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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O quinto jogador americano da família Canuto (V)

"Lelé" como treinador do
juvenil americano na segunda
metade dos anos cinquenta

JOS
É VANILSON JULIÃO

Somente depois dos amistosos contra o Estrela do Mar (4 x 0) e selecionado das Quintas (2 x 1) - preliminares de jogos promovidos pelo ABC e Alecrim é que o treinador interino, José Luiz Galvão ("Lelé"), escala pela primeira vez o meia-atacante Creso Guanabara de Souza, 24 anos, já um veterano depois de aparecer no antigo Globo e ser campeão estadual no primeiro título do Alecrim (1963).

Creso estreia no América Futebol Clube com derrota pela contagem mínima, pela primeira vez em jogo isolado (domingo 27 de fevereiro de 1966, no Estádio Juvenal Lamartine, com o Ideal do Bairro de Petrópolis (Zona Leste de Natal).

Daí em diante entra em mais duas partidas nos preparativos para o campeonato estadual no retorno do licenciamento. Contra o Real Madrid do Baldo (4 x 1), dia 6 de março, preliminar de ABC 3 x 3 Central de Caruaru (Pernambuco).

E no primeiro amistoso fora da capital, frente o selecionado de Currais Novos (Região do Seridó), no Estádio Coronel José Bezerra (1 x 1), dia 17 de abril. Posteriormente mais um amistoso (4 x 2) contra o Riachuelo (1 de maio).

Depois fica de fora da vitória e da derrota em Mossoró, dias 14 e 15, frente ao Ferroviário (2 x 5) e Potiguar (2 x 1), no campo da antiga Limitada, na Rua Benjamin Constant (o Leonardo Nogueira só é inaugurado no ano seguinte).

Retorna no amistoso contra o Ferroviário de Natal (6 x 1), numa quinta-feira, 19 do mesmo mês.

Mas não participa do Torneio Início (domingo 22/5) de abertura da temporada oficial no Rio Grande do Norte.

O quinto jogador americano da família Canuto (IV)

Valter Romualdo da Silva, o "Ruivo", foi treinador no campeonato estadual (1966) após o retorno do licenciamento de seis anos do América de Natal.

PRIMEIROS TREINADORES – Crônicas Pebolística

Cacá Medeiros Filho (19/12/2016)

Meu irmão, João Felipe, enviou mensagem comentando a crônica “América Voltou” e questionando sobre o treinador do América no primeiro jogo de regresso rubro. Felipe se lembrava de Osiel Lago como técnico do time rubro, mas não sabia se ele tinha sido o comandante já no retorno. Seguem minhas observações sobre a questão.

 

- Nessa fase de "experiência", o treinador era o diretor José Luiz Galvão (Lelé). O time não era oficial, os jogadores eram "convidados" e as contratações só ocorreriam um pouco mais adiante.

Nesses jogos testes, alguns jogadores, curiosamente, estavam vinculados a outros times. Também é interessante observar como as equipes dos dois primeiros amistosos foram diferentes.

Durante o campeonato de 1966 o América foi treinado por Valter Romualdo da Silva, o popular “Ruivo”. Ele foi dispensado no último turno e substituído pelo “Coqueiro”, histórico e folclórico treinador do Atlético de Natal. Entre os dois técnicos o América buscou a contratação de Álvaro Barbosa, mas teve seu convite negado.

Osiel Lago de Souza (não é parente de Creso Guanabara de Souza) foi jogador do América nessa fase de retorno e, ainda jogando, assumiu o comando técnico. A sua participação como treinador começou, entretanto, em 1967.

“Ruivo” era um ex-jogador de várias equipes paraibanas e exercia, quando contratado pelo América, a função de técnico do Sport de Patos. Foi oficializado como treinador americano no início de abril de 1966.

Como jogador “Ruivo” foi campeão pelo Treze em 1950 e pelo Bahia em 1955 e 1956, além de ser campeão do primeiro torneio Pernambuco-Bahia. Formou um ataque famoso do Bahia constituído por Marito, Naninho, Carlito, Ruivo e Isaltino.

Como treinador tinha dirigido o Botafogo da Bahia e o Guarabira da Paraíba. Sobre os jogadores que estavam treinando no América comentou que não conhecia ninguém, mas teve boas informações de alguns deles, como o zagueiro José Rodrigues (do antigo Globo e vindo do Santa Cruz Esporte e Cultura, licenciado duas vezes nos anos 60. A última em 1967).

O quinto jogador americano da família Canuto (III)

José Luiz Galvão (sentado)
em homenagem na sede
social americana

AMÉRICA VOLTOU! – Crônica Pebolística

Cacá Medeiros Filho (7/12/2016)

O América ficou licenciado da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) durante seis anos, entre 1960 e 1965, não disputando campeonatos oficiais, quando se dedicou a construção da sede social na Rua Rodrigues Alves, bairro do Tirol...

O campeonato potiguar sentiu, nesses anos, a ausência da segunda maior torcida da cidade e, evidentemente, das partidas entre os maiores rivais do nosso futebol, o denominado “Clássico Rei”.

Em compensação, promoveu o crescimento do Alecrim, que, com o bicampeonato conquistado em 1963 – 64, se tornou um dos “grandes” e obteve um incremento significativo dos torcedores...

Em 1965 houve uma tentativa de retorno rapidamente e precocemente desencorajada. Em 1966, com a sede social praticamente pronta, o retorno parecia irreversível. Havia, entretanto, resistência e em janeiro daquele ano, a dúvida persistia...

Em 10 de janeiro de 1966 o vice-presidente dos interesses desportivos do América, Rui Barreto de Paiva, concedia uma entrevista ao jornalista Eugênio Neto, e afirmava que a volta do clube rubro ao futebol estaria condicionada à conclusão dos serviços de reforma do estádio Juvenal Lamartine.

Para muitos esses condicionantes era a válvula que permitiria o clube ficar mais um ano fora das atividades futebolísticas. A reforma do JL correspondia à construção da arquibancada central e da “geral” atrás do gol do fundo.

Enquanto a arquibancada central, apesar do marasmo das obras, poderia ser concluída, estava descartada, praticamente, a construção da “geral”. Além disso, a sede social não estava totalmente concluída e as grandes despesas com um time de futebol poderiam prejudicar a conclusão da obra e que tinha sido a causa da saída do América da Federação.

A questão tomava rumo de novela, já que no outro dia, o presidente do América, Humberto Pignataro, comunicava ao diretor José Luiz Galvão (Lelé) que continuasse o trabalho de treinamento da equipe, pois a volta estava de pé.

Esclarecia, entretanto o presidente rubro, que no primeiro ano ninguém esperasse um time poderoso, já que a meta do clube ainda era a conclusão da sede e complementava que a partir de 67, sim, o time seria pra valer.

No dia 13 de janeiro, o impasse persistia. Por um lado, noticiava-se a renúncia do dirigente Carlos Cerino, até então responsável direto pelo retorno dos rubros à Federação. Por outro lado, havia a autorização dada por Pignataro, e reforçada por Humberto Nesi, da continuação do treinamento do improvisado e não oficial grupo de jogadores.

Era ventilado na imprensa que o Conselho Deliberativo já tinha aprovado uma verba que seria destinada ao futebol. A opinião geral dos americanos era de que mesmo retornando sem o poderio de uma grande equipe, o reforçamento viria com o decorrer do próprio campeonato.

Contornos favoráveis à volta do América foram traçados em reunião da diretoria em 25 de janeiro. Mesmo sem cunho oficial, era quase certo que a diretoria e o conselho iriam aprovar o retorno do América ao futebol, inicialmente com um “time experiência” no turno, melhorando nos turnos ou turno subsequente, depois de “esquentar” o entusiasmo dos dirigentes e adeptos.

O plantel seria entregue a uma comissão que teria o retorno de Carlos Cerino, ao lado de José Luiz Galvão e Carlos Roberto Maia (ex-goleiro do aspirante e futuro magistrado).

2 de fevereiro, quinta-feira, trazia uma surpreendente e alvissareira notícia para a torcida americana. Estava marcada para o imediato domingo (5) a primeira partida do América depois da longa inatividade e, com isso, encerrava-se a polêmica sobre o retorno americano.

O América atuaria contra um time suburbano e na preliminar do amistoso entre ABC e Treze de Campina Grande. A imprensa comentava que apesar de improvisado, o quadro alvirrubro contava com jogadores de destaque como Creso Guanabara de Sousa, Bagadão, Jairo e Macarrão.

Na quinta à noite, uma reunião entre o presidente Humberto Pignataro e o Departamento de Futebol confirmava a volta às disputas do futebol. Ficava definido que o clube contribuiria, mensalmente, com 600 mil, enquanto um plano de loteamento de um terreno em Igapó, a ser vendido em prestações, ajudaria em carrear fundos para as despesas com o plantel. Haveria, ainda, listas de contribuições entre associados e simpatizantes.

Finalmente a torcida americana via seu time retornar ao gramado do Juvenal Lamartine e isso ocorria auspiciosamente com uma goleada sobre o Estrela do Mar por 4 x 0. Os gols da partida foram de Véscio (dois), Bagadão e Tota.

O importante para o quadro que estava há muitos anos fora do futebol era, segundo o Diário de Natal, enfrentar mesmo um quadro frágil para assinalar com o pé direito o retorno. O jornal comentava que alguns valores, Ronaldo, Jairo, Véscio, Bagadão, Caranguejo, Mário, Tota, Estorlandio (apelidado de Pistolão) e Tarcísio, poderiam continuar na equipe.

A primeira escalação: Ronaldo, Aloé, Jairo, Vivaldo, Ademir; Toinho, Linaldo, Macarrão, Bagadão, Tarcísio e Véscio. Entraram no decorrer da partida Joca, Mário Solinha, Vinícius, Estorlandio, Caranga, Luciano e Tota.

Uma semana depois, no outro domingo, o América fazia a segunda apresentação, preliminar do amistoso Alecrim x Treze. O adversário, mais forte, era a Seleção das Quintas que reunia os melhores jogadores da várzea. O América venceu de 2 x 1, com tentos de Véscio e Caranguejo.

O time apresentou a seguinte escalação: Ronaldo (Jorge Sousa), Paulo Tubarão, Rodrigues, Chico (Vavá), Ademir, Toinho (Tota), Caranguejo; Rafael (Macarrão), Bagadão, Tarcísio (Véscio) e Lucinal (Bazinho).

 

O quinto jogador americano da família Canuto (II)

ALECRIM (1963/64): Sansão, Papagaio, Miro, Orlando, João Paulo, Berilo, Zezé, Osiel, Crezo, Cileno e Ferreira. Campeão potiguar ele também foi inscrito no elenco esmeraldino que participa da Taça Brasil de 1964. O "Periquito" participa ainda da competição nacional em 1965 

“O hobby de um ex-craque de futebol”

Tribuna do Norte (28/5/2006)


- Na ampla residência da Rua Pedro Velho, no bairro de Lagoa Nova, mora o casal Célia e Creso Guanabara de Souza, ela professora do Estado, ele ex-craque de futebol com passagem por vários clubes de Natal, Recife, Fortaleza e São Paulo, ex-servidor do Ministério da Saúde, aposentado desde 2003.

Um único filho, médico pneumologista fazendo residência médica em São Paulo. O hobby de Creso é fabricar réplicas perfeitas de aviões, lanchas, automóveis, carretas, carros de corrida Fórmula 1.

Embora sempre tivesse inclinação para realizar esse tipo de atividade – que exige muita paciência e tempo para executá-la, Creso somente passou a dedicar às vezes até tempo integral a esse hobby ao aposentar-se como servidor público.

Como vinha alimentando a vontade de fabricar réplicas miniaturizadas, muito cedo foi equipando a oficina nos fundos da casa, cujo interior parece mais uma pequena loja de ferragens, com ferramentas de todo tipo e tamanho, um amplo estoque de tinta, borracha para forro, couro, plásticos os mais diversos de várias cores, serras, esmeril, broca, enfim, uma parafernália.

E para que nada falte na hora de fabricar mais uma peça todos os domingos visita a feira do “vuco-vuco” da Cidade da Esperança, onde encontra dezenas de pequenas peças de metal, plástico ou madeira, que ajudam muito no fabrico das réplicas.

Para o sempre criativo Creso Guanabara uma enceradeira quebrada e sem serventia, um aspirador de pó, ventilador, qualquer utensílio doméstico, depois de desmontando pode ser o “estalo” para o fabrico de mais uma réplica.

Foi assim que ele construiu dois belíssimos jatos 747 e Airbus 330, da mesma maneira que, de uma velha enceradeira remanescente dos anos 70, aproveitou a carcaça e construiu uma lancha para viagens turísticas. Assim foi com um resto de ventilador que se transformou em um tanque de guerra.

Por trás de um inventivo fabricante de réplicas está uma pessoa simples, que não gosta de badalações, tanto que confessa ser esta a primeira entrevista para jornal que está concedendo desde quando parou com o futebol, em 1968, e começou a montar a oficina para construir as réplicas.

Meses atrás colocou algumas peças por ele fabricadas numa exposição da antiga TV Cabugi. Diz que a repercussão foi enorme, recebeu inúmeras ofertas para vender peças expostas, mas garante que o amor que nutre por elas, “só se aparecer algum árabe com uma mala cheia de euros pode pensar em desfazer-se”, frisa Creso, dando uma gargalhada.

A paixão pelo que fabrica é o mesmo de uma mãe tem para com um filho recém-nascido. Tanto é que, quando recebe convite para expor suas peças, Creso começa a imaginar quantas vai levar e como transportá-las na mala do seu carro.

Para ele é muito trabalhoso, até porque algumas peças ocupam muito espaço. A carreta, por exemplo, mede mais de um metro de comprimento. “Meu projeto é, um dia, adaptar um veículo grande para uma exposição móvel de tudo que já fabriquei”, ressalta Guanabara.

Um hábil e talentoso atacante

O artesão de réplicas miniaturizadas Creso Guanabara, entre os anos 58 e 68 foi um hábil e talentoso atacante, tendo começado a carreira no infantil do Riachuelo. Suas maiores virtudes eram a velocidade e o drible fácil. Por isso, sempre cobiçado por outros clubes, o que fez ampliar seu currículo, tendo defendido o Alecrim campeão de 1963, após o Verdão ter penado durante anos para chegar a um título nos profissionais.

Geleia era o treinador, o vice de futebol era a figura humana querida por todos, que foi Bastos de Santana. “Um campeonato como aquele ninguém nunca esquece – acrescenta Creso.

Curiosamente, o título foi decidido em 2 abril de 64. Creso jogou ainda no Ferroviário do Recife e do Ceará, Calouros do Ar/CE, Globo, Santa Cruz, Atlético e América de Natal. Chegou a passar três meses no Corinthians Paulista a convite do clube alvinegro, sendo observado por Osvaldo Brandão.

 

 

 

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O quinto jogador americano da família Canuto (I)

Globo Esporte Clube (1964): Dico Gavião, Ronaldo, Moacir, Lula, Cadinha, Zé Rodrigues, Elsinho, Talvanes, Zé Maria, Buru e Creso

Creso exibe miniatura de avião feita por ele

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A autoria da reportagem do diário matutino Tribuna do Norte (28/5/2006) não tem identificação: “O hobby de um ex-craque de futebol”.

E não foi publicada pela editoria de esportes, mas pelo “caderno” de “Natal”.

O cruzamento de dados de ampla pesquisa, aliado ao olhar clínico do editor, capta o que o excelente repórter não apurou: Creso Guanabara de Souza carrega uma particularidade singular como sobrinho e primo de quatro membros da família Canuto.

A maioria antigos jogadores do América Futebol Clube. Portanto é sobrinho de José, Hemetério e Raimundo Canuto de Souza, zagueiro, médio e ponta-esquerda, do final dos anos 20 começo de 40, bicampeões de 1930/31.

Francisco de Souza Almeida, o “Juarez”, ponta-direita dos anos 50, filho de Hemetério – é primo de Creso, filho de Genipo Canuto de Souza, irmão de Hemetério. A mãe de Creso chama-se Alice Guanabara de Souza (por isso a omissão do Canuto na certidão de nascimento).

Essa turma toda é parente do advogado e político Gileno Guanabara de Souza, preso político durante o regime militar. E a maioria é citada em série de reportagens anteriores deste JORNAL DA GRANDE NATAL.

A sequência inédita é sobre os três filhos e um dos netos do marceneiro Miguel Canuto de Souza, que veio de Mossoró após o ataque do cangaceiro pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, para Natal e fixa oficina no bairro da Ribeira.

Recentemente até provocou um comentário de uma parente bem próxima no blog: “Boa noite, muito boa sua publicação. Sou da família Canuto, bisneta de Mario (filho de Miguel), foi bom saber um pouco mais da história que eu nem fazia ideia. Caso tenha mais informações por favor entre em contato comigo.”

Humor depois da "Patrulha"; antes da resenha esportiva

Lupercio Luiz de Azevedo (comentarista), Hélio Câmara de Castro (narrador), Pedro da Silva Dias (técnico de som) e Geová Alves (técnico de som) são todos falecidos. Exceto o comentarista de
arbitragem César Virgílio Pereira (bigode escuro), que antes de ser árbitro foi repórter de pista da mesma emissora em 1971/73. Por muitos anos pertenceram a equipe esportiva da Rádio Cabugi

Narradores Halmalo Silva e Celso
Martinelli no rádio cearense. Imagem
rara da rede social do comentarista
Wilton Bezerra (Facebook)

ARTIGO

Manoel Cirilo – Esporte Amador

A Engraxataria do “Frasqueirino”

 

O título refere-se a um quadro introduzido pelo narrador de futebol Celso Martinelli na Resenha Esportiva do meio-dia da Rádio Cabugi – hoje, Rádio Globo Natal (atual PAN FM) –, no início da década de 70.

O quadro era um misto de humor e gozação, envolvendo dois personagens: um torcedor do ABC e outro do América.

Considerado como um clube de massa o alvinegro era representado pelo radialista José de Souza, que interpretava o papel de Frasqueirino, um engraxate de voz atrapalhada e que pronunciava as palavras de forma errada, cuja paixão era torcer pelo seu ABC.

Do outro lado, visto como um clube de elite, o alvirrubro era representado, de início, pelo próprio Celso Martinelli, posteriormente pelo narrador de futebol Hélio Câmara, os quais faziam a vez de um doutor – homem rico, culto, inteligente e que se vestia com elegância.

Como torcedores rivais, a alegria de um era ver a derrota do time do outro, não interessava para quem fosse.

E essa alegria se multiplicava, quando a equipe de um perdia para a do outro.

Como o Doutor “Rô” cuidava muito da aparência, todos os dias engraxava seus sapatos na "Engraxataria do Frasqueirino".

Na engraxataria, se o ABC tivesse perdido, enquanto o Frasqueirino limpava os sapatos do Doutor, este tirava um sarro com a cara do engraxate.

Enquanto puxava assunto sobre a derrota, o rival desconversava.

Se ocorresse contrário, isto é, o América fosse o perdedor, o engraxate era quem gozava com a cara do Doutor.

No final, o Doutor sempre saía perdendo, principalmente, na hora de pagar pelo serviço, pois, o engraxate sempre o enrolava até ficar com o troco do Doutor.

O quadro era muito divertido, de forma a alcançar audiência superior à da própria resenha.

Isso porque muitos ouvintes ligavam o rádio só para ouvir o "clássico fora dos gramados" entre ABC e América, pelo rádio teatro.

Em virtude da impostação de vozes dos dois personagens, e também pelo tipo de gozações feitas, o quadro era motivo de risos.

Aliás, dois anos atrás, o excelente rádio-ator José de Souza morava no bairro de Nova Descoberta, em Natal, depois de trabalhar durante muitos anos no rádio de Curitiba, Paraná.

 

NOTA DO EDITOR: Zé de Souza também andou pelo rádio de Goiânia, capital do estado de Goiás (Região Centro-Oeste). O programa humorístico de cinco minutos ia ao ar antes da resenha esportiva e após o “Patrulha da Cidade”.

 

 

 

 

Brasil pode igualar conquistas da Libertadores com Argentina

O primeiro "caneco" do "Glorioso", o de número 24 dos brasileiros, permite chegar bem perto

A glória é ter uma plaquinha na "roliça"

Título botafoguense ano passado possibilitou encostar ou colar de vez no número de 25 taças platinas

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Caso o Palmeiras consiga passar pela LDU na noite desta quinta-feira o Brasil efetivamente iguala o número de conquistas da Copa Libertadores da América com a Argentina.

Com isso a final poderá ser, como no ano passado (Botafogo 3 x 2 Atlético Mineiro), entre clubes brasileiros, pois o Flamengo está na decisão com o empate sem abertura de contagem frente ao Racing.

Uma decisão entre o alviverde e o rubro-negro já garante o "caneco" e o título de número 25 dos brasileiros, mesma quantidade de taças conquistadas pelos argentinos desde a primeira edição (1960).

O time palmeirense precisa reverter a derrota de 0 X 3 para a Liga Desportiva Universitária no jogo de ida no Equador.

Além disso, Palmeiras ou Flamengo tem a chance de conquistar a taça pela quarta vez alternadamente.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

O perfil do jogador potiguar de futebol "Piloto" (IV)

Uma formação tricolor da mineradora de Currais Novos nos 'tempos modernos"


JOSÉ VANILSON JULIÃO

A exploração do mineral estratégico scheelita começa em 1943 e empresa formal Mineração Tomaz Salustino Sociedade Anônima é de 1954. Justamente nos períodos de duas a guerra: a II Mundial e a da Coréia, no sudeste asiático.

Neste espaço de tempo aparece o Brejuí Esporte Clube (22/1/1949). Com o estádio inaugurado (6 de setembro do mesmo ano) tendo como patrono o dono da mina.

A diretoria era formada por figuras ligadas a mineradora: Mário Moacir Porto (paraibano, genro do controlador e no futuro também desembargador como o sogro), Paulo Dutra e Alfredo Luiz de Souza.

Arte História do Futebol/Sérgio Mello

O embrião para o surgimento do clube ocorre com o amistoso envolvendo o pessoal da mina de ouro São Francisco, pertencente a José Galdino de Alencar, e da mina de tungstênio (o metal extraído do mineral).

O jogo acontece em 14 de novembro de 1948 com vitória (5 x 0) dos anfitriões “franciscanos”. Gols de Xavier (três), Pedro Humberto e Expedito. Dois meses o Brejúi aparece informalmente.

A nova agremiação participa da criação da Liga Currais-novense de Desportos (16/3/1949) ao lado do São Francisco, Seridó e Potiguar com a seguinte diretoria de honra: Tomaz Salustino Gomes de Melo, João Galdino de Alencar e o coronel Aproniano Pereira.

Como presidente formal da LCD o farmacêutico natalense Wladimir Limeira, agora radicado na cidade como profissional da área, antigo correspondente do diário vespertino católico A Ordem quando estudante no Recife, agora do Diário de Natal e que colaborou um tempo com a revista semanal carioca Esporte Ilustrado.

 

FONTES/IMAGENS

A Cigarra

A Ordem

Diário de Natal

Cerro-Corá News

Escrete de Ouro

História de Futebol

Jornal da Grande Natal

Adeilton Alves

Luiz Sátiro de Matos

Ricardo Morais (Zip.Net)

Site Mina Brejuí

O perfil do jogador potiguar de futebol "Piloto" (III)

O tricolor de Currais Novos, Potyguar Esporte Clube, atualmente chamado "Seridoense", com dois jogadores, Jorge Calaça, vindos do "Botafogo" de "Piloto", na primeira participação no campeonato potiguar (temporada de 1976. Mesmo ano da estreia do também tricolor Baraúnas de Mossoró)

Celestino Alves

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Preenchida as datas da permanência de dois anos e meio (fevereiro/1952 a junho/1954) no Triângulo Mineiro, em dois clubes de Uberlândia – um com o mesmo nome da cidade e o “Sal Tropeiro” – Eliezer Araújo, o “Piloto”, em 1956 retorna ao Rio Grande do Norte, e para o Brejuí da cidade natal, Currais Novos (Região do Seridó).

Foi neste ponto em que a análise e o resumo do perfil escrito pelo jornalista potiguar Dermi Azevedo (1949 – 2021) do jogador currais-novense são interrompidas para a pesquisa sobre as participações no campeonato regional da mencionada área econômica e cultural do Estado de Minas Gerais (Região Sudeste).

“Piloto” relata que logo de cara é bicampeão municipal (1956/57) pelo clube com a mesma denominação da mineradora de “Scheelita”, com jazida descoberta no auge da II Guerra e pertencente ao desembargador Tomaz Salustino Gomes de Mello (1880 – 1963), localizada a direita da rodovia federal de acesso ao município de Acari.

Tomaz S. Gomes de Melo

- Eu tinha mudado de posição, de meia-esquerda para quarto-zagueiro, onde jogo até hoje (a reportagem é publicada no semanário dominical O Poti em 23 de março de 1976). Tive que a parar a carreira no fim da segunda temporada porque levei um chute no joelho, dado pelo Chiquinho, do Bela Vista local, desabafa Eliezer Araújo.

Continua: “Fiquei parado, sem fazer nada, passando dificuldades, mas não me afastei do futebol”. Inesperadamente a entrevista Azevedo pula duas décadas e o assunto que surge é o “Botafogo Futebol Clube”, vice-campeão local, fundado por ele, o ponta-direita do ABC, Ivan Júnior e o radialista, poeta e escritor Celestino Alves (1929 - 1991), personagem da abertura da série.

- É o time que mais revela craques no Seridó. Sempre temos nove juvenis no time titular e os destaques são o médio-volante Escobar e o ponta-direita Gilvan, irmãos do centroavante do ABC (nesta o entrevistado pega o editor desprevenido. Não vem a lembrança do nome ou apelido do atacante do clube da capital).

Segue: “Jogam também Lula, goleiro, Decinho, Morais, Francimar, Ivan, Jonas (irmão de Jorge Calaça), Júnior e Djanilson.” E arremata no meio da relação dos pupilos: - Vivo satisfeito como pobre, pois todos gostam de mim... (é preciso mais uma interrupção para situar a figurinha carimbada no cenário do Brejuí Esporte Clube).

 

FONTES/IMAGENS

Correio de Uberlândia

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Best Homenagens

Family Search

Memorial Assembleia Legislativa/RN