BONDE DO BARBA (25/9/2025)
Torcedores de ABC e América vivem do passado e sofrem
do presente
Marcos Lopes
Narrador esportivo
"Sempre que encontro com torcedores de ABC e
América, ouço as mesmas lamentações e recordações de um passado distante, muito
mais pelo abismo que se abriu no futebol, do que pelo calendário.
Ouço dos torcedores coisas do tipo ” eu era criança
mas lembro da sua narração do acesso do América para a Série A no Mineirão
lotado” ou ” essa semana estava relembrando o acesso do ABC de 2010 e o título
Brasileiro” e assim, o torcedor vai se alimentando do passado e das conquistas
do século passado.
E não falta também, uma pergunta terrível: ” quando é
que ABC e América voltarão a nos dar alegrias”.
Respondo com tristeza que não sei, que o meu desejo é
uma coisa, mas a realidade é outra bem diferente, que os dois tem um longo e
tenebroso caminho para a saída e principalmente para a manutenção fora do
inferno da Série D, onde segundo o saudoso José Vasconcelos da Rocha, “não se
joga, se cumpre sentença”. O ex-presidente do América tinha total e absoluta
razão.
E cada ano que passa a coisa torna-se mais e mais
complicada. O abismo do futebol, colocou o Rio Grande do Norte no patamar do
Piauí e do Maranhão, e longe muito longe, de Pernambuco e mais longe ainda, do
futebol cearense, hoje um objetivo inimaginável, quando se pensa em Ceará e
Fortaleza. E ainda tem o Bahia, uma potência muito longe da gente. Que pena!
Diferente do que muitos dizem por aí, não foram os
adversários de ABC e América que melhoraram tanto, mas sim a dupla potiguar,
que caiu demais, e não estou falando de Ceará, Fortaleza ou Bahia.
Hoje, ninguém mais vem a Natal respeitando ABC e
América, que nada! Os dois, ABC e América aceitam pressão de times inferiores
tecnicamente, não fazem por merecer as torcidas que tem, não sabem mais usar o
fator local.
Vejam que na Série C deste 2025, o ABC tinha medo de
jogar no Frasqueirão, jogadores “tremiam a perna” jogando para 3 mil
torcedores, e aí minha gente, o adversário deita e rola.
E o América para não ficar atrás, parece que
desaprendeu a jogar na Arena das Dunas, a mais bonita do Brasil..."
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