silva (Botafogo em 1945) e Raimundo Canuto de Souza.

A equipe abecedista era comandada pelo bacharel em Direito Vicente Farache Neto. O alvirrubro é orientado pelo uruguaio Emiliano Graciano Acosta Torres, vindo do Recife, o primeiro técnico estrangeiro em Natal.

Depois Pedro entra contra o Botafogo (domingo, 25/6). A delegação de João Pessoa: Samuel Givert (presidente), “doutor” Abelardo Costa (secretário) e Dante Grisi (treinador), depois tesoureiro da Caixa Econômica Federal (1952).

Atletas: Pagé (goleiro), Felix, Clodoaldo, Lemos, Galego, Nico, Pitota, Zé Augusto, Hélio, Mizael, Zé Holanda, Juarez, Braz Sorrentino e Pedro.

O Paysandu (primeiro adversário): Edson, Valdemar, Amaro, Miranda, Edval, Eliel, Casaca, Bararau, Valter, Augusto e Músico (ex-Santa Cruz Esporte Clube, aquele fundado em 1934 como dissidente do Sport Clube de Natal).

A Ordem diz que o anfitrião oferecerá aos visitantes a escolha dos sopradores de apito: João Acioli da Silva (Cabo João), Eugenio Silva, Artur Danzi, Hermes Marques de Amorim e Reinaldo Praça, antigo player do alvinegro e do América/RN.

Com a programação no campo da ARA preenchida o América viaja a convite da Associação Mossoroense de Esportes Atléticos (AMEA) para retribuir visita do Centro Esportivo (CEM), a quem enfrentara em janeiro de 1939 com derrota.

Na capital o jogo ABC 2 x 1 Botafogo é encerrado antes do fim em comum acordo devido a fratura do tornozelo ponteiro direito abecedista “Soldado”, atendido no Hospital Miguel Couto (atual “Onofre Lopes”), em Petrópolis. Os gols do ponta-esquerda pernambucano Pedro, depois Prazeres, descontando Holanda.

No sábado o Botafogo empata com o Paysandu (3 x 3), o alvo e anil considerado uma “filial” do ABC com a astucia de V. F. Neto.

 

FONTES/IMAGEM

A Ordem

A União

O Norte

Adilson Esportes

Blog do Professor Zezinho

 

A terceira imagem do goleiro paraibano no Deportivo Cali

Última fotografia rara do goleiro Miguel Ferreira de Lima no Deportivo Cali da Colômbia

A pesquisa não confirma a entrada do paraibano Miguel Ferreira de Lima nos amistosos do Deportivo Cali (março, outubro e dezembro/1963) contra o peruano Universitário de Lima, Emelec em Quito (Equador) e o argentino Huracan (Buenos Aires).

Porém um site dedicado ao alviverde registra alguns jogos oficiais: 1 x 0 Medellin (7/4), 2 x 1 América (21/4) e 5 x 2 Union Magdalena (19/5), 3 x 2 Millonarios (17/11) e 2 x 1 Bucaramanga.

A maioria com mando no Estádio Pascual Guerreiro. Exceto na vitória contra o Millonarios, no El Campin, na capital, Bogotá.

Quando Miguel é substituído por Nelson Bruno (oriundo do Bonsucesso do Rio de Janeiro) no decorrer da partida (JOSÉ VANILSON JULIÃO).


Outra rara imagem de Miguel de Lima na Colômbia

O goleiro paraibano Miguel participa da campanha do terceiro lugar pelo Deportivo Cali/1963

JOSÉ VANILSON JULIÃO*

O médio pernambucano Nivardo Homero Lima Peixoto (Recife, 17/11/1939) na época não era tão desconhecido.

Começou a carreira no Santa Cruz/PE (1956/58), passou pelo Vasco da Gama (1962) e chegou ao Deportivo Cali da Colômbia (1963).

A diretoria não concordou com o segundo lugar conseguido no ano anterior e então resolve trocar, parcialmente, a escola Argentina pela brasileira. Chegaram oito jogadores (a maioria do futebol carioca):

Ary "Foca" Gonçalves (America), Homero Nivaldo Lima Peixoto (Vasco da Gama), o goleiro Miguel Ferreira de Lima (idem), Juarez Mansilha, Walter Méndez Tirizza, Antônio Cassiano, José Cetale (Botafogo de Futebol e Regatas) e Nilson Bruno.

Na folha de pagamento o húngaro Andrew Matte, que entrou apenas em oito jogos e converteu três gols, que Alex Gorayeb tinha visto nos Estados Unidos da América, mas não conseguiu se adaptar.

Foi o único jogador dessa nacionalidade que vestiu a camisa do quadro açucareiro em toda a sua história.

Além disso, Oscar López, antioqueno que tinha vestido a camisola do Once Caldas DAF e a da Seleção Colômbia;

Juan Ramírez Gallego (Millonarios); Victor Pipa Solarte (irmão de Álvaro); Luis Bermúdez, Fernando Telémaco Rengifo, León Reyes, Sigifredo Ortega, de divisões inferiores.

O reforçado alviverde Deportivo Cali conseguiu um terceiro lugar decoroso a apenas três pontos do campeão Millionarios e um só do vice-campeão, Independente de Santa Fé.

Na foto aparecem Miguel, Oscar, Nivaldo, Eugenio Casalli, Joaquin Sanchez, Juan Ramirez Gallego, Hernan Aços "Cuca", Bernardo, Valencia "Cunda", Antonio Cassiano (volante), que jogou no Sanjoanense, passou em Ribeirão Preto e veio do Bonsucesso.

 

FONTES/IMAGEM

Arquivo Futebol Profissional Colômbia

Deportivo Cali

Heróis da Bola

Kike da Bola

Memórias de Santiago de Cali

Mundo Millos

Súmulas Tchê

 

*Com rede social colombiana

Rara imagem com goleiro Miguel de Lima no exterior

Uma das três imagens encontradas com o goleiro Miguel Ferreira de Lima na Colômbia

José Ortiz Cetale: BFR

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A fotografia acima é uma raridade encontrada na rede. É uma das três do Deportivo Cali (Colômbia), em 1963, com o conhecido goleiro paraibano criado no Rio Grande do Norte. Miguel Ferreira de Lima.

Outros brasileiros haviam sido contratados pelo clube alviverde colombiano, alguns bem menos conhecidos, mas não é o caso do ex-botafoguense José Ortiz Cetale (último em pé), nascido e falecido em São Paulo/SP, 23/2/1939 – 21/7/2013).

Cetale, de descendência espanhola e italiana, foi reserva de Nilton Santos no “Glorioso”, sendo campeão carioca de aspirantes. Chegou no Rio de Janeiro, fez um jogo amistoso pelo America e se bandeou para o clube da “Estrela Solitária”.

Ainda atuou pelo Nacional, da capital, Esportivo de Guaratinguetá/SP, Bonsucesso e Olaria, no retorno do exterior. Ainda teve tempo de passar pelos Estados Unidos da América, no Toro Los Angeles e Chicago Spurs. Na mesma época de Miguel de Lima.

No blog, várias reportagens especiais com o arqueiro nascido em Pirpirituba (1937), um distrito do município de Guarabira que virou cidade, foram ilustradas com imagens dele em times amadores de Macaíba, na região metropolitana de Natal.

Assim como fotos dele no Alecrim Futebol Clube, da capital potiguar, em começo de carreira (1954). Como também no Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, pelo qual apareceu nas finais do "super super" campeonato carioca de 1958.

 

FONTES/IMAGEM

Revista do Esporte

Deportivo Cali

Datafogo

Mundo Botafogo

O Gol

Sport TV

Terceiro Tempo

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

'Pedro Malasombrado", do Sport para o ABC (III)

Sede do Ferroviário em 2014, localizada na Rua 21 de Abril, 721, no bairro de Afogados, na capital pernambucana

Arte do site "História do Futebol"

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Pedro Clodoaldo Falcão, de Itambé (Zona da Mata), após sair do Sport, lembra a passagem pelo ABC, sendo mais conhecido como “Pedrinho” – assim revelou para a única entrevista concedida para a imprensa – deste que pendurou as chuteiras no começo dos anos 40.

Foi a exclusiva fala ao repórter do Diário de Pernambuco (2 de março de 1980), portanto há quatro décadas, que o colocou com o nome de batismo na história do antepenúltimo título do deca-campeonato do ABC Futebol Clube, da capital do Rio Grande do Norte.

É preciso verificar como foi a estadia dele em Natal no primeiro semestre de 1939 para possibilitar o leitor se situar e ficar mais por dentro do detalhamento em resumo da inédita reportagem de 17 parágrafos do jornal da cadeia Associada no Recife.

Na última semana de março a delegação da Associação Atlética Great Western (Recife) – transformado em Ferroviário na segunda metade dos anos 50 - desembarca do vapor “Itanagé” para rápida temporada com o América e o ABC, na sexta-feira (24) e domingo (26).

Os “transviários” chegam pela manhã e jogam a tarde o primeiro amistoso interestadual no campo da ARA (Associação Norte-rio-grandense de Atletismo), como costuma escrever a imprensa sobre o estádio “Juvenal Lamartine”.

Com arbitragem do atacante pernambucano Hermes Marques de Amorim (craque do ABC) os visitantes marcam no primeiro tempo, ampliam no segundo e o alvirrubro desconta de penalidade máxima. “O jogo foi falho de técnica”, alertou A Ordem na seção “Desportos”.

A embaixada dos rapazes recifenses se encontravam hsopedados no Hotel Avenida. Foi esta anunciada formação da estreia: Neco, Zeca, Erasmo, Lourival, Bebé, Heleno, Beroni, Zuza, Badú, Frajola e Zé Pequeno.

Os americanos: Rossini, Matias, Aleixo, 81, Mossoró, Alírio, Cabo João (Acioli da Silva), Garibaldi, Betinho, Demóstenes César da Silva e Carreiro (não é o conhecido ponta carioca). A exceção do goleiro, do meia-esquerda e do “cabo”, os demais são reforços pernambucanos e dois paraibanos (Matias e Alírio).

O diário vespertino católico trata a partida contra o alvinegro como uma revanche. Em outubro do ano anterior o Great Western vence o ABC pela contagem mínima no tradicional “JL”. É esperada “vultosa multidão” para assistir o time local e os visitantes famosos.

ABC pré-escalado: Nenê (Domício Bezerra das Neves), Tarzan, Nezinho (capitão), Simão, Prazeres (pernambucano), Antonio Acácio do Nascimento, Soldado, Zé Maria, Xixico (o cearense Francisco Rodrigues dos Santos), Hermes e Pedro Clodoado Falcão.

No GT algumas modificações, inclusive de pernambucanos que jogaram pelo América. Soldado abre a contagem para o ABC, Zé Maria aumenta, Garibaldi desconta, de cabeça no final do primeiro tempo. Na etapa complementar Xixico faz o terceiro, Zuza diminuiu e o GT empata.

"Pedro Malasombrado", do Sport para o ABC (II)

Pedro Clodoaldo Falcão era reserva nesta equipe que conquistou o segundo título da década e da história do Clube Náutico Capibaribe. Na ocasião ele havia retornado do ABC de Natal

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Antes do resumo da entrevista de 17 parágrafos ao Diário de Pernambuco (2 de março de 1980) o repórter resolve fazer um apanhado geral da carreira do ponta-esquerda pernambucano Pedro Clodoaldo Falcão.

Mais conhecido como Pedro Clodoaldo, dentro de campo e pela imprensa, fez 33 gols pelo Sport Clube Recife entre 1935/39.

Marca o primeiro no Torneio Início: Sport 3 x 2 Encruzilhada (24 de março de 1935). Quatro deles em uma partida.

Os dois ultimos no jogo Sport 4 x 2 (3 de abril de 1938) pelo campeonato pernambucano.

Fica em nono lugar (3.301 votos) entre os 12 primeiros escolhidos, no concurso do jogador mais simpatizado, promoção do Jornal Pequeno.

O diário vespertino católico A Ordem, registra a participação de três a quatro partidas, no primeiro semestre de 1939 pelo ABC.

As escalações o identificam como “Pedro” em jogos pelo campeonato e interestaduais: Great Western (Recife) e Botafogo (João Pessoa).

Em agosto de 1939 a imprensa anuncia o contrato do ponta-esquerda Pedro Clodoaldo pelo Clube Náutico Capibaribe.

No qual permanece até 1941. E marca apenas seis vezes como “Pedro” (Fonte: Futebol 80).

No primeiro semestre deste ano, entre maio e a primeira semana de junho, participa da excursão para a Região Norte.

São quatro jogos (três derrotas e um empate): dois com o Paysandu e os demais contra a Tuna Luso e o Clube do Remo.

 

FONTES/IMAGEM 

Almanaque do Sport

A Ordem

Diário da Manhã

Diário de Pernambuco

Jornal do Recife

Jornal Pequeno

Futebol 80

Museu Virtual do Futebol

"Pedro Malasombrado", do Sport para o ABC (I)

Uma pena o site "Almanaque do Sport" não ter disponibilizado a escalação desta imagem com os campeões depois de um tri do Santa Cruz e um título do Náutico

JOSÉ VANILSON JULIÃO

No alto da página são duas fotografias, uma em cima, outra abaixo, em três colunas, na edição dominical do Diário de Pernambuco (2/3/1980).

A primeira legenda: - Recebido pelo seu “petit-comité” de apostadores, Pedro Mallassombrado revive os seus dias de glória.

A segunda: - Depois de uma bem sucedida cirurgia, Pedro Mallasombrado volta ao seu reduto falando de futebol.

Em seguida o título, em duas linhas, com o repetitivo apelido sugestivo: “Pedro Mallasombrado na recordação do passado.”

Dois anos e nove meses depois desta curiosa reportagem do jornal Associado vem o silêncio do singular personagem, antigo jogador de futebol dos anos 30.

A seção “Avisos e Editais” (página 20) do Diário de Pernambuco (domingo – 26/12/1982) dá publicidade a missa de sétimo dia de “Pedro Mallasombrado”.

Eunice Ferreira Falcão e Suzane Ferreira Falcão, esposa e filha, convidam para a cerimônia marcada para o dia 28/12/1982, 8 horas, na Igreja da Ordem Terceira do Carmo.

Na próxima reportagem a última entrevista do meia-atacante Pedro Clodoaldo Falcão, então com 67 anos, relembrando os tempos do Sport Clube Recife e do ABC de Natal.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Outro misterioso jogador pernambucano do América/RN

Aurinax Paulo dos Santos

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Ele tem número de identificação nos arquivos da Confederação Brasileira de Futebol. Mas a posição é não identificada.

Consta que vestiu a camisa rubro-negra do “Pássaro Preto”, como é chamado, devido a ave do escudo, o Íbis Sport Clube, do Recife.

E que passou, entre 1959/60, por dois alvirrubros de duas capitais nordestinas: os América (de Natal e Fortaleza).

Todas as procuras sobre maiores detalhes da carreira de Aurinax Paulo dos Santos (Recife, 14/4/1936 – João Pessoa, 1999) convergem, geralmente para uma única fonte.

O especializado site “Só Súmulas”, dedicado a fichas técnicas de jogos e minibiografias de jogadores, encaminham para os três clubes mencionados.

Nem um apelido é encontrado para facilitar a pesquisa. Os complementos de dados familiares vêm de um site de genealogia. Do qual é extraída a única imagem.

São genitores Francisco Paulo dos Santos (1910 – 1976) e Júlia Bezerra dos Santos (1915 – 1980). Irmãos: Asthianax (1933) e Aurineide (1940 – 1964).

Fora isso é encontrada na primeira metade dos anos 50 a menção de um Aurinax “Paixão” dos Santos em convocação para o serviço militar no jornal “Diário de Pernambuco”.

 

FONTES/IMAGEM

Diário de Pernambuco

Family Search

Súmulas Tchê 

O anfitrião dos jogadores potiguares na capital pernambucana (III)


ARTHUR PIERRE DOS SANTOS MEDEIROS

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A campanha do RN no campeonato de seleções estaduais (1934) é bastante rica de informações – antes, durante e depois – inclusive já tendo sido pano de fundo para reportagem inédita sobre a carreira do goleiro titular Domício Bezerra das Neves, o "Nenê", e merece abordagens dos bastidores e cobertura da imprensa.


A equipe da Associação Rio-grandense de Atletismo (ARA) – por isso a bandeira tricolor na conhecida fotografia – vence a Paraíba dia 7 de janeiro (4 x 1), Pernambuco dia 21 (4 x 2) e Ceará 31/1 (4 x 2), em jogos únicos no Recife, e decide a vaga para a semifinal com a Bahia em Salvador (4 de abril), quando perde de 5 a 3, gols de Pelágio (quatro), Raul, Xixico (Francisco Rodrigues dos Santos), Cabo João (João Acioli da Silva) e o mossoroense Glicério de Souza.

A equipe campeã regional é apelidada de “Seleção Fantasma do Nordeste” por uma simples razão: o Estado da Bahia ainda não fazia parte da região na configuração da divisão geográfica e política da época. Do grupo das unidades federativas Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. Piauí e Maranhão eram do “Meio-Norte”.

De volta ao Rio Grande do Norte, com passagem pela capital pernambucana, os jogadores recebem medalhas oferecidas pelo presidente do Centro Norte-rio-grandense, Godofredo Freire, e a maioria dos atletas, pertencentes ao ABC Futebol Clube, retornam no final do mês de abril ao Recife para confirmarem a fama conquistada no campeonato nacional de seleções.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

O anfitrião dos jogadores potiguares na capital pernambucana (II)

Esta imagem do selecionado da ARA foi publicada no "Jornal Pequeno" antes do jogo contra os cearenses no Recife. O terceiro, agachado, é Renato Teixeira da Mota, o "Neném", que jogou pelo Sport Recife em 1929 contra o Elvira do interior paulista durante excursão nordestina

ARTHUR PIERRE DOS SANTOS MEDEIROS

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O contabilista, comerciante, banqueiro, suplente de deputado estadual, tradutor de contos franceses e articulista de variedades na imprensa pernambucana, Godofredo Freire, está baseado no Recife desde 1920, quando começa os exames nos cursos superiores comerciais.

É nesta condição de bem assentado e adaptado na sociedade da maior capital nordestina de então, que o potiguar arregaça as mãos em favor do selecionado da Associação Rio-grandense de Futebol (ARA).

Quando da apresentação da Seleção do RN contra a seleção cearense no Estádio da Avenida Malaquias e consequente classificação para enfrentar na semifinal o time baiano em Salvador. E conclama os conterrâneos residentes nos principais jornais diários locais.

Após ser eliminado pelos baianos os potiguares vencem amistoso (3 x 0) contra o rubro-negro Sport Clube Recife. O Diário da Manhã registra que a demora do vapor “Itaité” no porto recifense foi o tempo suficiente para a realização do jogo.

O público comparece ao estádio da Avenida Malaquias (sexta-feira, 26/4/1934) e viu os gols do ponta-esquerda mossoroense Raimundo Canuto de Souza (primeiro tempo) e do centroavante Francisco Rodrigues dos Santos, o “Xixico” (dois).

A noite a colônia potiguar, a frente o presidente do Centro Norte-rio-grandense, Godofredo Freire, se despede da delegação com oferta de 17 medalhas.

No mesmo vapor, além dos rapazes do selecionado da Associação Riograndense de Atletismo (ARA), os jogadores da Associação Desportiva Cearense, do conhecido acronimo ADC, eliminados dias antes pelos norte-rio-grandenses.

 

FONTES/IMAGEM

A Província

Diário da Manhã

Diário de Pernambuco

Jornal do Recife

Jornal Pequeno

O anfitrião dos jogadores potiguares na capital pernambucana (I)

Godofredo Freire, de Arês

ARTHUR PIERRE DOS SANTOS MEDEIROS

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O leitor pode até estranhar a assinatura a quatro mãos – do editor e do colunista – assim tão de repente.

Mas existe uma lógica com o pormenor da tremenda coincidência sobre o levantamento de assunto, mesmo com diferença no espaço temporal.

O tema era o mesmo, com olhares diferentes, mas não conflitantes. Os amistosos de equipe potiguares no Recife e os personagens envolvidos.

Fora do gramado uma das personalidades é o comerciante norte-rio-grandense Godofredo Freire (Arês/RN, 15 de fevereiro de 1891 – Natal, 22 de agosto de 1977).

Era filho de Pedro Augusto Freire (1861 – 1918), com 30 anos no nascimento do garoto, e Isabel Alexandrina de Siqueira Cortez (1869 – 1942), com idade de 22.

Godofredo casa com Yvonne Koch em 1914, em Recife, pais de pelo menos um filho e duas filhas.

Foi intelectual ligado a José Augusto Bezerra de Medeiros. O escritor Luís da Câmara Cascudo chama-o de conterrâneo.

Em 1932, três anos antes da discussão com o jornalista pernambucano Mário Melo, era presidente do Centro Norte-Rio-Grandense do Recife.

Vice-diretor da Academia de Comércio de Pernambuco. Citado em trabalho acadêmico, da jornalista Vilma Farias Torres, com análise da entrevista do reitor Onofre Lopes ao programa Memória Viva da TV Universitária (canal cinco).

Argumentando que potiguar significava, preferencialmente, oriundo, procedente de camarão, Cascudo prontamente afirmou: “potiguar não é nome injurioso”.

Admitiu que também poderia ser traduzido como comedor de camarão, como o fizera Godofredo Freire e o aceitara Mário Melo, mas afirmou que “o desejaria [potiguar] apenas [como] procedente de camarão”.

Assim, afirmou Cascudo, escrever potiguar já não ofende o paladar dos meus conterrâneos...

 

FONTES/IMAGEM

Almanaque Laemmert

A Ordem

Diário da Manhã

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

O Poti

Family Search

 

Campanhas do América na Copa São Paulo Júnior

Garotada que viajou para a edição da "Copinha" em 2018 posa na competição estadual na "Arena das Dunas"

RESULTADOS

2001 – Grupo D

América 2 x 2 Joseense (4/1)

América 0 x 2 Mirassol (7/10

América 1 x 1 Sousa (10/1)

2002 – Grupo C

América 2 x 0 Paulistano (6/1)

América 0 x 2 Santos (9/1)

América 0 x 3 Bahia (13/1)

2003 – Grupo K

América 0 x 5 Corinthians (5/1)

América 2 x 5 Internacional (8/1)

América 2 x 0 Auto Esporte/PB (12/1)

2011 – Grupo E

América 0 x 2 Vasco da Gama (4/1)

América 3 x 0 Grêmio Osasco (7/1)

América 4 x 0 Linense (10/1)

América 0 x 5 Santos (15/1)*

2013 – Grupo R

América 1 x 4 Desportivo Brasil (6/1)

América 1 x 0 Avaí (9/1)

América 3 x 1 Atlético/GO (12/1)

2014 – Grupo G

América 0 x 2 Coritiba (5/1)

América 4 x 4 Novorizontino (8/1)

América 0 x 1 Villa Nova/MG (11/1)

2018 – Grupo 4

América 0 x 3 Santos (2/1)

América 0 x 2 Novorizontino (5/1)

América 0 x 1 Aliança/CE (8/1)

2019 – Grupo 30

América 0 x 1 Juventus (3/1)

América 1 x 2 Avaí (6/1)

América 3 x 4 Internacional/Limeira (9/1)

2023 – Grupo 6

América 2 x 3 Catanduva (3/1)

América 1 x 1 Avaí (6/1)

América 2 x 2 Ceilândia (9/1)

2024 – Grupo 17

América 0 x 0 Fast Clube (4/1)

América 1 x 2 Botafogo/SP (7/1)

América 3 x 2 SFERA (10/1)

2025 – Grupo 12

América 1 x 1 Operário/AC (3/1)

América 1 x 3 Juventude (6/1)

América 4 x 1 Comercial Tietê (9/1)*

América 0 x 4 São Paulo (12/1)

 

*Classificado: segunda fase.

 

FONTES

Tribuna do Norte

Avaí.com

Bola na Área

Datatrindade

Federação Internacional de Estatísticas de Futebol

Federação Paulista de Futebol

Futebol do Interior

Globo Esporte

Sofascore