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terça-feira, 30 de setembro de 2025

Cronista esportivo tira o goleiro do esquecimento (IV)

O goleiro paranaense Ivo Marçal de Araújo, sargento da Aeronáutica, agachado, foi um dos três titulares com mais participações após a saída do "Gerim" em 1956

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Com o fim da temporada de 1956 o mossoroense Jeronimo Felipe veste pela última vez a camisa do América/RN.

Jerim ou Gerim, corruptela como apelido para encurtar o nome, teve no currículo uma passagem pelo alviverde América do Recife lá por 1943.

Na época ou depois dele passaram vários goleiros, desde o baiano “Coveiro” e o carioca “Marujo”, aos potiguares Paulo Honório, “Chicão” e “Castilho”.

Mas titular após o “JF” somente o paranaense Ivo Araújo Marçal, o potiguar Cristóvão Azevedo de Souza e o macaibense Dinarte Xavier Soares (17 jogos).

Em 1959 aparece o rapazinho Severino Alves, o “Biro”, cuja naturalidade seria de Porto Alegre, a capital do outro Rio Grande, o do Sul.

Se não chegou a efetivo da camisa está na história como titular em cinco jogos do campeonato estadual. Entre setembro/novembro de 1959 (veja abaixo).

Na conta um amistoso com o América “sparring” do selecionado potiguar em preparativo para enfrentar o Distrito Federal (Rio de Janeiro ou seleção carioca).

Jogo pela semifinal do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.

Vitória da seleção: 4 x 1 (quarta-feira – 6/1/1960). Entra no decorrer da partida no lugar do titular Cristóvão.

 

JOGOS OFICIAIS

América 2 x 5 Riachuelo (domingo – 27/9/1959)

América 3 x 2 Santa Cruz (sábado – 3/10/1959)

América 7 x 0 Alecrim (quarta-feira – 14/10/1959)

América 2 x 2 Riachuelo (domingo – 25/10/1959)

América 1 x 4 ABC (quarta-feira – 11/11/1959)

 

Colunista esportivo tira o goleiro do esquecimento (III)

“Tradicional reunião na esquina da Rua São João de Deus,
no bairro das Rocas: Ivanildo, Djalma, Bosco, Vicente, Otami,
Biro (sentado) e Luiz Leite”/Álbum de Família

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O repórter já havia localizado o nome de batismo, a data de nascimento e a naturalidade do personagem para constar os dados na ficha do atleta em levantamento dos jogadores do América/RN desde a fundação (1915).

Mas foi o artigo do jornalista Rubens Manoel Lemos Filho na coluna da Tribuna do Norte, neste sábado/domingo, “Alecrim, esperança” como título, que detonou a série sobre o goleiro Severino Alves, apelidado de “Biro”.

Além das passagens pelo América e Clube Atlético Potiguar, com o rubro-negro numa decisão com o ABC pela primeira vez na história (1962), nada mais o redator havia procurado para compor o currículo do jogador.

Com o artigo de Rubinho o repórter foi obrigado a acrescentar algo mais da carreira do Severino.

Que aparece pela primeira vez com a camisa número um do Atlético/RN no Torneio Brasília em abril/maio de 1960.

Participações, por ordem alfabética, do ABC, Alecrim, Atlético, Riachuelo e Santa Cruz Esporte e Cultura.

O América havia se licenciado em março e o primeiro Globo ainda não estava regularizado com a filiação na Federação.

A competição homenageia a recém inaugurada capital federal no Planalto Central (Região Centro-Oeste).

Exceto o artigo de “Rubinho” ocorre outra coincidência durante o levantamento: o aparecimento em rede social da imagem acima com legenda explicativa.

 

FONTES

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Arquivos de Futebol do Brasil

Acervo Otamir de Oliveira Porpino

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Colunista esportivo tira o goleiro do esquecimento (II)

Atlético (1961/62): Carlinhos, Canindé, Osiel, Gilvan, Chicó, Biro, Jarian, Miro “Cara de Jaca”, Papagaio, Piaba, Paulo Tubarão e Aloísio

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O colunista da Tribuna do Norte, Rubens Lemos Filho, lembrou o goleiro “Biro” pela campanha do Alecrim no vice-campeonato estadual (1965), como paralelo da equipe esmeraldina, prestes a iniciar pela segunda divisão, a busca do retorno para a elite do futebol potiguar.

O jornalista Rubens Lemos Filho faz um resumo histórico das campanhas do primeiro bicampeonato alecrinense (1963/64) e cita como esteios na defesa, respectivamente, os goleiros Sansão e Manoelzinho. Curiosamente com duas vitórias de 3 a 1 em cada decisão com o ABC.

Em seguida cita o ‘Biro” (Severino) como o irregular arqueiro da campanha de 1965, quando perde a chance do tri para o alvinegro, numa empolgante série final de cinco partidas entre os ganhadores de turnos. Com a última 0 x 2 em favor do “Mais Querido”.

O nosso herói Severino Alves, nascido em 6 de junho de 1941, havia saído do América para o Atlético em 1960, permanece até 1962, quando é vice-campeão estadual com o ABC campeão. Depois tem rápida passagem pelo interior cearense e no retorno para Natal ingressa no Alecrim.

 

TIMES DE 1965

Alecrim: Biro, Ivo, Orlando, Berilo de Castro, Jácio Salomão, Hélio, João Paulo, Petinha, Oziel Lago, Paulo Geladeira e Capiba.

ABC: Erivan, Papagaio, Piaba, Gaspar, Otávio, Amigo, Caçote, Rômulo Dias, Macrino, Dão e Burunga.

 

FONTES

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Blog No Ataque

Acervo José Ribamar Cavalcante

Colunista esportivo tira o goleiro do esquecimento (I)

Rubens Lemos Filho lembra mais um
personagem do futebol romântico

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O redator já comentou aqui que o jornalista Rubens Lemos Filho resgatou o goleiro Eros Paulo com apenas um jogo pelo ABC na primeira metade dos anos 50.

Feito ocorrido no livro “Juvenal Lamartine – Primeiro Estádio – Minha Versão”, com 61 capítulos em 480 páginas, lançado em 2022, sendo a sexta obra de literatura esportiva do autor.

Agora ele faz o mesmo com o arqueiro "Biro", que apareceu no América em 1959 e foi vice-campeão estadual pelo Clube Atlético Potiguar (1962) e Alecrim (1965).

Eros (ou Erus?) começou a aparecer em 1949 nos campeonatos de base internos no campo do América, da Rua Campos Sales. Faz até uma preliminar de um amistoso do Sport Recife.

Como personagem paralelo Eros Paulo é citado seis vezes neste blog numa série de reportagens sobre o goleiro Miguel Ferreira de Lima.

Já Lima, paraibano, foi criado entre o Distrito de Pirpirituba (depois emancipado), município de Guarabira, e as cidades potiguares de São José de Campestre e Macaíba (região metropolitana de Natal).

Miguel, cria do Cruzeiro macaibense, saído do Alecrim (1955), foi campeão carioca pelo Vasco da Gama (1958), no super campeonato decidido em triangular (turno e returno) contra o Flamengo e o Botafogo.

"Biro" – de batismo Severino – tem como berço da bola as Rocas. É pelo Racing do bairro, após rápida pelo Riachuelo (1966), que participa pela última vez do campeonato estadual (1969).

O resgate é feito pelo Rubinho na coluna da Tribuna do Norte deste domingo (28) com o título “Alecrim, esperança”.

A história do centromédio Claudecino no Riachuelo (II)

Com esta base o "Galo" empatou com o RAC no "Presidente Vargas" em Campina Grande/Paraíba

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Depois do amistoso com o Clube Náutico Capibaribe (Recife), no “Juvenal Lamartine” (13/8/1961), o Riachuelo enfrenta o Treze de Campina Grande (3 x 3) no Estádio Presidente Vargas (quarta-feira – 11/10).

Pela primeira vez o médio Claudecino Martins da Silva entra em campo, no decorrer da partida no lugar de Clodoaldo, um dos irmãos do lateral-direito e esquerdo Francisco das Chagas Marinho, revelado pelo RAC e contratado pelo ABC.

- Gostei do time e acho que rendeu o esperado. Claudecino, como quarto-zagueiro andou algo perdido, mas na armação esteve bem e vai melhorar mais ainda, disse o tenente Oliveira ao "Diário de Natal" (sexta-feira 13).

O segundo jogo amigável com a participação do novato Claudecino no “JL” (domingo – 25/2/1962), com vitória (0 x 2) do Campinense Clube.

Três dias depois a primeira participação em campeonato estadual: 1 x 1 Alecrim (quarta-feira – 28/2/1962). Entra com bola rolando em substituição ao Rubens.

O último também pelo campeonato potiguar: 2 x 2 Clube Atlético Potiguar (13/3/1963). Total de jogos oficiais: 12!

A história do centromédio Claudecino no Riachuelo (I)

Desta equipe "Timbu" de 1960 jogam contra o RAC o goleiro Valdemar, o lateral Hemilton (com "E" mesmo) e o atacante Tião

Deputado federal/PTB-RN C. C.  da Motta

JOSÉ VANILSON JULIÃO

No treino apronto do Riachuelo Atlético Clube (RAC) os titulares vencem os reservas ou aspirantes (4 x 0) com a grata surpresa do centromédio Claudecino Martins da Silva.

Após a prática o treinador Valdemiro Campos falou ao Diário de Natal (sábado – 12/8/1961): - Há chance de estrear caso apresente condições psicológicas satisfatórias.

Escreveu o redator: “O médio Claudecino está há pouco mais de duas semanas em Natal, realizou dois treinos e agradou em ambos. Ontem à tarde, após brilhar nos 45 minutos iniciais, foi aproveitado no time de cima, reforçando grandemente aquele setor, E poderá entrar de saída no amistoso do domingo (13).

Convidado o deputado federal do Partido Trabalhista Brasileiro, Clóvis Coutinho da Motta (Campina Grande/PB, 21/6/1928 - São Paulo, 9/1/1979), deu o pontapé inicial do encontro dominical no Estádio Juvenal Lamartine (Tirol).

Sob o olhar do árbitro pernambucano componente da delegação visitante, José Amaro Dutra (com direito a foto no DN), auxiliado por Francisco Menezes e Raimundo Harry Costa Ramos (ex-zagueiro do ABC e América).

Com preliminar pelo campeonato estadual juvenil: Clube Atlético Potiguar 3 x 0 Ferroviário Esporte Clube. Renda: Cr$ 301.620,00. E a foto do alvirrubro do Recife, vencedor da partida (2 x 1) – Tião 8, Zé Maria 44 e Abílio 20/2 – com a seguinte legenda:

- O Náutico (do treinador pernambucano com carreira no Rio de Janeiro: Gentil Cardoso) confirmou se mesmo um time de bons valores individuais, mas apenas regular no conjunto. Dos chamados “cobras” apenas quatro agradaram, os demais são comuns, como os nossos.

RAC: Pompéia (Vitalino), Geraldinho, Bililiu, Joel, Clodoaldo, Pádua, Messias (Adalberto), Reis Lima, Zé Maria (Miguel), Aroni e Lula. Náutico: Valdemar, Paulinho, Mucio, Hemilton, Gilson, Clóvis, Tião, Fernando II, Valter Prado (Abílio), Ênio e Mainha (Elias).

Nota-se que o personagem, Claudecino Martins da Silva, nome de batismo revelado em rede social e divulgado com exclusividade pelo JORNAL DA GRANDE NATAL na coluna RODAPÉ DE PÁGINA, não entrou em campo pela primeira vez, como ventilado.

 

FONTES/IMAGENS

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Anotando Futebol

Arquivos do Futebol do Brasil

Assembleia Legislativa/RN

Câmara dos Deputados

Corpo de Bombeiros Militar/RN

História do Futebol

Jornal da Grande Natal

Diogo, Júlio Bovi; Trindade, Marcos Avelino e Júnior, Rodolfo Pedro Stella – “Histórico do Riachuelo no Campeonato Potiguar (1948 – 1993”

domingo, 28 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (X)

Sede do Banco do Rio Grande do Norte, esquina das avenidas Duque de Caxias e Tavares de Lyra, na Ribeira, construído em 1939

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Em oito anos (1935/43) as quatro notícias mais importantes fora do âmbito esportivo, envolvendo o personagem após o retorno de Mossoró, referem-se as atividades profissionais.

Após cinco anos a frente da representação da empresa de seguros italiana ele entrega a função ao ser nomeado contador do Departamento dos Municípios.

O diário vespertino católico A Ordem (quarta-feira – 18/9/1940) publica comunicado “À Praça”.

A Companhia Adriática (fundada em 1833) informa aos segurados e amigos que o antigo agente geral para o Estado do Rio Grande do Norte, por motivos de particular interesse, renunciou ao cargo.

Ao mesmo tempo indica como agente a firma João Câmara & Irmãos, com escritório na Rua Frei Miguelinho, 112, Bairro da Ribeira (17/9).

Assina o inspetor e organizador de agencias da direção geral no Brasil. José Sarmento, com firma reconhecida pelo tabelião Antônio Antídio de Azevedo.

A Ordem (quarta-feira – 21/7/1943): “A nova diretoria do Banco do Rio Grande do Norte”. Deixam a presidência o caicoense Enico Monteiro e a gerencia Oscar Vilar de Melo

No sábado (17) anterior a assembleia de acionistas elege João Osman da Silva e Sólon Rufino Aranha pela renúncia dos ocupantes dos cargos.

Os novos diretores foram empossados na segunda-feira (19) pelo presidente interino Manoel Cavalcanti Moura e pelo contador Manoel Raimundo de Aguiar.

No segundo semestre de 1946 participa como tesoureiro da diretoria do Aero Clube do Rio Grande do Norte.

O coordenador de festinha na cúpula da CBF

Vice da CBF: José Vanildo da Silva

RODAPÉ DE PÁGINA

Coluna semanal

(José Vanilson Julião)

1 – O presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol e vice-presidente da CBF, o potiguar José Vanildo da Silva, é mencionado sete vezes no "Diário de Natal" nos anos 70.

Primeiro é suplente de mesário na eleição de 1970 na terceira zona eleitoral: numa sessão do Grupo Escolar Doutor Manoel Dantas, na Rua Alberto Maranhão (esquina do Jardim Tirol);

depois na lista dos candidatos aprovados no vestibular para o curso de Direito (UFRN) em janeiro de 1973.

Em seguida como como coordenador da “I Festa da Scheelita” (no tempo do minerador Raul Capitão), em Lages/RN do Cabugi, entrega convite ao colunista Paulo Macedo (agosto de 1974).

É componente de chapa do Riachuelo Atlético Clube (RAC) numa eleição para a diretoria da Federação de Voleibol (1978). Nomes: Gino Morelli (presidente), Carlos Maia (vice), Djanirito de Souza Moura, Ivan Benigno, Marcos Maranhão, Elias Villaça, José Vanildo da Silva, Caio Graco Pereira de Paula e Valdimir Dantas (TJD).

E por último defensor do Força e Luz, contratado por Ranilson Cristino, numa pendência de pontos perdidos para o rubro-negro Clube Atlético Potiguar (CAP), no campeonato estadual. O presidente da FNF era Rui Soares como sucessor do capitão Cícero Almeida (1979).

2 – A parceria da Marcos Lopes TV com a rádio FM 98 começa a entrar em campo na primeira senana de outubro. A equipe é a mesma. De novidade o acréscimo do jornalista Leonardo “Léo” Félix, remanescente da emissora.

3 – Apelido super curioso: o jogador “Peixe Frito” aparece primeiro no jornal diário matutino católico A ORDEM (1946) como integrante de um escrete suburbano.

Depois no DIÁRIO DE NATAL em clubes amadores – Sport Club, Mauá e Cruzeiro do Sul. E na temporada de 1951 surge no elenco do Potiguar (distrito de Parnamirim) no campeonato estadual.

4 – A coluna é dominical. Mas já saiu em edição extraordinária, antecipada para um sábado, e numa quarta-feira, na semana passada, por questão de urgência ou estratégia e atualidade de alguma nota. Como foi o caso da movimentação na mídia esportiva.

sábado, 27 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (IX)

O escritório da agência de seguros ficava no térreo da Livraria Cosmopolita na Ribeira

Centro Náutico Potengi/CNP: Rua Chile 38

Sólon Rufino Aranha agenciador de seguros de companhia italiana e eleito para a diretoria do Centro Náutico Potengi

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Com o amadurecimento esportivo o personagem passa a integrar-se em outras atividades. A Ordem (sexta-feira – 4/10/1935) divulga uma pequena lista de 18 pessoas que enviam auxílios para a construção do Colégio Nossa senhora das Neves. Sólon Rufino Aranha entre elas.

No mesmo mês, numa sexta-feira (26), pequena nota no diário vespertino católico divulga uma nova atividade profissional de Sólon Aranha, quando passa a representante de uma empresa de seguros com cem anos de atividade. A Companhia Adriática, fundada em Trieste, Itália, a 9 de maio de 1833.

A empresa italiana trabalha com seguros contra fogo, marítimo, ferroviário, acidentes pessoas, responsabilidade civil e seguro de vida. Não é mera coincidência: o escritório da agência no andar térreo do prédio da Rua Doutor Barata, 172, no bairro da Ribeira. O mesmo da Livraria Cosmopolita, do pai, o paraibano Fortunato Rufino Aranha.

Em meio aos afazeres cotidianos e profissionais Sólon Aranha ainda encontra tempo para ocupar um cargo na recém eleita diretoria do Centro Náutico Potengi (A Ordem – 19/11/1935). O impresso divulga comunicado (24/10) sobre a eleição (22/9 e 6/10) e posse da nova direção.

Diretoria de honra (reeleita) – Francisco Ivo Cavalcante (presidente), Aníbal Calmon Costa (vice) e Luís Potiguar Fernandes (orador) – um fundador do ABC. Diretoria efetiva (reeleita): Severino Ferreira Viana (presidente), Sólon Aranha (vice), Rivaldo Vieira de Melo (secretário), Edmundo de Melo Lima (segundo-secretário), Adriano Rocha (tesoureiro), Astrogildo Segundo (diretor de regatas) e Cirilo Maia Moura (vice de regatas).

Comissão Fiscal: Lucílio Leite, João Bezerra de Melo e João Paulino de Albuquerque. Suplentes: Othon de Oliveira, Arlindo Aurélio de Miranda e Dante de Melo Lima.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (VIII)

Vicente Neto no time do "Centro"

Sólon Rufino Aranha, fundador, e Vicente Farache Neto, treinador, juntos em festival de futebol filantrópico em favor do orfanato

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Com o retorno de Mossoró e a inclusão na atividade náutica no centenário da Independência (1922) a pesquisa dá um salto de pouco mais de uma década, quando A Ordem (domingo – 25/8/1935) situa o múltiplo Sólon Rufino Aranha no festival filantrópico de futebol em benefício do orfanato “Padre João Maria”.

A programa esportiva dominical no tradicional Estádio Juvenal Lamartine, na Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, começa às 15 horas com o jogo entre “veteranos estaduais, interestaduais e internacionais”, arbitrado por Doria Correia.

Com os times patrocinados pela Associação Feminina de Atletismo (AFA) e pelo “Centro Sportivo Natalense”, aquele mesmo tricolor fundado em 1918, transformado em rubro-negro Clube Atlético Potiguar (CAP) no começo dos anos 40.

Entre titulares e reservas nomes bem conhecidos: Abel Viana (ex-goleiro americano), Heraclio “Tolaco” Fernandes” (antigo atleta alvirrubro), Francisco Canuto (outro dos irmãos Canuto do América) e Aristófanes Trindade (diretor do Santa Cruz/PE e fundador do homônimo potiguar).

Mais: Campista, Alzir Leal, os irmãos Antônio e Vicente Farache Neto (ex-jogador e treinador alvinegro), Arhur Martins, Álvaro Pires (antigo jogador abecedista), Joseph Brown, Aguinaldo Vasconcelos, Eric Gordon (vice-cônsul inglês) e Eneas Reis (fundador do ABC).

O pessoal de apoio – árbitros, cronometristas, médicos, enfermeiros, padioleiros, com reservas e substitutos – entre outros, Odilon de Amorim Garcia, João Tinoco, José Pinto Júnior, Floriano de Sá Peixoto, Aparício Martins, Sólon Rufino Aranha e José Carlos Leite (dentista).

O redator do jornal diário vespertino católico até tira uma onda: - Com todos esses aparatos não haverá jogo violento... O segundo e principal partida, amistoso, envolve “as adestradas esquadras” do ABC e América. Em disputa 15 medalhas oferecidas pela comissão julgadora.

RESULTADOS

Na edição da terça-feira (27) o impresso diz que os antigos jogadores se saíram muito bem até o cansaço natural, ironiza, aparecer. Termina empatado “AFA” 4 x 4 “Centro”. Na principal ABC 8 x 0 América. Isso mesmo...!

Saudosismo não é mais do campeonato estadual


BONDE DO BARBA (25/9/2025)

Torcedores de ABC e América vivem do passado e sofrem do presente

 

Marcos Lopes

Narrador esportivo

 

"Sempre que encontro com torcedores de ABC e América, ouço as mesmas lamentações e recordações de um passado distante, muito mais pelo abismo que se abriu no futebol, do que pelo calendário.

Ouço dos torcedores coisas do tipo ” eu era criança mas lembro da sua narração do acesso do América para a Série A no Mineirão lotado” ou ” essa semana estava relembrando o acesso do ABC de 2010 e o título Brasileiro” e assim, o torcedor vai se alimentando do passado e das conquistas do século passado.

E não falta também, uma pergunta terrível: ” quando é que ABC e América voltarão a nos dar alegrias”.

Respondo com tristeza que não sei, que o meu desejo é uma coisa, mas a realidade é outra bem diferente, que os dois tem um longo e tenebroso caminho para a saída e principalmente para a manutenção fora do inferno da Série D, onde segundo o saudoso José Vasconcelos da Rocha, “não se joga, se cumpre sentença”. O ex-presidente do América tinha total e absoluta razão.

E cada ano que passa a coisa torna-se mais e mais complicada. O abismo do futebol, colocou o Rio Grande do Norte no patamar do Piauí e do Maranhão, e longe muito longe, de Pernambuco e mais longe ainda, do futebol cearense, hoje um objetivo inimaginável, quando se pensa em Ceará e Fortaleza. E ainda tem o Bahia, uma potência muito longe da gente. Que pena!

Diferente do que muitos dizem por aí, não foram os adversários de ABC e América que melhoraram tanto, mas sim a dupla potiguar, que caiu demais, e não estou falando de Ceará, Fortaleza ou Bahia.

Hoje, ninguém mais vem a Natal respeitando ABC e América, que nada! Os dois, ABC e América aceitam pressão de times inferiores tecnicamente, não fazem por merecer as torcidas que tem, não sabem mais usar o fator local.

Vejam que na Série C deste 2025, o ABC tinha medo de jogar no Frasqueirão, jogadores “tremiam a perna” jogando para 3 mil torcedores, e aí minha gente, o adversário deita e rola.

E o América para não ficar atrás, parece que desaprendeu a jogar na Arena das Dunas, a mais bonita do Brasil..."

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (VII)

Panorama do rio quase nada mudou desde que o marco português de 1501 

No retorno de Mossoró o incansável Sólon Rufino Aranha participa de regata em Natal

JOSÉ VANILSON JULIÃO

É certo que nos dois primeiros meses de 1921 o jovem recém casado Sólon Rufino Aranha se encontrava em Mossoró. Mas no segundo semestre do ano seguinte está em Natal.

A prova da permanência na capital vem da participação pelo rubro-negro Sport Clube de Natal da regata no Rio Potengi em comemoração ao centenário da Independência. Conforme reportagem especial do semanário dominical O Poti (12 de setembro de 1965).

O texto é encimado com uma imagem e a seguinte legenda: “EVOCAÇÃO – Na reportagem assinada por Erildo L’Eraistre Monteiro o remo é evocado, hoje, muito justamente, numa época em que o Centro e o Sport festejam o jubileu de ouro. A reportagem focaliza a regata do ano de 1922, vendo-se na foto os heróis daquela época aparecendo autoridades, inclusive o governador Antônio de Souza."

Segue: “O REMO NATALENSE NO SEU APOGEU DE OUTRORA: Regata da Independência foi marco social na cidade e medalhas aos vencedores eram cunhadas em ouro.” Com os complementos: 1) Regata de 1922 ficou na história do remo; 2) O “soçaite” de outrora prestigiava as competições.

E quem está no primeiro páreo pelo alvinegro Centro Náutico Potengi (CEP)? Sólon Rufino Aranha. Ao lado do remador Luiz Rebouças e o “patrão” Ivo Neto. Com a especialidade em disputa de iole com dois remos. A embarcação “Gaivota” contra a “República” do Sport, cuja tripulação conta com Arari de Brito e Silva, fundador de clubes de futebol, notabilizado em crônicas do escritor paulistano Mario de Andrade em visita ao RN (1929), e falecido no Rio de Janeiro como funcionário da fazenda nacional.

Condição que o faz ser apontado, anos depois, em depoimento do falecido magistrado e político Gil Soares de Araújo “Remo natalense até 1930” em O Poti (11 de setembro de 1983). Ao lado de outros renomados remadores:

João Alves de Melo (fotógrafo na Ribeira), Edgar Homem de Siqueira (presidente do América), Silvino Lamartine (jogador americano), Heráclio Fernandes (“Tolaco”: outro atleta alvirrubro), Lupércio Calixto, Clodoaldo Baker, Francisco de Paula Melo (“Canela de Ferro”), Dewett Nóbrega, Joaquim Mavignier de Noronha (grifo nosso. Gravem o nome) e Ricardo Severiano da Cruz...

 

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

O Mossoroense

O Poti

Sport Clube de Natal

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (VI)

O casarão do coronel Avelino
Freire foi a base da reunião
para fundação do ABC com a
participação de Sólon Aranha e
coleguinhas adolescentes

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O redator suspeita que o alvinegro do distrito e vila de Areia Branca não teve continuidade e por isso o recém casado Sólon Rufino Aranha pode muito bem ter transportado a ideia para a sede municipal.

Para não esticar muito a corda do pioneirismo no futebol mossoroense – assunto variado, longo, divertido e interessante – que pode ser destrinchado mais adiante, momentaneamente encerramos o tema.

O personagem ainda aparece em nota como presidente do Ypiranga, da sede municipal, convocado como árbitro do jogo contra o “Centro Sportivo Mossoroense”. A data não é disponível, mas a edição é: 623! (começo de 1921).

Aranha, falecido aos 84 no Rio de Janeiro, fora se tratar de uma doença, era filho do paraibano e livreiro Fortunato Rufino Aranha (36 anos no nascimento do menino), e Bernardina Olindina D'Oliveira Castro (37)

Gera dois filhos e uma filha com Stella Soares de Miranda, filha de Antero de Miranda (com 35 no nascimento da menina) e Francisca Mafalda de Miranda (com a idade de 31):

Murilo (1923 – 1977) e João Batista de Miranda Aranha (Natal, 24/6/1924 – Rio de Janeiro, 9/8/2007), falecido aos 83 anos, e Teresa de Jesus (1928).

O necrológio na coluna social do jornalista Paulo Macedo, no Diário de Natal (1983), esclareceu, inicialmente, a percepção e a dúvida suscitada pela rara fotografia do Centro Esportivo Mossoroense, objeto inicial da sequência.