“Charanga do Mota: com o Potiguar, onde ele estiver” (QUARTA PARTE)
Rogério Bastos
Cadengue
Diário de Natal
(segunda-feira, 7/6/1976)
HOMEM COMUM
“A saudade, as amizades e o amor ao time
foram maiores e tive que voltar. Era ali que estavam meus amigos”, confessa,
hoje, Mota.
O cidadão Antônio Mota da Silva é durante
a semana é o que se pode chamar de um homem comum. Casado há 36 anos, tem seis
filhos, entre eles um famoso em Mossoró: Carestia.
Durante as semanas exerce suas duas funções.
A primeira difícil de se encontrar hoje em dia nas grandes cidades: a de
marchante ambulante. Um saco ás costas, vai vendendo nas casas de seus
tradicionais fregueses, o filé, a chã de dentro ou a costela de carneiro.
À medida em que trabalha aproveita para
falar, discutir e criticar as atitudes dos treinadores e jogadores (como falou
mal da época de Felizardo, quando seu Potiguar quase se acaba).
Nestas horas acerta também com os
torcedores da equipe “Príncipe mossoroense” sobre a possível ajuda financeira,
pois sem essa ajuda torna-se quase impossível levar uma charanga a campo com 15
músicos, os melhores de Mossoró, faz questão de afirmar.
Quando não está vendendo sua carne, nem
torcendo pelo Potiguar, Mota pode ser encontrado em Fortaleza, Natal ou Areia Branca
preparando churrascos, pois, segundo ele, “sou afamado como churrasqueiro”.
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