JOSÉ VANILSON JULIÃO
Novamente o repórter usa o expediente de aproveitar uma frase com aspas – referente ao título de mais uma reportagem do Diário de
Natal – para dar sequência a outra abordagem da imprensa em que aparece o
atacante Antônio Mota da Silva Filho, o “Carestia”.
Agora, ao invés de servir como abertura do
texto principal, é usada como título de outra reportagem da série em que
aparecem personagens secundários, coadjuvantes e paralelos ao principal, o
jogador filho do líder da charanga da torcida do Potiguar de Mossoró, Mota,
pai.
A reportagem – edição da quarta-feira (7 de
outubro de 1970) – ocupa quase toda a metade abaixo da página com uma fotografia
e sete parágrafos sobre o futebol mossoroense dos anos 30/60, período de maior incidência
de aparecimento de craques exportados para os grandes centros, incluindo Recife
e Rio de Janeiro.
Das oito colunas do espelho a reportagem é
ilustrada com uma imensa fotografia em cinco colunas do Estádio Manoel Leonardo
Nogueira (inaugurado em 1967) com a seguinte legenda em duas linhas: - Um
grande estádio para um futebol que dá um passo diante, outro atrás. Nasceu pelo
esforço de Manoel Leonardo, porém os que ficaram não estão sabendo aproveitar a
obra.
O texto, não assinado, cobre a imagem na parte
superior e ladeia de cima abaixo a direita da página. E começa com um certo
menosprezo e empáfia assim: “Quem deu José Mendonça dos Santos (Dequinha), Jorge
Tavares de Morais (irmão de Tidão) e Zé Leão Arset de Moura não pode – hoje –
dar Carestia, Arranha e João Pelé. O desabafo é de um mossoroense saudosista,
membro da família Canuto, a mesma que contribuiu para a famosa “Seleção
Fantasma do Nordeste” (1934).”
E segue: - Entre os 11 craques que foram a
Bahia (semifinais) estavam os irmãos Heméterio (preso no ano seguinte suspeito
de envolvimento na Intentona Comunista), centromédio, e Raimundo, ponta-esquerda
chute violentíssimo, ambos do América de Natal, cuja família ainda deu o
zagueiro americano José Canuto de Souza, depois dirigente de clube amador
suburbano e do Tração da Rede Ferroviário, que deu origem ao tricolor Ferroviário
de Natal dos anos 60/70.
E aparecem os nomes não necessariamente pela ordem
de revelações dos clubes mossoroenses: no América do Recife Julinho (Júlio
Jesum de Carvalho), Francisco Valeriano de Almeida (América pernambucano e do
América carioca), Bira (Fortaleza, Ceará, Ferroviário, Sport Recife e
Portugal), João Tavares de Morais (Tidão), Jeronimo Felipe (Gerim) e José Augusto
(goleiros) e o ponta-direita Juarez (Francisco Almeida de batismo e dos Canuto
com passagem pelo ABC, América/RN e Calouros do Ar de Fortaleza).
Gente da época do campinho da Limitada e da Rua
Benjamin Constant até o aparecimento do “Nogueirão”.
Muitos desses craques, o leitor pode até verificar, já foram alvos de reportagens isoladas ou séries especiais e inéditas deste JORNAL DA GRANDE NATAL.
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